PÓS-OPERATÓRIO PARTE 2
Aqui estou eu de volta com notícias minhas (se é que isso interessa a alguém...hehehe). Então, seguem o 3º e o 4º dias de convalescência:
3º dia
No terceiro dia, continuou a dificuldade de engolir alimentos. Até água é difícil. Tive uma crise de choro na noite desse dia. Talvez seja o auge (tomara) da depressão pós-operação. Além do mais, passei o dia cuspindo umas salivas gosmentas que criavam constantemente na minha boca (eca!). A língua está completamente branca. Mesmo tentando tirar com a escova, não consigo. Devo estar com um puta dum mal hálito com todo esse tempo de boca fechada. Pelo menos, consegui encontrar um bom lugar pra dormir numa rede, onde a azia me perturba bem menos. O ruim é que pra piorar as coisas, os filmes que tava vendo, não me ajudaram nem um pouco: dois do Bergman. Um deles (PERSONA) acredito que seja um filmaço, mas depois vou querer a ajuda de alguém pra me explicar..hehhehe..
4º dia
Acordar nesse dia foi bem menos complicado do que nos dias anteriores. A dormida na rede ao lado de uma janela ouvindo o som da chuva até que me fez bem. Sem falar que engolir agora não está tão ruim. O entretenimento foi de qualidade: quadrinhos do Frank Miller (SIN CITY - A DAMA FATAL). Pra melhorar as coisas, a Ana Paula veio aqui me visitar, assistimos HARRY E SALLY (ela também é fã do filme) e vimos trechos dos DVDs dos Cranberries e dos Rolling Stones. Legal. A conversa foi na base de papel e caneta mesmo. A saliva asquerosa diminuiu mas ainda persiste, assim como um certo gosto de comida ruim na boca. Ah, e teve dor de ouvido também. Agora tô ouvindo Flaming Lips e terminei de ver há pouco AMOR MAIOR QUE A VIDA, de Keith Gordon.
Os comentários dos filmes, continuo devendo.
quinta-feira, janeiro 30, 2003
terça-feira, janeiro 28, 2003
PÓS-OPERATÓRIO
Aqui estou eu no purgatório, esperando pagar o suficiente pra ir para o paraíso. E eu que nem sou católico...hehehhe...Então vamos usar a outra expressão - No Pain No Gain. Bom, eu estou melhor agora, mas esses primeiros dias depois da cirurgia são mesmo horríveis.
1º dia
Cheguei lá na clínica cedo e dentro de poucos instantes estava na sala de cirurgia. As últimas coisas que me lembro de antes da cirurgia é do balão de oxigênio (ou seja lá o que tem ali) que me deixou tonto. Depois teve anestesesia geral e enquanto estava sob o efeito dela, me lembro do médico dizendo "abra a boca" e o retorno com o "acorda" e as tradicionais tapas na cara. Meus amigos, que coisa horrível acordar com aquela respiração de Darth Vader. Um agonia mesmo, a gente querer engolir sem poder, por causa da anestesia. Depois de alguns minutos respirando fundo, fui pra sala de recuperação e lá vi um garotinho que tinha feito a cirurgia e estava chorando e cuspindo sangue. Argh. Ao meu lado uma garota ainda zonza, depois de ter feito também. Eu, hein...
Depois fui pro apartamento passar umas horas. Fiquei lá até às 19 horas, tomando sorvete, assistindo tv ou lendo o livro do Osho que minha irmã trouxera. Ao chegar em casa(de posse das malditas amígdalas num vidrinho), mais sorvete e as drogas que o médico passou. Essa dieta me fez dormir mal pra cacete, já que eu tenho estômago fraco. Fiquei tendo azia e foi uma das mais longas noites que eu passei. Sem falar na dor na garganta.
2º dia
Acordei cedo. Já não aguentava mais a cama lá de baixo e disse que queria o meu quarto (minha mãe não me deixou subir as escadas). Tive que esperar a minha irmã (a salvadora da pátria) limpar o quarto pra, só depois de meio-dia, eu ir pros meus aposentos onde pude ver alguns dos vídeos que aluguei. A febre de 38º continua e passa com o analgésico. Mas acho que de ontem pra hoje eu tive uma melhora considerável. Tomei sopinha...hehehe..O ruim é que além dos problemas físicos, de vez em quando aparece a chamada depressão pós-operação. Muito foda. Outra coisa muito chata é não poder falar. Às vezes fico impaciente quando não me entendem aqui em casa.
Hoje vi dois filmes: MEU NOME É COOGAN, do Don Siegel e MONIKA E O DESEJO, do Bergman. Comento depois, ok?
Abraços a todos!
Aqui estou eu no purgatório, esperando pagar o suficiente pra ir para o paraíso. E eu que nem sou católico...hehehhe...Então vamos usar a outra expressão - No Pain No Gain. Bom, eu estou melhor agora, mas esses primeiros dias depois da cirurgia são mesmo horríveis.
1º dia
Cheguei lá na clínica cedo e dentro de poucos instantes estava na sala de cirurgia. As últimas coisas que me lembro de antes da cirurgia é do balão de oxigênio (ou seja lá o que tem ali) que me deixou tonto. Depois teve anestesesia geral e enquanto estava sob o efeito dela, me lembro do médico dizendo "abra a boca" e o retorno com o "acorda" e as tradicionais tapas na cara. Meus amigos, que coisa horrível acordar com aquela respiração de Darth Vader. Um agonia mesmo, a gente querer engolir sem poder, por causa da anestesia. Depois de alguns minutos respirando fundo, fui pra sala de recuperação e lá vi um garotinho que tinha feito a cirurgia e estava chorando e cuspindo sangue. Argh. Ao meu lado uma garota ainda zonza, depois de ter feito também. Eu, hein...
Depois fui pro apartamento passar umas horas. Fiquei lá até às 19 horas, tomando sorvete, assistindo tv ou lendo o livro do Osho que minha irmã trouxera. Ao chegar em casa(de posse das malditas amígdalas num vidrinho), mais sorvete e as drogas que o médico passou. Essa dieta me fez dormir mal pra cacete, já que eu tenho estômago fraco. Fiquei tendo azia e foi uma das mais longas noites que eu passei. Sem falar na dor na garganta.
2º dia
Acordei cedo. Já não aguentava mais a cama lá de baixo e disse que queria o meu quarto (minha mãe não me deixou subir as escadas). Tive que esperar a minha irmã (a salvadora da pátria) limpar o quarto pra, só depois de meio-dia, eu ir pros meus aposentos onde pude ver alguns dos vídeos que aluguei. A febre de 38º continua e passa com o analgésico. Mas acho que de ontem pra hoje eu tive uma melhora considerável. Tomei sopinha...hehehe..O ruim é que além dos problemas físicos, de vez em quando aparece a chamada depressão pós-operação. Muito foda. Outra coisa muito chata é não poder falar. Às vezes fico impaciente quando não me entendem aqui em casa.
Hoje vi dois filmes: MEU NOME É COOGAN, do Don Siegel e MONIKA E O DESEJO, do Bergman. Comento depois, ok?
Abraços a todos!
domingo, janeiro 26, 2003
THE ROLLING STONES ROCK AND ROLL CIRCUS
Acabei de ver o DVD THE ROLLING STONES ROCK AND ROLL CIRCUS. O espetáculo tem apenas 65 minutos e nem dá pra ver o tempo passar. Sei não, mas não me sai da cabeça de que esse espetáculo era um oferecimento para o próprio Satã. O público estava vestido de vermelho e com roupas de magos. As roupas dos músicos também estavam bem diferentes. Mas, caso realmente tenha sido, acredito que o Demo tenha gostado bastante do show. Heheheh.. As cenas com o pessoal do circo é só mesmo pra dar a idéia de circo, picadeiro e tal, já que não trazem nada de realmente novo. O show mesmo está por conta das bandas.
Jethro Tull aquece o espetáculo com o rock/folk com flautas de "Song for Jeffrey". Legal. Nunca tinha ouvido nada da banda. Na guitarra, Tonny Iommy, futuro guitarrista do Black Sabbath.
The Who, com tantos músicos bons numa mesma banda, manda bem pra caramba. O começo da canção "A Quick One While he's away", com todos cantando em coro, me lembrou o Queen, que eu nem gosto mais. Mas gostei da canção, principalmente quando entram as guitarras.
Taj Mahal é outro artista que eu não conhecia. Um negão que canta bem pra cacete blues com guitarras de rock.
Vem depois a parte fofa do espetáculo: Marianne Faithfull, a namorada de Mick Jagger, e que deve ter entrado na roda dos Stones, canta em playback a belíssima "Something better". E ela estava linda.
