CLOONEY E BANDERAS NA DIREÇÃO
Dois dos últimos filmes que vi recentemente foram de atores famosos que tiveram sua única experiência na direção. O primeiro filme, dirigido por George Clooney, está em cartaz nos cinemas da cidade. O segundo, de Antonio Banderas, foi exibido na Rede Globo dias atrás. Comento a seguir.
CONFISSÕES DE UMA MENTE PERIGOSA (Confessions of a Dangerous Mind)
O filme de George Clooney é bem ousado esteticamente. Há alguns ângulos de câmera bem diferentes, especialmente no início do filme e o tema escolhido é dos mais interessantes: a história de Chuck Barris, o cara que já foi autor de sucesso radiofônico, apresentador de programa de auditório e matador a serviço da CIA.
Chuck Barris é interpretado brilhantemente por Sam Rockwell, que empresta um ar de canalhice ao personagem, ao mesmo tempo que mostra um sujeito às vezes perdido em sua vida dupla. No elenco, Drew Barrymore, bonita como nunca, fazendo o papel da inocente e amorosa mulher de Chuck Barris. O amor que ela sente e devota ao sujeito é uma das coisas mais bonitas do filme. Também no elenco, está a amigona de Clooney, sra. Julia Roberts, fazendo uma fria e atraente agente da CIA. Outro amigo de Clooney, Bratt Pitt, aparece numa ponta engraçada. E o outro amigo, o diretor Steven Soderbergh é um dos produtores executivos do filme. Filme feito na brodagem e que mostra um grande talento de Clooney como diretor. Espero que ele dirija mais filmes. Ele aparece no filme como o homem que contrata os serviços de Barris.
Uma das coisas que eu gostei de saber, vendo o filme, é que Barris é autor da canção "Palisades Park", que eu já conhecia na versão punk dos Ramones, presente no álbum LOCO LIVE. A canção é uma delícia de pop rock. Por falar em música, há uma música instrumental muito famosa que toca num momento crucial do filme, em que Rockwell contracena com Julia Roberts e que eu gostaria muito de saber de quem é. Já ouvi em outros filmes mas nunca soube de quem é, nem o título. E vendo pelas faixas da trilha sonora, não deu pra identificar. Somebody...?
LOUCOS DO ALABAMA (Crazy in Alabama)
O filme de 1999 de Antonio Banderas é bem menos ousado na parte técnica, mas mexe com um assunto bem polêmico: até que ponto devemos deixar de botar na cadeia uma pessoa que mata outra? Melanie Griffith é a mulher que, depois dos maus tratos do marido, o mata e corta a cabeça dele, fugindo para Hollywood pra tentar a sorte como atriz. Melanie, a esposa de Banderas, já esteve melhor (vide DUBLÊ DE CORPO e TOTALMENTE SELVAGEM) e hoje está feia e com aqueles lábios inchados. Mesmo assim, no filme ela é tratada como uma mulher linda e irresistível. Um certo exagero da parte do marido, provavelmente apaixonado. Paralelamente à história da mulher, com a cabeça do marido pra lá e pra cá, há uma trama envolvendo o preconceito racial no Alabama nos anos 60. É um filme bom, mas não tem nada de especial. Uma coisa que eu não sabia: um juiz de tribunal pode, depois dos jurados declararem uma pessoa culpada do crime, libertá-la, desconsiderando, assim, a decisão do júri?
quinta-feira, maio 29, 2003
segunda-feira, maio 26, 2003
MATRIX RELOADED
Antes de tudo: não levo muito a sério esse negócio de dizer que Matrix reinventou o cinema. Isso é exagero. Cinema pra mim é mais Truffaut do que George Lucas. É claro que o filme de 1999 foi tão influente e contagiante quanto PULP FICTION foi nos anos que se seguiram. De qualquer maneira, MATRIX é blockbuster inteligente. Tem que se dar o braço a torcer. A continuação mantém o nível, ainda que esteja dividindo mais opiniões do que o seu filme original. O fator originalidade do primeiro filme ninguém tira. O primeiro também trouxe a coragem de abordar assuntos complexos para dentro do cinemão americano, quase sempre descerebrado.
MATRIX RELOADED é um filme anabolizado. Justifica o termo "reloaded". É um exagero de filme de ficção científica e ação. Na lista "canibal holocausto", alguém falou que no futuro os nossos filhos vão precisar cheirar pó pra ver filme de ação. É tudo muito louco. Será que nossos cérebros vão estar preparados pra absorver tanta rapidez, sem perder a capacidade de concetração?
