2. O CÉU DE SUELY, de Karin Aïnouz
3. ORGULHO E PRECONCEITO, de Joe Wright
4. O LABIRINTO DO FAUNO, de Guillermo Del Toro
5. CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS, de Marcelo Gomes
6. MIAMI VICE, de Michael Mann
7. A CASA DO LAGO, de Alejandro Agresti
8. TERROR EM SILENT HILL, de Christopher Ganz
10. CACHÉ, de Michael Haneke
11. MISSÃO: IMPOSSÍVEL 3, de J.J. Abrams
12. VÔO UNITED 93, de Paul Greengrass
13. TUDO EM FAMÍLIA, de Thomas Bezucha
14. MISTÉRIOS DA CARNE, de Gregg Araki
15. O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN, de Ang Lee
16. PARIS, TE AMO, de vários
18. O AMOR EM CINCO TEMPOS, de François Ozon
19. OS INFILTRADOS, de Martin Scorsese
20. QUANDO UM ESTRANHO CHAMA, de Simon West
2006 foi um ano bom. Melhor do que eu esperava que fosse. Ao menos no que se refere aos filmes, já que na minha vida particular pouca coisa mudou. Na verdade, as coisas meio que estacionaram. Principalmente no terreno afetivo, que está estacionado há um tempão. Acho que financeiramente falando foi um dos melhores anos pra mim, o que me possibilitou até uma viagem para São Paulo, onde pude conhecer pessoalmente pessoas realmente especiais que só conhecia virtualmente, bem como rever aqueles que eu já conhecia e dar aquele abraço. Mas como eu não tenho tempo hoje de expor publicamente a minha vida privada, falemos dos filmes. Quando o assunto é cinema, eu sempre fico entusiasmado e logo esqueço dos problemas.
Pois bem. Comecemos com o cinema nacional. No ano passado três filmes brasileiros entraram no meu top 20. Dessa vez, apenas dois entraram, mas esses dois representam um novo e luminoso caminho para o nosso cinema. CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS chegou um pouco atrasado aqui, mas eu não poderia deixá-lo de fora. E temos O CÉU DE SUELY, a mais agradável surpresa. E dirigido por um cineasta conterrâneo. Os dois filmes mostram o quanto o Nordeste ainda é fonte inesgotável de idéias para o nosso cinema.
Dos filmes concorrentes ao Oscar 2006, os grandes destaques foram: MUNIQUE, um dos melhores e mais brutais filmes de Steven Spielberg; ORGULHO E PRECONCEITO, um dos mais belos e sensíveis filmes de época que eu já tive o prazer de assistir; e O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN, com os seus personagens marginais vivendo um amor impossível.
Falando em amor impossível, que maior impossibilidade há do que uma separação temporal? É a barreira que o casal de A CASA DO LAGO enfrenta. Mas o amor tudo pode. Ao menos no cinema. Mas o amor também morre. E o cinema, sempre ele, tem o poder de voltar no tempo, voltar para um começo onde a esperança ainda existia. Como em O AMOR EM CINCO TEMPOS, de François Ozon. O amor está presente também em cada pequeno segmento do maravilhoso PARIS, EU TE AMO, filme dirigido e interpretado por um time de respeito. E também no extremamente carinhoso TUDO EM FAMÍLIA, filme que lida também com temas como o preconceito, a dificuldade de se adaptar ao novo e a perda de alguém querido.
Saindo do amor e entrando no território do horror, o ano que passou teve representantes de peso. A começar pela fábula para adultos de Guillermo Del Toro. Difícil encontrar palavras para descrever o maravilhamento que é assistir O LABIRINTO DO FAUNO. Outro filme de terror que carrega a sua força nas imagens é TERROR EM SILENT HILL, a melhor transposição dos games para o cinema. E pra variar, em 2006 teve aquele filme que só eu - e uns poucos gatos pingados - gostei: QUANDO UM ESTRANHO CHAMA, um exercício de suspense de um cineasta pouco expressivo que fez aqui o seu melhor trabalho. Quanto ao horror nosso de cada dia, ligado ao terrorismo e aos atritos entre os povos, resultando em traumas terríveis, os dois melhores representantes do ano foram o lynchiano CACHÉ, de Michael Haneke, e VÔO UNITED 93, de Paul Greengrass.