O espetáculo vai melhorando quando entra John Lennon, com a banda The Dirty Mac, formada por Keith Richards, o baterista de Jimmy Hendrix e Eric Clapton nos solos. Eles mandam a música pra cortar os pulsos "Yer Blues". Muito boa a performance. E essa canção tem toda uma magia em torno dela, junto com todo o álbum branco. Já até ouvi boatos de que John queria se matar, por estar arrependido em ter vendido a alma ao demônio. Lendas. A horrorosa da Yoko Ono "canta" depois numa jam com a banda. Até que ficou legal.
Mas lendária mesmo é a apresentação dos Rolling Stones, que fecham com chave de ouro com 6 canções: Jumping Jack Flash (muito boa), Parachute Woman, No expectations, You can't always get what you want (uma das minhas preferidas da banda, apesar dos tons pessimistas),Sympathy for the Devil e Salt of the Earth. As duas últimas foram as mais memoráveis. De arrepiar, ver Mick Jagger arrancando a camisa e mostrando pinturas do capeta, o homenageado da noite. Sinistro e imperdível esse show.
Acabei de ver o DVD THE ROLLING STONES ROCK AND ROLL CIRCUS. O espetáculo tem apenas 65 minutos e nem dá pra ver o tempo passar. Sei não, mas não me sai da cabeça de que esse espetáculo era um oferecimento para o próprio Satã. O público estava vestido de vermelho e com roupas de magos. As roupas dos músicos também estavam bem diferentes. Mas, caso realmente tenha sido, acredito que o Demo tenha gostado bastante do show. Heheheh.. As cenas com o pessoal do circo é só mesmo pra dar a idéia de circo, picadeiro e tal, já que não trazem nada de realmente novo. O show mesmo está por conta das bandas.
Jethro Tull aquece o espetáculo com o rock/folk com flautas de "Song for Jeffrey". Legal. Nunca tinha ouvido nada da banda. Na guitarra, Tonny Iommy, futuro guitarrista do Black Sabbath.
The Who, com tantos músicos bons numa mesma banda, manda bem pra caramba. O começo da canção "A Quick One While he's away", com todos cantando em coro, me lembrou o Queen, que eu nem gosto mais. Mas gostei da canção, principalmente quando entram as guitarras.
Taj Mahal é outro artista que eu não conhecia. Um negão que canta bem pra cacete blues com guitarras de rock.
Vem depois a parte fofa do espetáculo: Marianne Faithfull, a namorada de Mick Jagger, e que deve ter entrado na roda dos Stones, canta em playback a belíssima "Something better". E ela estava linda.
O espetáculo vai melhorando quando entra John Lennon, com a banda The Dirty Mac, formada por Keith Richards, o baterista de Jimmy Hendrix e Eric Clapton nos solos. Eles mandam a música pra cortar os pulsos "Yer Blues". Muito boa a performance. E essa canção tem toda uma magia em torno dela, junto com todo o álbum branco. Já até ouvi boatos de que John queria se matar, por estar arrependido em ter vendido a alma ao demônio. Lendas. A horrorosa da Yoko Ono "canta" depois numa jam com a banda. Até que ficou legal.
Mas lendária mesmo é a apresentação dos Rolling Stones, que fecham com chave de ouro com 6 canções: Jumping Jack Flash (muito boa), Parachute Woman, No expectations, You can't always get what you want (uma das minhas preferidas da banda, apesar dos tons pessimistas),Sympathy for the Devil e Salt of the Earth. As duas últimas foram as mais memoráveis. De arrepiar, ver Mick Jagger arrancando a camisa e mostrando pinturas do capeta, o homenageado da noite. Sinistro e imperdível esse show.
FEMME FATALE
Acabei de vir da sessão de FEMME FATALE, do DePalma, e o filme é mesmo algo. Mas antes de o filme começar, logo quando eu cheguei no shopping me deparei com algo depalmiano: ao sair do banheiro e passar em frente a uma loja de roupas íntimas femininas, no lugar de uma manequim, lá estava uma bela garota de lingerie, sentada no lugar. Eu mesmo fiquei meio constrangido de chegar mais perto e ficar olhando pra cada detalhe da beldade que lá estava, por isso fui embora. Depois de passar numa loja de discos (fiquei tentado a comprar aquele disco solo da Paula Toller, mas resisti), eu quis voltar pra ver a moça na vitrine. Mas ao voltar, ela não estava mais lá. Pô! Isso encheu minha cabeça de "idéias". Heehhe..Será que ela estava realizando uma fantasia fazendo aquilo? Ou era mesmo marketing da loja (Assuntos Internos)? Vai saber...
No cinema, vi os traillers de EXTERMÍNIO (28 Days Later), de Danny Boyle, e percebi que vem filme de terror bão de novo por aí. Outro trailler que me chamou a atenção foi GAROTA VENENO (The Hot Chick), com o comediante Rob Scheineder. Sei lá, não ia muito com a cara dele, mas esse filme me chamou a atenção. É a história de uma menina bonita que acorda transformada em Rob Schneider.. Hehheeh..O outro filme interessante é O NOVATO (The Recruit), de Roger Donaldson e com Al Pacino no elenco.
Quanto ao FEMME FATALE é um filme que é um banquete para cinéfilos que curtem enxergar referências de outros filmes. Principalmente do próprio DePalma. Logo no início, com a homenagem ao filme noir clássico PACTO DE SANGUE. Rebecca Romijn-Stamos (alguém sabe como se pronuncia o sobrenome dela?) está vendo o filme, quase nua. Lembrei na hora de Melanie Grifith em DUBLÊ DE CORPO. Mas as auto-referências de DePalma não param por aí. Tem uma bem explícita de MISSÃO IMPOSSÍVEL, tem de HI, MOM, de UM TIRO NA NOITE etc. Sem falar que DePalma já recicla Hitchcock. JANELA INDISCRETA e UM CORPO QUE CAI são referências constantes no filme. Lá pelo meio do filme a imagem fica em tons sépias, lembrando CHINATOWN, do Polanski. Mas isso dura pouco. A música do filme, de Ryuichi Sakamoto está sempre presente e é ótima. O cara é muito bom, não fica "invisível" mesmo. Já tinha trabalho com DePalma em OLHOS DE SERPENTE. E a música que ele fez pra O CÉU QUE NOS PROTEGE é dez.
As cenas excitantes, logo no início com a Rebecca se pegando com aquela morena linda e seminua é super-sexy, assim como a cena de lap dancing no bar. Aquela cena do bar, com aquela música tocando alto ficou boa pra caramba. Aliás, cenas ótimas é o que não falta no filme. O final que lembra CIDADE DOS SONHOS de David Lynch é bem sacado, bem legal, ainda que não traga o impacto do filme do Lynch.
Se eu tenho alguma coisa a falar contra o filme, é mais a questão da falta de mais emoção, mas isso já parece ser uma marca do cinema de DePalma, mais cerebral e menos emocional. Mas nem por isso deixa de ser divertido e bem feito. Sem falar que o cara é um autor de verdade, todos os seus filmes trazem a sua marca. Os temas do duplo e o voyeurismo estão lá mais presentes do que nunca. Ah, e nem falei de Antonio Banderas, né? ehehehe.. O cara tá muito bem no filme como o fotógrafo de paparazzis.
Bom, melhor não contar mais nada. Vão ver o filme.
Acabei de vir da sessão de FEMME FATALE, do DePalma, e o filme é mesmo algo. Mas antes de o filme começar, logo quando eu cheguei no shopping me deparei com algo depalmiano: ao sair do banheiro e passar em frente a uma loja de roupas íntimas femininas, no lugar de uma manequim, lá estava uma bela garota de lingerie, sentada no lugar. Eu mesmo fiquei meio constrangido de chegar mais perto e ficar olhando pra cada detalhe da beldade que lá estava, por isso fui embora. Depois de passar numa loja de discos (fiquei tentado a comprar aquele disco solo da Paula Toller, mas resisti), eu quis voltar pra ver a moça na vitrine. Mas ao voltar, ela não estava mais lá. Pô! Isso encheu minha cabeça de "idéias". Heehhe..Será que ela estava realizando uma fantasia fazendo aquilo? Ou era mesmo marketing da loja (Assuntos Internos)? Vai saber...
No cinema, vi os traillers de EXTERMÍNIO (28 Days Later), de Danny Boyle, e percebi que vem filme de terror bão de novo por aí. Outro trailler que me chamou a atenção foi GAROTA VENENO (The Hot Chick), com o comediante Rob Scheineder. Sei lá, não ia muito com a cara dele, mas esse filme me chamou a atenção. É a história de uma menina bonita que acorda transformada em Rob Schneider.. Hehheeh..O outro filme interessante é O NOVATO (The Recruit), de Roger Donaldson e com Al Pacino no elenco.