As referências aos animes, comics e mangás estão ainda mais explícitas. Neo voando como o Super-Homem me emocionou, eu como fã de quadrinhos de super heróis que sou. As lutas estão caprichadas. A tal cena de Neo lutando contra uma porrada de Smiths só não é de cair o queixo, porque a gente está ficando acostumado com efeitos especiais desde o primeiro MATRIX. Mesmo assim, não tem como não ficar empolgado com a cena da highway, com a Trinity na moto com o Keymaker a contra-mão fugindo dos agentes da Matrix e de outros fantasmas. E essa é só uma das cenas de ação entre várias que matam a pau. Quer dizer, em se tratando de cenas de ação RELOADED é melhor que a versão 1.0.
Ver Zion, o lugar dos humanos resistentes ao domínio das máquinas, ajuda a ampliar e dar maior sentido ao que foi citado no primeiro filme. Há uma cena interessante de uma rave que deve fazer a festa de muitos clubbers. (Ah, e por falar em música, o filme fechar com a voz de Zack de La Rocha novamente é muito legal, hein! ) Quanto à filosofia e às explicações "científicas" fiquei um pouco perdido, especialmente numa cena chave em que Neo fala com o criador da matrix.
Os personagens novos são bem legais. Destaque para: a)Monica Belucci de Persephone que tem tanto sex appeal, que extravasa na tela numa certa cena sensual que envolve sentimentos entoxicantes como ciúme e inveja; b) os gêmeos que tem o poder de atravessarem objetos sólidos (que na verdade, não são tão sólidos assim).
Entre os personagens novos, há um que foi apresentado no curta "Era uma vez um garoto", de ANIMATRIX. Também dos curtas de ANIMATRIX há a citação dos eventos que envolvem a destruição da nave Osíris, do curta "O vôo final de Osiris".
Por falar em citações, em uma cena, na tela da tevê um filme está passando: AS NOIVAS DO VAMPIRO (The Brides of Dracula), de Terence Fisher. Os Washowski, além de fãs de animes, comix e filmes de kung fu, também curtem filmes de terror dos bons.
No final, um gancho como naturalmente tem que ter. E uma dúvida cruel e existencialista fica no ar.
Outra dúvida: alguém sabe qual o próximo projeto dos irmãos Wachowski? Será que eles vão continuar a fazer projetos grandiosos ou vão voltar a fazer trabalhos pequenos como LIGADAS PELO DESEJO?
Antes de tudo: não levo muito a sério esse negócio de dizer que Matrix reinventou o cinema. Isso é exagero. Cinema pra mim é mais Truffaut do que George Lucas. É claro que o filme de 1999 foi tão influente e contagiante quanto PULP FICTION foi nos anos que se seguiram. De qualquer maneira, MATRIX é blockbuster inteligente. Tem que se dar o braço a torcer. A continuação mantém o nível, ainda que esteja dividindo mais opiniões do que o seu filme original. O fator originalidade do primeiro filme ninguém tira. O primeiro também trouxe a coragem de abordar assuntos complexos para dentro do cinemão americano, quase sempre descerebrado.
MATRIX RELOADED é um filme anabolizado. Justifica o termo "reloaded". É um exagero de filme de ficção científica e ação. Na lista "canibal holocausto", alguém falou que no futuro os nossos filhos vão precisar cheirar pó pra ver filme de ação. É tudo muito louco. Será que nossos cérebros vão estar preparados pra absorver tanta rapidez, sem perder a capacidade de concetração?
As referências aos animes, comics e mangás estão ainda mais explícitas. Neo voando como o Super-Homem me emocionou, eu como fã de quadrinhos de super heróis que sou. As lutas estão caprichadas. A tal cena de Neo lutando contra uma porrada de Smiths só não é de cair o queixo, porque a gente está ficando acostumado com efeitos especiais desde o primeiro MATRIX. Mesmo assim, não tem como não ficar empolgado com a cena da highway, com a Trinity na moto com o Keymaker a contra-mão fugindo dos agentes da Matrix e de outros fantasmas. E essa é só uma das cenas de ação entre várias que matam a pau. Quer dizer, em se tratando de cenas de ação RELOADED é melhor que a versão 1.0.
