terça-feira, janeiro 01, 2013

CURVAS DA VIDA (Trouble with the Curve)



Meu último filme visto em 2012 foi CURVAS DA VIDA (2012), estrelado por Clint Eastwood, Amy Adams e Justin Timberlake e dirigido por Robert Lorenz, diretor de segunda unidade de vários filmes de Clint desde AS PONTES DE MADISON (1995). Assim, com Clint à frente do elenco e sendo uma produção da Malpaso, por mais que a direção não seja sua, é possível ver o filme como uma espécie de Clint menor. A questão da velhice e da solidão já havia sido tratada de maneira muito melhor em GRAN TORINO (2008) e não se espera mesmo que CURVAS DA VIDA vá se equiparar. Assim, o filme de Lorenz trata o tema de maneira bem mais suave.

A trama traz Clint como Gus, um olheiro de jogadores de beisebol de escolas. Ele era ótimo nisso, em escolher os melhores para sua equipe profissional. Acontece que ele está ficando não apenas velho, mas cego. Tenta esconder a doença para os amigos e para a própria filha, vivida por Amy Adams. Gus tem sérios problemas também em ter conversas mais sérias com a filha. Sempre que ela tenta um papo mais aprofundado com o pai, ele sai pela tangente. Aos poucos – e isso é um dos pontos altos do filme – vamos entender os motivos.

O que talvez torne o filme menos interessante é o personagem de Justin Timberlake, que faz o par romântico de Adams. Ele é um ex-jogador de beisebol que agora tenta uma carreira também ligada ao esporte e que fica bem animado ao ver que a filha do conhecido Gus é uma gata. Mais um bom motivo para tentar uma aproximação. Embora Timberlake já tenha mostrado talento nas telas, seu personagem neste filme chega a ser descartável, ainda que não incomode ou atrapalhe o andamento da narrativa.

Tendo o beisebol mais do que um pano de fundo para o drama dos personagens, é possível comparar CURVAS DA VIDA com O HOMEM QUE MUDOU O JOGO, de Bennet Miller, um filme bem melhor resolvido e que se concentra mais especificamente no jogo e nas novas maneiras de se conseguir um bom time usando matemática e computação. CURVAS DA VIDA, ao contrário, vê o lado humano da percepção como algo que não dá para ser substituído pela máquina.

Desde 1993, com NA LINHA DE FOGO, que Clint Eastwood não protagonizava um filme que não fosse dirigido por ele mesmo. CURVAS DA VIDA, se não é essa maravilha toda, serve pelo menos para matar a saudade de ver o bom e velho Clint na frente das câmeras.

P.S.: No Blog de Cinema do Diário do Nordeste, postei matéria sobre os dez melhores filmes que vi no circuito exibidor local. Confira AQUI.

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