Quanto ao FEMME FATALE é um filme que é um banquete para cinéfilos que curtem enxergar referências de outros filmes. Principalmente do próprio DePalma. Logo no início, com a homenagem ao filme noir clássico PACTO DE SANGUE. Rebecca Romijn-Stamos (alguém sabe como se pronuncia o sobrenome dela?) está vendo o filme, quase nua. Lembrei na hora de Melanie Grifith em DUBLÊ DE CORPO. Mas as auto-referências de DePalma não param por aí. Tem uma bem explícita de MISSÃO IMPOSSÍVEL, tem de HI, MOM, de UM TIRO NA NOITE etc. Sem falar que DePalma já recicla Hitchcock. JANELA INDISCRETA e UM CORPO QUE CAI são referências constantes no filme. Lá pelo meio do filme a imagem fica em tons sépias, lembrando CHINATOWN, do Polanski. Mas isso dura pouco. A música do filme, de Ryuichi Sakamoto está sempre presente e é ótima. O cara é muito bom, não fica "invisível" mesmo. Já tinha trabalho com DePalma em OLHOS DE SERPENTE. E a música que ele fez pra O CÉU QUE NOS PROTEGE é dez.
As cenas excitantes, logo no início com a Rebecca se pegando com aquela morena linda e seminua é super-sexy, assim como a cena de lap dancing no bar. Aquela cena do bar, com aquela música tocando alto ficou boa pra caramba. Aliás, cenas ótimas é o que não falta no filme. O final que lembra CIDADE DOS SONHOS de David Lynch é bem sacado, bem legal, ainda que não traga o impacto do filme do Lynch.
Se eu tenho alguma coisa a falar contra o filme, é mais a questão da falta de mais emoção, mas isso já parece ser uma marca do cinema de DePalma, mais cerebral e menos emocional. Mas nem por isso deixa de ser divertido e bem feito. Sem falar que o cara é um autor de verdade, todos os seus filmes trazem a sua marca. Os temas do duplo e o voyeurismo estão lá mais presentes do que nunca. Ah, e nem falei de Antonio Banderas, né? ehehehe.. O cara tá muito bem no filme como o fotógrafo de paparazzis.
Bom, melhor não contar mais nada. Vão ver o filme.
quinta-feira, janeiro 23, 2003
HALLSTROM E DUKE
Eu estou com uma preguiça daquelas. Não sei se é preguiça ou se é febre. Estou resolvendo aos poucos os problemas da semana, mas ainda deixei, como sou irresponsável, o mais chato dos problemas pra amanhã. Hoje só quero ir pra casa, dormir ou ver um outro Hitchcock, ou ver U2 ou Smashing Pumpkins, no DVD, com faixas de comentário. Por falar neles, descobri tardiamente o quanto os clipes de "Please" e "If God will send his Angels" são sensacionais. E quando a gente ouve a explicação dos diretores, aí que eles crescem mesmo. Dos Pumpkins, comecei a rever em ordem cronológica com os comentários.
Vou aproveitando o tempo aqui pra comentar os últimos filmes que vi. Não tenho tantos assim pra comentar, até queria deixar pra depois, pra acumular, mas quero deixar o dia com impressão de produtivo, apesar do cansaço, preguiça, febre, desânimo ou seja lá o que esteja me abatendo. Vamos aos filmes:
CHEGADAS E PARTIDAS (The Shipping News)
Lasse Hallstrom hoje é queridinho da Miramax. Aliás, acho que depois desse filme, nem a Miramax quer mais o sujeito. O filme é um pouco chatinho, mas tem bons momentos, uma ótima música, um Kevin Spacey esforçado e duas atrizes maravilhosas: Juliane Moore e Cate Blanchett. Aliás, essa última aparece de lingerie que é uma beleza. Comecei a me acostumar com a beleza fora do comum das duas e adoro o trabalho delas. No filme, Spacey é um sujeito bem loser, que é traumatizado com os maus tratos de seu pai e hoje se acha um inútil. Trabalha na parte gráfica de um jornal. A primeira mudança de sua vida acontece quando ele conhece e se casa com Cate Blanchett, que depois de alguns anos juntos passa a sair com outros caras e humilhar o coitado do marido, que fica em casa cuidando da filha. Outra mudança acontece quando ela o abandona e ele viaja com a tia (Judi Dench) pra cidadezinha gelada de seus ancestrais. É lá que as mudanças também o afetarão interiormente. Pena que do meio pro fim o filme perca o caminho. Parece que Hallstrom está numa trajetória descendente em seus três últimos trabalhos com cara de indicados ao Oscar: começou bem com REGRAS DA VIDA, está passável em CHOCOLATE e nesse filme desce ladeira abaixo.
TRAINDO O INIMIGO (Deep Cover)
Vocês se lembram do Bill Duke? No começo dos anos 90 ele dirigiu o ótimo PERIGOSAMENTE HARLEM (1991), que trazia um grande elenco de atores negros(Forest Whitaker, Gregory Hines, Danny Glover) e a bela e exuberante Robin Givens (ex-mulher do canibal Mike Tyson), numa trama ágil e divertida. Faz tempo que eu vi e me lembro de ter gostado muito. Recentemente gravei da TNT um filme de 1992 do rapaz. TRAINDO O INIMIGO traz Laurence Fishburne como um policial que se infiltra num grupo de traficantes de cocaína, com o objetivo de fazer jogo duplo até chegar ao peixe grande. Faz amizade com o traficante Jeff Goldblum e se envolve emocionalmente com uma moça da máfia. O maior drama do filme é que Fishburne se dá melhor na vida como traficante do que como policial. O filme não é tão bom quanto o anterior de Duke, mas é entretenimento dos bons.
Eu vi também SABOTAGEM do Hitchcock, mas comento em outra oportunidade.
Eu estou com uma preguiça daquelas. Não sei se é preguiça ou se é febre. Estou resolvendo aos poucos os problemas da semana, mas ainda deixei, como sou irresponsável, o mais chato dos problemas pra amanhã. Hoje só quero ir pra casa, dormir ou ver um outro Hitchcock, ou ver U2 ou Smashing Pumpkins, no DVD, com faixas de comentário. Por falar neles, descobri tardiamente o quanto os clipes de "Please" e "If God will send his Angels" são sensacionais. E quando a gente ouve a explicação dos diretores, aí que eles crescem mesmo. Dos Pumpkins, comecei a rever em ordem cronológica com os comentários.
Vou aproveitando o tempo aqui pra comentar os últimos filmes que vi. Não tenho tantos assim pra comentar, até queria deixar pra depois, pra acumular, mas quero deixar o dia com impressão de produtivo, apesar do cansaço, preguiça, febre, desânimo ou seja lá o que esteja me abatendo. Vamos aos filmes:
CHEGADAS E PARTIDAS (The Shipping News)
Lasse Hallstrom hoje é queridinho da Miramax. Aliás, acho que depois desse filme, nem a Miramax quer mais o sujeito. O filme é um pouco chatinho, mas tem bons momentos, uma ótima música, um Kevin Spacey esforçado e duas atrizes maravilhosas: Juliane Moore e Cate Blanchett. Aliás, essa última aparece de lingerie que é uma beleza. Comecei a me acostumar com a beleza fora do comum das duas e adoro o trabalho delas. No filme, Spacey é um sujeito bem loser, que é traumatizado com os maus tratos de seu pai e hoje se acha um inútil. Trabalha na parte gráfica de um jornal. A primeira mudança de sua vida acontece quando ele conhece e se casa com Cate Blanchett, que depois de alguns anos juntos passa a sair com outros caras e humilhar o coitado do marido, que fica em casa cuidando da filha. Outra mudança acontece quando ela o abandona e ele viaja com a tia (Judi Dench) pra cidadezinha gelada de seus ancestrais. É lá que as mudanças também o afetarão interiormente. Pena que do meio pro fim o filme perca o caminho. Parece que Hallstrom está numa trajetória descendente em seus três últimos trabalhos com cara de indicados ao Oscar: começou bem com REGRAS DA VIDA, está passável em CHOCOLATE e nesse filme desce ladeira abaixo.