Ver Zion, o lugar dos humanos resistentes ao domínio das máquinas, ajuda a ampliar e dar maior sentido ao que foi citado no primeiro filme. Há uma cena interessante de uma rave que deve fazer a festa de muitos clubbers. (Ah, e por falar em música, o filme fechar com a voz de Zack de La Rocha novamente é muito legal, hein! ) Quanto à filosofia e às explicações "científicas" fiquei um pouco perdido, especialmente numa cena chave em que Neo fala com o criador da matrix.
Os personagens novos são bem legais. Destaque para: a)Monica Belucci de Persephone que tem tanto sex appeal, que extravasa na tela numa certa cena sensual que envolve sentimentos entoxicantes como ciúme e inveja; b) os gêmeos que tem o poder de atravessarem objetos sólidos (que na verdade, não são tão sólidos assim).
Entre os personagens novos, há um que foi apresentado no curta "Era uma vez um garoto", de ANIMATRIX. Também dos curtas de ANIMATRIX há a citação dos eventos que envolvem a destruição da nave Osíris, do curta "O vôo final de Osiris".
Por falar em citações, em uma cena, na tela da tevê um filme está passando: AS NOIVAS DO VAMPIRO (The Brides of Dracula), de Terence Fisher. Os Washowski, além de fãs de animes, comix e filmes de kung fu, também curtem filmes de terror dos bons.
No final, um gancho como naturalmente tem que ter. E uma dúvida cruel e existencialista fica no ar.
Outra dúvida: alguém sabe qual o próximo projeto dos irmãos Wachowski? Será que eles vão continuar a fazer projetos grandiosos ou vão voltar a fazer trabalhos pequenos como LIGADAS PELO DESEJO?
sábado, maio 24, 2003
THE ANIMATRIX
Está declarada a semana Matrix. E antes de escrever sobre o filme (ainda não vi), comento a série de curtas do dvd ANIMATRIX. Nem foi lançado ainda nos EUA e eu já vi todos os episódios graças às maravilhas do mundo globalizado. O Herbert, amigo que está em Campina Grande agora, mandou pra mim essa surpresinha e agora estou em débito com ele. (Vi no site da Amazon que o DVD só será lançado nos EUA em 03 de junho. )
Comentário rápido de cada animação:
O VÕO FINAL DE OSIRIS (Final Flight of the Osiris)
9 mins
É claro que ver na telona do cinema é ótimo, mas ter a chance de rever na tela do computador sem perda da imagem também é dez. Já comentei quando vi no cinema. Animação de computador feita pelos caras de FINAL FANTASY e tal. Muito bom, ainda que se tratando de história perca para os seguintes.
O SEGUNDO RENASCER PARTES 1 e 2 (The Second Renaissance Parts 1 and 2)
8,5 min cada
Em se tratando de história, eu fico com esse curta em duas partes como o meu preferido. Mostra a evolução da escalada das máquinas e da escravização dos homens. O desenho é bem forte, traz cenas violentas e é muito bem narrado como sendo um arquivo de Zion.
CORAÇÃO DE SOLDADO (Program)
7 min
O tema "ignorância como caminho da felicidade" aparece junto com muitas lutas estilizadas nessa bela animação de Yoshiaki Kawajari, que fez NINJA SCROLL e VAMPIRE HUNTER D: BLOODLUST. Não vi nada disso, mas quem sabe no futuro, né?
UMA HISTÓRIA DE DETETIVE (A Detective Story)
9.5 min
Shinichirô Watanabe, criador de COWBOY BEBOP, dá a sua contribuição para o universo de Matrix e faz uma história noir, numa animação em preto e branco belíssima (adorei os detalhes da neve caindo), que tem a mesma coisa retrô da série. No curta, por exemplo, o computador tem o formato de uma máquina de escrever antiga. Participação de Trinity, dublada pela própria Carry-Anne Moss.
ALÉM DA REALIDADE (Beyond)
13 min
Outra animação de encher os olhos, mostrando uma casa onde as leis da física "irreais" estão meio fora do controle. Garotinhos brincam de flutuar, uma menina procura por seu gato, agentes da Matrix surgem. Muito bacana.