Dos cineastas mais fodões do mundo, 2006 deu a luz os novos trabalhos de Michael Mann (cada vez melhor), Woody Allen (renovando seu estilo), Claude Chabrol (ainda afiadíssimo) e Martin Scorsese (com sua terceira parceria com Leonardo Di Caprio). MIAMI VICE, MATCH POINT, A COMÉDIA DO PODER e OS INFILTRADOS. Quatro filmes que não desapontam.
Num ano onde as séries de televisão foram o grande destaque, J.J. Abrams, um criador de séries de sucesso fez o seu debut na direção de cinema. Eu adorei. MISSÃO IMPOSSÍVEL 3 mantém o bom nível da série. Houve quem achasse que era só um episódio extendido de ALIAS, mas eu não ligo. O filme também marcou o fim do contrato de Tom Cruise com a Paramount.
Pra terminar, sobrou um expoente do cinema independente americano. No caso, Greg Araki e seu MISTÉRIOS DA CARNE, o primeiro filme que eu vi esse ano que me impressionou.
De fora
Como não é possível colocar trinta filmes num top 20, alguns excelentes títulos acabaram ficando de fora da lista final. Merecem todo o nosso respeito: O FIM E O PRINCÍPIO, A MENINA SANTA, FLORES PARTIDAS, ESPÍRITOS: A MORTE ESTÁ AO SEU LADO, O NOVO MUNDO, GAROTA DA VITRINE, TRÊS ENTERROS, DÁLIA NEGRA e A CRIANÇA.
Os piores do ano
1. IRMA VAP - O RETORNO
2. PIRATAS DO CARIBE - O BAÚ DA MORTE
3. FONTE DA VIDA
4. INSTINTO SELVAGEM 2
5. O CÓDIGO DA VINCI
Menção honrosa para ELECTRIC DRAGON 80.000 V, o famoso filme do guitaaaaaar!!!
As decepções
2006 reservou também algumas pequenas decepções pra mim. A principal delas veio do nosso querido Shyamalan, com seu conto de fadas A DAMA NA ÁGUA. Alguns poucos privilegiados tiveram a sorte de embarcar no filme, outros, como eu, só lamentaram. Também não gostei da incursão mais explícita de Spike Lee no cinema mais comercial com o seu O PLANO PERFEITO. Não por ser comercial, mas porque eu não me empolguei mesmo com o filme.
As séries
Nunca vi tanta série boa junta. Continuaram com o mesmo pique: LOST, PRISON BREAK, 24 HORAS e MASTERS OF HORROR. As novidades: HEROES e DEXTER. Uma série abortada: HEIST. Uma série animada: PARANOIA AGENT. E as séries que eu resolvi acompanhar com certo atraso: A SETE PALMOS, SEINFELD e ALIAS. Para o próximo ano, tenho planos de começar a ver HOUSE e de assistir a louvada quinta temporada de A SETE PALMOS, além das séries habituais que chegarão em nova temporada ou despertando do hiato.
Melhores filmes vistos em DVD, DIVX ou VHS
Não teve jeito. Dois filmes do Dreyer entraram pra valer nos meus favoritos de todos os tempos. Poucos filmes novos tiveram chance no meio de tantos clássicos.
1. A PALAVRA, de Carl Th. Dreyer
2. DIAS DE IRA, de Carl Th. Dreyer
3. O PODEROSO CHEFÃO, de Francis Ford Coppola
4. TRÊS HOMENS EM CONFLITO, de Sergio Leone
5. OS SINOS DE SANTA MARIA, de Leo McCarey
6. UM CONDENADO À MORTE ESCAPOU, de Robert Bresson
7. O ESPORTE FAVORITO DOS HOMENS, de Howard Hawks
8. OS OLHOS SEM ROSTO, de Georges Franju
9. TOURO INDOMÁVEL, de Martin Scorsese
10. O JOELHO DE CLAIRE, de Eric Rohmer
11. CUPIDO É MOLEQUE TEIMOSO, de Leo McCarey
12. EL DORADO, de Howard Hawks
13. RIO LOBO, de Howard Hawks
14. VIVER A VIDA, de Jean-Luc Godard
15. GAROTAS DO ABC, de Carlos Reichenbach
16. A DAMA E O VAGABUNDO, de Clyde Geronimi, Wlfred Jackson e Hamilton Luske
17. PAULINE NA PRAIA, de Eric Rohmer
18. CURVA DO DESTINO, de Edgar G. Ulmer
19. THE KILLER - O MATADOR, de John Woo
20. FUGINDO DO INFERNO, de John Sturges
Então é isso. O blog entrará de recesso nesse final de ano. Um feliz 2007 pra todos nós!