TRAINDO O INIMIGO (Deep Cover)
Vocês se lembram do Bill Duke? No começo dos anos 90 ele dirigiu o ótimo PERIGOSAMENTE HARLEM (1991), que trazia um grande elenco de atores negros(Forest Whitaker, Gregory Hines, Danny Glover) e a bela e exuberante Robin Givens (ex-mulher do canibal Mike Tyson), numa trama ágil e divertida. Faz tempo que eu vi e me lembro de ter gostado muito. Recentemente gravei da TNT um filme de 1992 do rapaz. TRAINDO O INIMIGO traz Laurence Fishburne como um policial que se infiltra num grupo de traficantes de cocaína, com o objetivo de fazer jogo duplo até chegar ao peixe grande. Faz amizade com o traficante Jeff Goldblum e se envolve emocionalmente com uma moça da máfia. O maior drama do filme é que Fishburne se dá melhor na vida como traficante do que como policial. O filme não é tão bom quanto o anterior de Duke, mas é entretenimento dos bons.
Eu vi também SABOTAGEM do Hitchcock, mas comento em outra oportunidade.
domingo, janeiro 19, 2003
O CHAMADO (The Ring)
Acabei de vir da pré-estréia de O CHAMADO! O que eu posso dizer? É um dos filmes mais assustadores que eu já vi. E eu não me lembro de ter visto tanta gente dizendo "caralho" e "puta que pariu" na sala. Não é recomendado para pessoas com problemas do coração. Por enquanto, é o melhor filme do ano. (Claro, o ano começou agora...hehehe..) Legal ver de novo a Naomi Watts num puta filme. Depois de sua participação brilhante em MULHOLLAND DR. ela está nesse filme de Gore Verbinski. Aliás, quem é Gore Verbinski? O cara até já tem a palavra "gore" no nome. Será um novo mestre do terror pintando por aí? Será que PIRATAS DO CARIBE vai ser um outro filme muito foda? Não sei. Só sei que ver O CHAMADO é uma experiência e tanto. E eu quero ver o filme japonês que deu origem a esse (RINGU), já que dizem que o original é melhor. Só não sei como.
Pra quem ainda não sabe, o filme traz uma história sobre uma fita de video que depois que você assiste, morre em sete dias. Naomi Watts é uma repórter que tem uma familiar morta por causa da fita e decide investigar, chegando, inclusive, a ver também a tal fita. Daí em diante, tome sustos, momentos de aflição, o tempo passando, novas descobertas aparecendo e mais e mais cenas assustadoras. Assistam. Ou não.
PS: Soube agora há pouco que Gore Verbinski, além de ter feito A MEXICANA e O RATINHO ENCRENQUEIRO, fez também aquele comercial da Budweiser com os sapos. Lembram desse? Pois é, o cara era da publicidade.
Acabei de vir da pré-estréia de O CHAMADO! O que eu posso dizer? É um dos filmes mais assustadores que eu já vi. E eu não me lembro de ter visto tanta gente dizendo "caralho" e "puta que pariu" na sala. Não é recomendado para pessoas com problemas do coração. Por enquanto, é o melhor filme do ano. (Claro, o ano começou agora...hehehe..) Legal ver de novo a Naomi Watts num puta filme. Depois de sua participação brilhante em MULHOLLAND DR. ela está nesse filme de Gore Verbinski. Aliás, quem é Gore Verbinski? O cara até já tem a palavra "gore" no nome. Será um novo mestre do terror pintando por aí? Será que PIRATAS DO CARIBE vai ser um outro filme muito foda? Não sei. Só sei que ver O CHAMADO é uma experiência e tanto. E eu quero ver o filme japonês que deu origem a esse (RINGU), já que dizem que o original é melhor. Só não sei como.
Pra quem ainda não sabe, o filme traz uma história sobre uma fita de video que depois que você assiste, morre em sete dias. Naomi Watts é uma repórter que tem uma familiar morta por causa da fita e decide investigar, chegando, inclusive, a ver também a tal fita. Daí em diante, tome sustos, momentos de aflição, o tempo passando, novas descobertas aparecendo e mais e mais cenas assustadoras. Assistam. Ou não.
PS: Soube agora há pouco que Gore Verbinski, além de ter feito A MEXICANA e O RATINHO ENCRENQUEIRO, fez também aquele comercial da Budweiser com os sapos. Lembram desse? Pois é, o cara era da publicidade.
sexta-feira, janeiro 17, 2003
MINI-FESTIVAL DARIO ARGENTO
PRELÚDIO PARA MATAR (Profondo Rosso/Deep Red)/ SUSPIRIA / MANSÃO DO INFERNO (Inferno)
Acabei de ver os três filmes do Argento que o Fábio mandou pra mim. Antes de comentá-los, quero agradecer muito ao Fábio e, por tabela, ao Primati e ao Thomaz por terem fornecido as cópias para o Fábio. Se não fosse por vocês, eu não teria conhecido essa preciosidade. Bom, vamos aos filmes.
O primeiro filme da fita, PRELÚDIO PARA MATAR (1975), é um giallo com direito a assassino de luvas pretas e tal. A primeira coisa que me chamou a atenção nesse filme foi a música do grupo Goblin. A música é tão legal que ver os assassinatos acaba sendo bem prazeroso. Associamos o prazer da música da banda com as mortes cruéis mostradas com muitos tons de vermelho. Já que eu mencionei o vermelho, outra marca do cinema de Dario Argento é a fotografia estilizada, a direção de arte caprichada, a câmera que sempre pega o melhor ângulo de maneira original. Enfim, o cara é um mestre mesmo. A história desse filme é até simples: sujeito é testemunha de um assassinato e o assassino começa a persegui-lo também. Junto com ele, uma repórter com um fusquinha caindo aos pedaços e que contribui para o elemento mais leve e engraçado do filme. Outro detalhe que eu achei bem característico do cinema de horror italiano em geral percebi numa cena em que o protagonista entra num velho prédio e começa a quebrar as paredes de lá à procura de um mistério escondido. Esse ato de esconder coisas (ou corpos) atrás de paredes também é visto em A CATEDRAL, de Michelle Soavi e em THE BEYOND, do Lucio Fulci. Não sei se alguém já fez esse tipo de comparação, mas talvez isso seja uma característica européia. Muitas coisas existem dentro ou debaixo de igrejas ou prédios antigos, sem falar nos esgotos. O filme também lembra o estilo de suspense de Hitchcock, com a diferença que Hitchcock já costumava entregar o assassino logo no início do filme. Pra terminar, o filme tem uma cena gore genial e inesquecível, com um carro arrastando um homem e em seguida outro passando por cima da cabeça. Coisa de louco. O filme está com áudio em italiano e legendas em inglês.
Mas o melhor estaria pra vir. SUSPIRIA (1977) está com ótima qualidade de imagem e som, graças ao DVD especial do Primati. Além do mais, tem close caption e áudio em inglês. As imagens do filme enchem os olhos e é o tipo do filme que quando termina a gente tem vontade de assistir de novo. Impressionante. SUSPIRIA é o primeiro filme da trilogia inacabada das três mães, as três bruxas. A bruxa desse filme é Mater Suspiriorum, ou a mãe dos suspiros. A história se passa em Freiburg, Alemanha, onde uma garota chega para aulas de balé. Desde a chegada dela no aeroporto até o final abrupto e sem explicações, Argento capricha na bela fotografia (muito azul e vermelho), nas cenas gore e na música, também do Goblin. Sensacional a cena em que a moça está dormindo e ouve o ruído assustador de alguém dormindo no escuro detrás da cortina. De arrepiar. O clima de bruxaria e de mortes misteriosas é fascinante e o filme não explicar muito da história acaba o tornando ainda mais charmoso. Até me fez lembrar de A BRUXA DE BLAIR, só que mais caprichado e longe do estilo pseudo-documental. Acho que dos três filmes da fita, esse é o meu preferido.
O filme seguinte, A MANSÃO DO INFERNO (1980), é o segundo filme da trilogia das três bruxas. Nesse filme, a bruxa responsável pelo tormento dos personagens é a Mater Tenebrarum, a mãe das trevas. Esse filme foi o que me deu mais trabalho de ver, já que, além de a história ser bem intrincada e misteriosa, a fita estava sem legendas e com áudio em inglês bem baixo e muito difícil de ouvir. Acabei tendo que pesquisar na internet e, achei ótimos textos do Thomaz e brilhantes ensaios sobre vários filmes de Argento no site www.kinoeye.org . Foi então que eu pude entender o que o livro que a personagem inicial do filme dizia. Através do site eu soube que o livro misterioso falava, entre outras coisas, onde ficavam as três bruxas - a mãe dos suspiros na Alemanha (mostrada em SUSPIRIA), a mãe das trevas em Nova York e a mãe das lágrimas, em Roma. As duas últimas são mostradas nesse filme. Parece que nesses dois filmes, Argento pouco liga pra explicações, o que conta mesmo é o clima de sonho/pesadelo, as mortes e o mistério. E bote mistério nisso.