O ROBÔ SENSÍVEL (Matriculated)
16 min
O diretor Peter Chung, nascido em Hong Kong, é o criador da série de tv AEON FLUX. Lembro que tentava acompanhar essa série quando passava na MTV, mas nunca entendia nada. Talvez por não ter acompanhado do começo. O curta traz os traços que entregam logo de onde vem (a heroína da história é igualzinha à Aeon Flux) e tem um clima lisérgico, especialmente quando mostrada a realidade virtual. É olhar pra tela e viajaaar.. Achei o título O ROBÔ SENSÍVEL meio afrescalhado, mas...
O RECORDE MUNDIAL (World Record)
8,5 min
Outro curta interessante que fala de um atleta que através da sua capacidade de ultrapassar barreiras, passa a olhar o mundo falso com outros olhos.
ERA UMA VEZ UM GAROTO (Kid's Story)
9 min
Outro do Watanabe. O garoto do título lembra o Neo antes de tomar a pílula vermelha. Participação especial de Neo – Keanu Reeves dublando. Um dos que eu mais gostei numa seleção de curtas difícil de escolher o favorito.
* Os títulos em português foram pescados da revista SET # 191, assim como a duração aproximada de cada título.
Está declarada a semana Matrix. E antes de escrever sobre o filme (ainda não vi), comento a série de curtas do dvd ANIMATRIX. Nem foi lançado ainda nos EUA e eu já vi todos os episódios graças às maravilhas do mundo globalizado. O Herbert, amigo que está em Campina Grande agora, mandou pra mim essa surpresinha e agora estou em débito com ele. (Vi no site da Amazon que o DVD só será lançado nos EUA em 03 de junho. )
Comentário rápido de cada animação:
O VÕO FINAL DE OSIRIS (Final Flight of the Osiris)
9 mins
É claro que ver na telona do cinema é ótimo, mas ter a chance de rever na tela do computador sem perda da imagem também é dez. Já comentei quando vi no cinema. Animação de computador feita pelos caras de FINAL FANTASY e tal. Muito bom, ainda que se tratando de história perca para os seguintes.
O SEGUNDO RENASCER PARTES 1 e 2 (The Second Renaissance Parts 1 and 2)
8,5 min cada
Em se tratando de história, eu fico com esse curta em duas partes como o meu preferido. Mostra a evolução da escalada das máquinas e da escravização dos homens. O desenho é bem forte, traz cenas violentas e é muito bem narrado como sendo um arquivo de Zion.
CORAÇÃO DE SOLDADO (Program)
7 min
O tema "ignorância como caminho da felicidade" aparece junto com muitas lutas estilizadas nessa bela animação de Yoshiaki Kawajari, que fez NINJA SCROLL e VAMPIRE HUNTER D: BLOODLUST. Não vi nada disso, mas quem sabe no futuro, né?
UMA HISTÓRIA DE DETETIVE (A Detective Story)
9.5 min
Shinichirô Watanabe, criador de COWBOY BEBOP, dá a sua contribuição para o universo de Matrix e faz uma história noir, numa animação em preto e branco belíssima (adorei os detalhes da neve caindo), que tem a mesma coisa retrô da série. No curta, por exemplo, o computador tem o formato de uma máquina de escrever antiga. Participação de Trinity, dublada pela própria Carry-Anne Moss.
ALÉM DA REALIDADE (Beyond)
13 min
Outra animação de encher os olhos, mostrando uma casa onde as leis da física "irreais" estão meio fora do controle. Garotinhos brincam de flutuar, uma menina procura por seu gato, agentes da Matrix surgem. Muito bacana.
O ROBÔ SENSÍVEL (Matriculated)
16 min
O diretor Peter Chung, nascido em Hong Kong, é o criador da série de tv AEON FLUX. Lembro que tentava acompanhar essa série quando passava na MTV, mas nunca entendia nada. Talvez por não ter acompanhado do começo. O curta traz os traços que entregam logo de onde vem (a heroína da história é igualzinha à Aeon Flux) e tem um clima lisérgico, especialmente quando mostrada a realidade virtual. É olhar pra tela e viajaaar.. Achei o título O ROBÔ SENSÍVEL meio afrescalhado, mas...
O RECORDE MUNDIAL (World Record)
8,5 min
Outro curta interessante que fala de um atleta que através da sua capacidade de ultrapassar barreiras, passa a olhar o mundo falso com outros olhos.
ERA UMA VEZ UM GAROTO (Kid's Story)
9 min
Outro do Watanabe. O garoto do título lembra o Neo antes de tomar a pílula vermelha. Participação especial de Neo – Keanu Reeves dublando. Um dos que eu mais gostei numa seleção de curtas difícil de escolher o favorito.