PRELÚDIO PARA MATAR (Profondo Rosso/Deep Red)/ SUSPIRIA / MANSÃO DO INFERNO (Inferno)
Acabei de ver os três filmes do Argento que o Fábio mandou pra mim. Antes de comentá-los, quero agradecer muito ao Fábio e, por tabela, ao Primati e ao Thomaz por terem fornecido as cópias para o Fábio. Se não fosse por vocês, eu não teria conhecido essa preciosidade. Bom, vamos aos filmes.
O primeiro filme da fita, PRELÚDIO PARA MATAR (1975), é um giallo com direito a assassino de luvas pretas e tal. A primeira coisa que me chamou a atenção nesse filme foi a música do grupo Goblin. A música é tão legal que ver os assassinatos acaba sendo bem prazeroso. Associamos o prazer da música da banda com as mortes cruéis mostradas com muitos tons de vermelho. Já que eu mencionei o vermelho, outra marca do cinema de Dario Argento é a fotografia estilizada, a direção de arte caprichada, a câmera que sempre pega o melhor ângulo de maneira original. Enfim, o cara é um mestre mesmo. A história desse filme é até simples: sujeito é testemunha de um assassinato e o assassino começa a persegui-lo também. Junto com ele, uma repórter com um fusquinha caindo aos pedaços e que contribui para o elemento mais leve e engraçado do filme. Outro detalhe que eu achei bem característico do cinema de horror italiano em geral percebi numa cena em que o protagonista entra num velho prédio e começa a quebrar as paredes de lá à procura de um mistério escondido. Esse ato de esconder coisas (ou corpos) atrás de paredes também é visto em A CATEDRAL, de Michelle Soavi e em THE BEYOND, do Lucio Fulci. Não sei se alguém já fez esse tipo de comparação, mas talvez isso seja uma característica européia. Muitas coisas existem dentro ou debaixo de igrejas ou prédios antigos, sem falar nos esgotos. O filme também lembra o estilo de suspense de Hitchcock, com a diferença que Hitchcock já costumava entregar o assassino logo no início do filme. Pra terminar, o filme tem uma cena gore genial e inesquecível, com um carro arrastando um homem e em seguida outro passando por cima da cabeça. Coisa de louco. O filme está com áudio em italiano e legendas em inglês.
Mas o melhor estaria pra vir. SUSPIRIA (1977) está com ótima qualidade de imagem e som, graças ao DVD especial do Primati. Além do mais, tem close caption e áudio em inglês. As imagens do filme enchem os olhos e é o tipo do filme que quando termina a gente tem vontade de assistir de novo. Impressionante. SUSPIRIA é o primeiro filme da trilogia inacabada das três mães, as três bruxas. A bruxa desse filme é Mater Suspiriorum, ou a mãe dos suspiros. A história se passa em Freiburg, Alemanha, onde uma garota chega para aulas de balé. Desde a chegada dela no aeroporto até o final abrupto e sem explicações, Argento capricha na bela fotografia (muito azul e vermelho), nas cenas gore e na música, também do Goblin. Sensacional a cena em que a moça está dormindo e ouve o ruído assustador de alguém dormindo no escuro detrás da cortina. De arrepiar. O clima de bruxaria e de mortes misteriosas é fascinante e o filme não explicar muito da história acaba o tornando ainda mais charmoso. Até me fez lembrar de A BRUXA DE BLAIR, só que mais caprichado e longe do estilo pseudo-documental. Acho que dos três filmes da fita, esse é o meu preferido.
O filme seguinte, A MANSÃO DO INFERNO (1980), é o segundo filme da trilogia das três bruxas. Nesse filme, a bruxa responsável pelo tormento dos personagens é a Mater Tenebrarum, a mãe das trevas. Esse filme foi o que me deu mais trabalho de ver, já que, além de a história ser bem intrincada e misteriosa, a fita estava sem legendas e com áudio em inglês bem baixo e muito difícil de ouvir. Acabei tendo que pesquisar na internet e, achei ótimos textos do Thomaz e brilhantes ensaios sobre vários filmes de Argento no site www.kinoeye.org . Foi então que eu pude entender o que o livro que a personagem inicial do filme dizia. Através do site eu soube que o livro misterioso falava, entre outras coisas, onde ficavam as três bruxas - a mãe dos suspiros na Alemanha (mostrada em SUSPIRIA), a mãe das trevas em Nova York e a mãe das lágrimas, em Roma. As duas últimas são mostradas nesse filme. Parece que nesses dois filmes, Argento pouco liga pra explicações, o que conta mesmo é o clima de sonho/pesadelo, as mortes e o mistério. E bote mistério nisso.
segunda-feira, janeiro 13, 2003
007 - UM NOVO DIA PARA MORRER (Die Another Day)
Bom, como sempre os filmes de James Bond não são extraordinariamente bons, tem uma fórmula que eu acho ser uma camisa de força. Ainda bem que dessa vez, o homem por trás da câmera era Lee Tamahori. O cara é dos bons. Quem ainda não viu O AMOR E A FÚRIA, drama pungente que ele fez ainda na Nova Zelândia, precisa ver. Continua sendo o melhor filme dele, ainda que ele tenha feito outros filmes legais quando Hollywood o fisgou (NO LIMITE, NA TEIA DA ARANHA). Mas acho que ele fez a diferença nessa nova aventura. Fez um James Bond mais humano e frágil, dentro do possível, é claro. Não dá nem pra comparar esse filme com o anterior, o horrível O MUNDO NÃO É O BASTANTE. Arghh.. Esse começa muito bem e a cena seguinte, o clipe da Madonna, mostrando fogo, gelo, escorpiões e James Bond sendo torturado, corre o risco de ser o melhor da série. Bem legal mesmo. E a canção da Madonna, que inicialmente eu não gostei, no cinema eu achei uma beleza. A ponta da Madonna no filme é que foi meio sem graça, mas tudo bem. O filme também acertou nas Bond girls - Halle Berry e Rosamund Pike são lindas, eu, preferindo essa última. Os vilões também não fazem feio ( Zao e Gustav Graves). Como sempre, me canso no final com esse tipo de filme, cheio de explosões. Mas apesar de tudo, esse saiu melhor que a encomenda.
DAMAS DE FERRO (Sa tree lex)
Esse filme eu assisti no primeiro domingo do ano. E nem quis comentar logo porque odiei o dito cujo. É a história real (!) de um time de voleibol formado por gays e travestis e que ganhou o campeonato nacional da Tailândia. Duas coisas que fizeram eu não ter gostado do filme: 1) não gosto de filmes sobre esportes e 2) não gosto de filmes mostrando bichas loucas desvairadas, e apelando pra piadas, estilo PRISCILA. Não curto os gêneros. E o que é que eu tava fazendo naquela sala? Eu mesmo me perguntava isso. A tortura durou 1h40min. E o pior é que a sala do Espaço Unibanco tava cheia. O pior veio depois quando voltei pra casa e ainda peguei o ônibus errado. Fui parar no terminal do Siqueira e demorei horas pra chegar na minha casa, sofrendo da maldita amigdalite. Arghh.. E eu que queria esquecer isso. Não riam de mim, por favor.
O SUSPEITO DA RUA ARLINGTON (Arlington Road)
Em 1999 eu fui ao cinema ver esse filme mas devido a problemas no projetor, eu só pude ver metade dele. O ruim é que eles deram um vale ingresso, mas na semana seguinte o filme já tinha saído de cartaz. Só agora no finalzinho de 2002 eu fui alugar o DVD. Gravei numa fitinha VHS e vi recentemente. Filmão esse do Mark Pellington. Da primeira a última cena, o filme empolga. Na história, Jeff Bridges começa a suspeitar que o seu vizinho, Tim Robbins, é um terrorista perigoso. A tensão cresce até o momento final, com uma conclusão bem fora do comum. E outro destaque é Joan Cusack como a esposa de Robbins. Assustadora com aquele sorriso dela. Caramba! Não sei se o filme teria sido feito hoje, depois dos ataques de 11 de setembro. Ah, e no DVD, tem o final alternativo também.
Bom, como sempre os filmes de James Bond não são extraordinariamente bons, tem uma fórmula que eu acho ser uma camisa de força. Ainda bem que dessa vez, o homem por trás da câmera era Lee Tamahori. O cara é dos bons. Quem ainda não viu O AMOR E A FÚRIA, drama pungente que ele fez ainda na Nova Zelândia, precisa ver. Continua sendo o melhor filme dele, ainda que ele tenha feito outros filmes legais quando Hollywood o fisgou (NO LIMITE, NA TEIA DA ARANHA). Mas acho que ele fez a diferença nessa nova aventura. Fez um James Bond mais humano e frágil, dentro do possível, é claro. Não dá nem pra comparar esse filme com o anterior, o horrível O MUNDO NÃO É O BASTANTE. Arghh.. Esse começa muito bem e a cena seguinte, o clipe da Madonna, mostrando fogo, gelo, escorpiões e James Bond sendo torturado, corre o risco de ser o melhor da série. Bem legal mesmo. E a canção da Madonna, que inicialmente eu não gostei, no cinema eu achei uma beleza. A ponta da Madonna no filme é que foi meio sem graça, mas tudo bem. O filme também acertou nas Bond girls - Halle Berry e Rosamund Pike são lindas, eu, preferindo essa última. Os vilões também não fazem feio ( Zao e Gustav Graves). Como sempre, me canso no final com esse tipo de filme, cheio de explosões. Mas apesar de tudo, esse saiu melhor que a encomenda.
DAMAS DE FERRO (Sa tree lex)
Esse filme eu assisti no primeiro domingo do ano. E nem quis comentar logo porque odiei o dito cujo. É a história real (!) de um time de voleibol formado por gays e travestis e que ganhou o campeonato nacional da Tailândia. Duas coisas que fizeram eu não ter gostado do filme: 1) não gosto de filmes sobre esportes e 2) não gosto de filmes mostrando bichas loucas desvairadas, e apelando pra piadas, estilo PRISCILA. Não curto os gêneros. E o que é que eu tava fazendo naquela sala? Eu mesmo me perguntava isso. A tortura durou 1h40min. E o pior é que a sala do Espaço Unibanco tava cheia. O pior veio depois quando voltei pra casa e ainda peguei o ônibus errado. Fui parar no terminal do Siqueira e demorei horas pra chegar na minha casa, sofrendo da maldita amigdalite. Arghh.. E eu que queria esquecer isso. Não riam de mim, por favor.
O SUSPEITO DA RUA ARLINGTON (Arlington Road)
Em 1999 eu fui ao cinema ver esse filme mas devido a problemas no projetor, eu só pude ver metade dele. O ruim é que eles deram um vale ingresso, mas na semana seguinte o filme já tinha saído de cartaz. Só agora no finalzinho de 2002 eu fui alugar o DVD. Gravei numa fitinha VHS e vi recentemente. Filmão esse do Mark Pellington. Da primeira a última cena, o filme empolga. Na história, Jeff Bridges começa a suspeitar que o seu vizinho, Tim Robbins, é um terrorista perigoso. A tensão cresce até o momento final, com uma conclusão bem fora do comum. E outro destaque é Joan Cusack como a esposa de Robbins. Assustadora com aquele sorriso dela. Caramba! Não sei se o filme teria sido feito hoje, depois dos ataques de 11 de setembro. Ah, e no DVD, tem o final alternativo também.
sexta-feira, janeiro 10, 2003
FESTIVAL DE WESTERNS
Como atualmente tá difícil ver filmes bons no cinema, temos que apelar para a telinha. Recentemente vi quatro westerns de boa (ou ótima) qualidade. Seguem abaixo os comentários dos mesmos:
WYATT EARP
Este épico de mais de 3 horas de duração, dirigido por Lawrence Kasdan (um de meus diretores favoritos) conta a história do lendário homem da lei Wyatt Earp (Kevin Costner) desde a sua adolescência, quando tentou fugir de casa para ir para a cidade, mas foi impedido pelo pai (Gene Hackman), até a velhice. Em se tratando de atores, WYATT EARP é o western que tem um dos melhores elencos que eu já vi. Além dos já citados Kevin Costner e Gene Hackman, o filme ainda traz Dennis Quaid, Michael Madsen, Isabella Rosselini, Bill Pullman, Jeff Fahey, Tom Sizemore, Téa Leoni, entre outros. O filme tem aquele estilo lentão característico dos filmes de Kasdan, mas com um tom mais épico, acentuado pela bela trilha de James Newton Howard. A história tem tons trágicos já do início quando Earp sofre pela perda da esposa e parte para uma vida errante. Quando se torna xerife, ele adota o desarmamento nas cidades por onde passa. Além de o filme ter um Kevin Costner no auge da carreira, um outro destaque é Dennis Quaid no papel de um tuberculoso Doc Holiday. Esse personagem é fascinante. Interessante conhecer essas lendas americanas do século XIX. Vale muito assistir esse filme, nem que seja "em fascículos", por causa da longa duração. Uma curiosidade: no IMDB constam 28 filmes com o personagem Wyatt Earp e 20 com Doc Holliday.
Um diálogo entre Earp e Holiday:
Wyatt Earp: You been a good friend to me, Doc
Doc Holliday: Shut up.
WILD BILL
Wild Bill foi outro lendário homem da lei do oeste americano. Ele foi contemporâneio do mais lendário ainda Buffalo Bill Cody, que aparece rapidamente no filme, interpretado por Keith Carradine. Quem faz o papel título é Jeff Bridges. No começo achei meio esquisito ver Bridges de cowboy, mas depois fui me acostumando. O grande drama da vida de Wild Bill é que ele tinha glaucoma. Ele sabia que iria ficar cego e sofria de dores nos olhos. O filme começa contando de fases importantes da vida de Bill até se centrar no último período de sua vida, quando ele está sofrendo com a doença e com a perseguição do garoto David Arquette. O elenco também é estelar: além dos já citados, tem as beldades Diane Lane e Christina Applegate e também Ellen Barkin e John Hurt. Esse telefilme não é dos melhores de Walter Hill, mas é bem melhor do que o último filme do homem (O IMBATÍVEL).
ONDE COMEÇA O INFERNO (Rio Bravo)
RIO BRAVO, de Howard Hawks, é um dos filmes mais festejados do gênero western. Depois de tanto ouvir falar de sua influência em obras de John Carpenter (ASSALTO À 13a D.P. e FANTASMAS DE MARTE), resolvi eu também conhecer o célebre filme. Não é dos meus westerns favoritos, ainda prefiro John Ford e Sergio Leone, mas o filme de Hawks tem um charme especial. John Wayne é um xerife de uma cidadezinha que toma conta de uma delegacia com um único preso. Os seus ajudantes são um alcóolatra (vivido por Dean Martin) e um velho aleijado. Ele, ao mesmo tempo, tem que lidar com a falta de jeito com as mulheres. Uma especialmente bela o assedia. O filme tem muito bom humor, uma cena final de tiroteio excelente e o eterno cowboy John Wayne. Não dá pra reclamar, né?
FÚRIA NO ALASKA (North to Alaska)
Por falar em John Wayne e bom humor, esse filme que passou no Corujão da Globo dias atrás me pegou de surpresa. É um filme de Henry Hathaway que se assume como comédia. E o legal é que John Wayne se sai como um ótimo comediante. A história gira em torno de Sam (Wayne) levar uma garota francesa até seu amigo, no Alaska. Como a mulher se casou, Wayne decide levar outra francesa, esta prostituta (a bela atriz Capucine - que nome, hein? heheheh). Acontece que ele se apaixona pela francesa e aí quando ele chega no Alaska as coisas se complicam. Filme bem legal e divertido.
Como atualmente tá difícil ver filmes bons no cinema, temos que apelar para a telinha. Recentemente vi quatro westerns de boa (ou ótima) qualidade. Seguem abaixo os comentários dos mesmos:
WYATT EARP
Este épico de mais de 3 horas de duração, dirigido por Lawrence Kasdan (um de meus diretores favoritos) conta a história do lendário homem da lei Wyatt Earp (Kevin Costner) desde a sua adolescência, quando tentou fugir de casa para ir para a cidade, mas foi impedido pelo pai (Gene Hackman), até a velhice. Em se tratando de atores, WYATT EARP é o western que tem um dos melhores elencos que eu já vi. Além dos já citados Kevin Costner e Gene Hackman, o filme ainda traz Dennis Quaid, Michael Madsen, Isabella Rosselini, Bill Pullman, Jeff Fahey, Tom Sizemore, Téa Leoni, entre outros. O filme tem aquele estilo lentão característico dos filmes de Kasdan, mas com um tom mais épico, acentuado pela bela trilha de James Newton Howard. A história tem tons trágicos já do início quando Earp sofre pela perda da esposa e parte para uma vida errante. Quando se torna xerife, ele adota o desarmamento nas cidades por onde passa. Além de o filme ter um Kevin Costner no auge da carreira, um outro destaque é Dennis Quaid no papel de um tuberculoso Doc Holiday. Esse personagem é fascinante. Interessante conhecer essas lendas americanas do século XIX. Vale muito assistir esse filme, nem que seja "em fascículos", por causa da longa duração. Uma curiosidade: no IMDB constam 28 filmes com o personagem Wyatt Earp e 20 com Doc Holliday.
Um diálogo entre Earp e Holiday:
Wyatt Earp: You been a good friend to me, Doc
Doc Holliday: Shut up.
WILD BILL
Wild Bill foi outro lendário homem da lei do oeste americano. Ele foi contemporâneio do mais lendário ainda Buffalo Bill Cody, que aparece rapidamente no filme, interpretado por Keith Carradine. Quem faz o papel título é Jeff Bridges. No começo achei meio esquisito ver Bridges de cowboy, mas depois fui me acostumando. O grande drama da vida de Wild Bill é que ele tinha glaucoma. Ele sabia que iria ficar cego e sofria de dores nos olhos. O filme começa contando de fases importantes da vida de Bill até se centrar no último período de sua vida, quando ele está sofrendo com a doença e com a perseguição do garoto David Arquette. O elenco também é estelar: além dos já citados, tem as beldades Diane Lane e Christina Applegate e também Ellen Barkin e John Hurt. Esse telefilme não é dos melhores de Walter Hill, mas é bem melhor do que o último filme do homem (O IMBATÍVEL).
ONDE COMEÇA O INFERNO (Rio Bravo)
RIO BRAVO, de Howard Hawks, é um dos filmes mais festejados do gênero western. Depois de tanto ouvir falar de sua influência em obras de John Carpenter (ASSALTO À 13a D.P. e FANTASMAS DE MARTE), resolvi eu também conhecer o célebre filme. Não é dos meus westerns favoritos, ainda prefiro John Ford e Sergio Leone, mas o filme de Hawks tem um charme especial. John Wayne é um xerife de uma cidadezinha que toma conta de uma delegacia com um único preso. Os seus ajudantes são um alcóolatra (vivido por Dean Martin) e um velho aleijado. Ele, ao mesmo tempo, tem que lidar com a falta de jeito com as mulheres. Uma especialmente bela o assedia. O filme tem muito bom humor, uma cena final de tiroteio excelente e o eterno cowboy John Wayne. Não dá pra reclamar, né?
FÚRIA NO ALASKA (North to Alaska)
Por falar em John Wayne e bom humor, esse filme que passou no Corujão da Globo dias atrás me pegou de surpresa. É um filme de Henry Hathaway que se assume como comédia. E o legal é que John Wayne se sai como um ótimo comediante. A história gira em torno de Sam (Wayne) levar uma garota francesa até seu amigo, no Alaska. Como a mulher se casou, Wayne decide levar outra francesa, esta prostituta (a bela atriz Capucine - que nome, hein? heheheh). Acontece que ele se apaixona pela francesa e aí quando ele chega no Alaska as coisas se complicam. Filme bem legal e divertido.
segunda-feira, janeiro 06, 2003
MINI-FESTIVAL JACKIE CHAN
"I don´t use special effect, I am the special effect..."
(Jackie Chan)
Nos últimos dias assisti a três filmes com Jackie Chan, puxados pelo mais recente filme do chinês simpático nos cinemas. Alguns comentários rápidos:
O TERNO DE 2 BILHÕES DE DÓLARES (The Tuxedo) - 2002
Talvez o mais fraco dos filmes que Chan fez em Hollywood. Tem alguns momentos bons e bem engraçados, mas o problema é a história, meio boba, envolvendo um terno super-poderoso. A melhor coisa é mesmo o próprio Chan e Jenniffer Love Hewit na cena de vestidinho azul (Meu Deus! O que é aquilo?) Engraçada a cena em que ela dá um código secreto pra ele e ele quebra a cara. Outra cena que vale o ingresso é a cena em que Chan imita o James Brown, cantando "Sex Machine". É um filme fraquinho que não explora bem o grande potencial de Jackie Chan, mas que também não chega a ser ruim.
A HORA DO RUSH (Rush Hour) - 1998
Esse já funciona melhor. Há tempos tinha guardado numa cópia do SBT. Aproveitei que ia ficar em casa no dia 1º de janeiro e, depois da posse do Lula, chamei o meu sobrinho, que adora o Jackie Chan, pra assistir comigo. Apesar de falarem mal do Chris Tucker, eu acho ele divertido. A primeira cena dele contracenando com Jackie Chan e achando que esse não falava inglês é ótima. Mas como quem quer ver filmes de Chan, quer ver as lutas bem coreografadas e divertidas, A HORA DO RUSH decepciona um pouco. Mas não deixa de ser bem divertido. A continuação manteve o bom nível e vem aí A HORA DO RUSH 3.
QUEM SOU EU? (Who Am I? / Ngo si sui) - 1998
Esse já é um puta filme de Chan. Ele é um dos diretores do filme, por isso o filme é tão bom. No filme, ele é o agente Jackie Chan (mesmo nome do ator) que cai de um avião e perde a memória. Ele é salvo pelas várias árvores que amortecem a queda e pela tribo indígena africana que trata dele. De bolar de rir a cena em que ele, já vestido de índio, vai salvar um sujeito que levou uma mordida de cobra. Depois disso o filme ainda tem muita ação e muitas situações engraçadas. É o que eu chamo de diversão nota 10 e pra toda a família. É altamente prazeroso ver um filme desses, sem pretenção alguma, mas que vale muito mais do que um monte de filme metidos a intelectuais. Talvez o melhor filme de Chan nos anos 90. Gravado da Record.
Infelizmente, apesar de bem legais, os três filmes ainda não representam o melhor da filmografia do rapaz. Ainda pretendo ver os filmes dele da década de 80 produzidos em Hong Kong. Dizem que tem coisas sensacionais nessa fase.
"I don´t use special effect, I am the special effect..."
(Jackie Chan)
Nos últimos dias assisti a três filmes com Jackie Chan, puxados pelo mais recente filme do chinês simpático nos cinemas. Alguns comentários rápidos:
O TERNO DE 2 BILHÕES DE DÓLARES (The Tuxedo) - 2002
Talvez o mais fraco dos filmes que Chan fez em Hollywood. Tem alguns momentos bons e bem engraçados, mas o problema é a história, meio boba, envolvendo um terno super-poderoso. A melhor coisa é mesmo o próprio Chan e Jenniffer Love Hewit na cena de vestidinho azul (Meu Deus! O que é aquilo?) Engraçada a cena em que ela dá um código secreto pra ele e ele quebra a cara. Outra cena que vale o ingresso é a cena em que Chan imita o James Brown, cantando "Sex Machine". É um filme fraquinho que não explora bem o grande potencial de Jackie Chan, mas que também não chega a ser ruim.
A HORA DO RUSH (Rush Hour) - 1998
Esse já funciona melhor. Há tempos tinha guardado numa cópia do SBT. Aproveitei que ia ficar em casa no dia 1º de janeiro e, depois da posse do Lula, chamei o meu sobrinho, que adora o Jackie Chan, pra assistir comigo. Apesar de falarem mal do Chris Tucker, eu acho ele divertido. A primeira cena dele contracenando com Jackie Chan e achando que esse não falava inglês é ótima. Mas como quem quer ver filmes de Chan, quer ver as lutas bem coreografadas e divertidas, A HORA DO RUSH decepciona um pouco. Mas não deixa de ser bem divertido. A continuação manteve o bom nível e vem aí A HORA DO RUSH 3.
QUEM SOU EU? (Who Am I? / Ngo si sui) - 1998
Esse já é um puta filme de Chan. Ele é um dos diretores do filme, por isso o filme é tão bom. No filme, ele é o agente Jackie Chan (mesmo nome do ator) que cai de um avião e perde a memória. Ele é salvo pelas várias árvores que amortecem a queda e pela tribo indígena africana que trata dele. De bolar de rir a cena em que ele, já vestido de índio, vai salvar um sujeito que levou uma mordida de cobra. Depois disso o filme ainda tem muita ação e muitas situações engraçadas. É o que eu chamo de diversão nota 10 e pra toda a família. É altamente prazeroso ver um filme desses, sem pretenção alguma, mas que vale muito mais do que um monte de filme metidos a intelectuais. Talvez o melhor filme de Chan nos anos 90. Gravado da Record.
Infelizmente, apesar de bem legais, os três filmes ainda não representam o melhor da filmografia do rapaz. Ainda pretendo ver os filmes dele da década de 80 produzidos em Hong Kong. Dizem que tem coisas sensacionais nessa fase.
sexta-feira, janeiro 03, 2003
TRÊS FILMES
Comento a seguir três dos últimos filmes que vi no finalzinho de 2002:
O SENHOR DOS ANÉIS: AS DUAS TORRES (The Lord of the Rings: The Two Towers)
Ainda que eu prefira o primeiro, AS DUAS TORRES é uma continuação excelente do primeiro filme. O começo do filme é genial, mostrando Gandalf lutando contra o Balrog, sendo que isso aparece como sonho de Frodo, agora no caminho com Sam para destruir o Um Anel. O astro do filme é mesmo Gollum, o mostrengo que percegue os dois hobbits. O personagem teve a sua personalidade esquizofrênica bem delineada e até cogita-se do ator ser indicado ao Oscar pela ótima performance. Com a sociedade dividida, os outros dois hobbits são sequestrados pelos orcs, e Aragorn, Legolas e Gimli vão ao seu resgate. Outro destaque do filme e que acabou o deixando com um aspecto mais trash são os ents, criaturas meio homem/ meio árvore, que habitam uma floresta. Os ents é o lado mais explicitamente ecológico da obra de Tolkien. Continuo achando que quem leu os livros com certeza vai continuar se divertindo mais do que quem não leu. É ótimo esperar como determinada cena vai ser materializada no filme. Algumas situações foram modificadas, como a intervenção dos ents na torre de Saruman, o lado mais vilanesco de Faramir e a decisão por deixar a cena da Laracna para o início do próximo filme. No livro AS DUAS TORRES, o final é bem mais dramático por conta dessa cena, com Sam e Frodo numa situação complicadíssima. Por falar em Sam, continua o lance meio gay entre eles. O público não deixa passar quando Sam diz a Frodo: "Sou eu, sr. Frodo, o seu Sam." A batalha no abismo de Helm foi muito bem feita, mas faltou sangue, faltou mais realismo. A cena ficou muito limpinha por causa dos efeitos de computador. Mas isso não chega a comprometer o filme, que tem um ritmo bem mais fluido do que o primeiro, apesar da apresentação de novos personagens. Agora é esperar pelo RETORNO DO REI (Aragorn) no final de 2003.
ESTRANHO ENCONTRO
Quando eu fui na última sexta-feira pra locadora e vi que tinha um filme do Khouri que eu ainda não tinha visto eu não pensei duas vezes e peguei a fitinha. A imagem e o som não estão lá essas coisas, mas depois que a gente esquece esse detalhe, dá pra curtir o filme que é uma beleza. Esse é de 1958 e é dos tempos da Vera Cruz. Realmente a gente sente um pouco como se estivesse vendo filme americano, diferente dos filmes posteriores mais influenciados por europeus (Antonioni e Bergman). Apesar disso, ESTRANHO ENCONTRO é excelente. A gente tem uma sensação de que tá vendo cinema noir americano da década de 40. O que não é um problema. Às vezes a gente tem impressão que tá vendo um filme do Otto Preminger ou do Nicholas Ray. Na história, mulher misteriosa aborda homem na estrada. Ele a leva para a sua casa e a esconde da esposa e dos empregados da casa. Um misto de suspense e história de amor. Uma prova de que Khouri já era fodão já no início da carreira.
A CASA ASSASSINADA
Na mesma seção de filmes nacionais, essa fita de Paulo César Saraceni me chamou a atenção. Esse filme, de 1971, tá com um som de péssima qualidade. Mal dá pra ouvir o que os atores falam, sem falar na telecinagem, que às vezes mostrava só as mãos de duas pessoas falando. Outro problema é que com meia-hora de filme eu não tava entendendo nada. Aí, dei uma paradinha, entrei na internet e vi uma pequena sinopse do filme. Muito doido, por sinal. No filme, Norma Bengell é uma mulher que vai morar numa casa no interior de Minas Gerais depois de casar. Na casa, há também o irmão enciumado de seu marido, um sujeito que passa o dia trancado no quarto bebendo vinho e vestido de mulher e mais gente pirada. Êta filminho mais chato! Quando eu fui pegar a fita, a moça da locadora me falou: "é dublado". Eu falei: "ora, mas é brasileiro..." Heheheh.. O importante é que com esse filme não dá pra rotular Saraceni de diretor difícil. Tinha visto antes apenas NATAL DA PORTELA (que gostei muito), quando o FestRio veio pra Fortaleza (!!!) em 1989 (ou 1990?) e ele tem uma estrutura bem mais clássica e apolínea.
Comento a seguir três dos últimos filmes que vi no finalzinho de 2002:
O SENHOR DOS ANÉIS: AS DUAS TORRES (The Lord of the Rings: The Two Towers)
Ainda que eu prefira o primeiro, AS DUAS TORRES é uma continuação excelente do primeiro filme. O começo do filme é genial, mostrando Gandalf lutando contra o Balrog, sendo que isso aparece como sonho de Frodo, agora no caminho com Sam para destruir o Um Anel. O astro do filme é mesmo Gollum, o mostrengo que percegue os dois hobbits. O personagem teve a sua personalidade esquizofrênica bem delineada e até cogita-se do ator ser indicado ao Oscar pela ótima performance. Com a sociedade dividida, os outros dois hobbits são sequestrados pelos orcs, e Aragorn, Legolas e Gimli vão ao seu resgate. Outro destaque do filme e que acabou o deixando com um aspecto mais trash são os ents, criaturas meio homem/ meio árvore, que habitam uma floresta. Os ents é o lado mais explicitamente ecológico da obra de Tolkien. Continuo achando que quem leu os livros com certeza vai continuar se divertindo mais do que quem não leu. É ótimo esperar como determinada cena vai ser materializada no filme. Algumas situações foram modificadas, como a intervenção dos ents na torre de Saruman, o lado mais vilanesco de Faramir e a decisão por deixar a cena da Laracna para o início do próximo filme. No livro AS DUAS TORRES, o final é bem mais dramático por conta dessa cena, com Sam e Frodo numa situação complicadíssima. Por falar em Sam, continua o lance meio gay entre eles. O público não deixa passar quando Sam diz a Frodo: "Sou eu, sr. Frodo, o seu Sam." A batalha no abismo de Helm foi muito bem feita, mas faltou sangue, faltou mais realismo. A cena ficou muito limpinha por causa dos efeitos de computador. Mas isso não chega a comprometer o filme, que tem um ritmo bem mais fluido do que o primeiro, apesar da apresentação de novos personagens. Agora é esperar pelo RETORNO DO REI (Aragorn) no final de 2003.
ESTRANHO ENCONTRO
Quando eu fui na última sexta-feira pra locadora e vi que tinha um filme do Khouri que eu ainda não tinha visto eu não pensei duas vezes e peguei a fitinha. A imagem e o som não estão lá essas coisas, mas depois que a gente esquece esse detalhe, dá pra curtir o filme que é uma beleza. Esse é de 1958 e é dos tempos da Vera Cruz. Realmente a gente sente um pouco como se estivesse vendo filme americano, diferente dos filmes posteriores mais influenciados por europeus (Antonioni e Bergman). Apesar disso, ESTRANHO ENCONTRO é excelente. A gente tem uma sensação de que tá vendo cinema noir americano da década de 40. O que não é um problema. Às vezes a gente tem impressão que tá vendo um filme do Otto Preminger ou do Nicholas Ray. Na história, mulher misteriosa aborda homem na estrada. Ele a leva para a sua casa e a esconde da esposa e dos empregados da casa. Um misto de suspense e história de amor. Uma prova de que Khouri já era fodão já no início da carreira.
A CASA ASSASSINADA
Na mesma seção de filmes nacionais, essa fita de Paulo César Saraceni me chamou a atenção. Esse filme, de 1971, tá com um som de péssima qualidade. Mal dá pra ouvir o que os atores falam, sem falar na telecinagem, que às vezes mostrava só as mãos de duas pessoas falando. Outro problema é que com meia-hora de filme eu não tava entendendo nada. Aí, dei uma paradinha, entrei na internet e vi uma pequena sinopse do filme. Muito doido, por sinal. No filme, Norma Bengell é uma mulher que vai morar numa casa no interior de Minas Gerais depois de casar. Na casa, há também o irmão enciumado de seu marido, um sujeito que passa o dia trancado no quarto bebendo vinho e vestido de mulher e mais gente pirada. Êta filminho mais chato! Quando eu fui pegar a fita, a moça da locadora me falou: "é dublado". Eu falei: "ora, mas é brasileiro..." Heheheh.. O importante é que com esse filme não dá pra rotular Saraceni de diretor difícil. Tinha visto antes apenas NATAL DA PORTELA (que gostei muito), quando o FestRio veio pra Fortaleza (!!!) em 1989 (ou 1990?) e ele tem uma estrutura bem mais clássica e apolínea.
Assinar:
Postagens (Atom)