* Os títulos em português foram pescados da revista SET # 191, assim como a duração aproximada de cada título.
quinta-feira, maio 22, 2003
TWIN PEAKS - THE FIRST SEASON
Depois de anos sonhando com o produto e sem ter coragem de desembolsar o DVD importado e depois de dois meses de expectativa do pedido, finalmente pude botar as mãos nessa preciosidade. TWIN PEAKS - A PRIMEIRA TEMPORADA é um trabalho luxuoso em cima da série cultuada de David Lynch. Fiquei impressionado com a beleza da capa principal e da capa de plástico, contendo o retrato de Laura Palmer, que protege a caixinha. Mas o mais importante é o recheio: os episódios em imagem cristalina e som perfeito. Cada episódio pode ser conferido de três maneiras: normalmente, com comentários do diretor (exceto no episódio dirigido por Lynch) ou com símbolos que avisam o momento de você clicar e saber detalhes como cenas deletadas ou alguma particularidade da cena. Fora os mini-documentários. O legal também é que o DVD tem close captions em inglês. Bacana. Pra ficar melhor, só se tivesse legendas nos comentários em áudio. Mas aí seria querer demais. Parabéns pra Artisan que confeccionou essa maravilha.
Como disse a minha irmã ontem, ver de novo um episódio de TWIN PEAKS é como voltar no tempo para o ano de 1991, quando a série chegou aqui no Brasil e eu pude conferir os primeiros episódios, até a maldita Rede Globo cancelar a exibição no capítulo 17 (a série tem 30 capítulos e um piloto), faltando com o respeito para com o público que vinha acompanhando. Depois disso, a Record comprou os direitos da série e exibiu-a integralmente. Mas na época a Record não era transmitida aqui em Fortaleza. Resultado: nunca vi o final da série. E nem vou ver tão cedo, já que essa caixa é só dos primeiros 7 episódios da série. Mas não tem problema. Um dia eles lançam a segunda temporada.
Ontem vi apenas um episódio: "Traces to Nowhere", dirigido por Dawayne Dunham. Este é o primeiro, e não o piloto da série, que não vem na caixa. Vou ter que arranjar isso em fita (alô, Renato!!) ou então importar o DVD de Hong Kong. Ver o episódio ontem foi ter a certeza de que a série não envelheceu, que o diabólico BOB ainda é capaz de me dar calafrios, que as meninas da série (Sheryl Lee, Sherilyn Fenn, Madchen Amick, Lara Flyn Boyle) eram mesmo gatíssimas e que o clima de mistério continua intrigante. Quem não viu, não sabe o que está perdendo. Pode ser que eu volte a falar sobre a série depois que conferir tudo. Antes disso, já manifesto aqui o meu respeito e a minha paixão pela série e pelo trabalho do grande David Lynch.
Depois de anos sonhando com o produto e sem ter coragem de desembolsar o DVD importado e depois de dois meses de expectativa do pedido, finalmente pude botar as mãos nessa preciosidade. TWIN PEAKS - A PRIMEIRA TEMPORADA é um trabalho luxuoso em cima da série cultuada de David Lynch. Fiquei impressionado com a beleza da capa principal e da capa de plástico, contendo o retrato de Laura Palmer, que protege a caixinha. Mas o mais importante é o recheio: os episódios em imagem cristalina e som perfeito. Cada episódio pode ser conferido de três maneiras: normalmente, com comentários do diretor (exceto no episódio dirigido por Lynch) ou com símbolos que avisam o momento de você clicar e saber detalhes como cenas deletadas ou alguma particularidade da cena. Fora os mini-documentários. O legal também é que o DVD tem close captions em inglês. Bacana. Pra ficar melhor, só se tivesse legendas nos comentários em áudio. Mas aí seria querer demais. Parabéns pra Artisan que confeccionou essa maravilha.
Como disse a minha irmã ontem, ver de novo um episódio de TWIN PEAKS é como voltar no tempo para o ano de 1991, quando a série chegou aqui no Brasil e eu pude conferir os primeiros episódios, até a maldita Rede Globo cancelar a exibição no capítulo 17 (a série tem 30 capítulos e um piloto), faltando com o respeito para com o público que vinha acompanhando. Depois disso, a Record comprou os direitos da série e exibiu-a integralmente. Mas na época a Record não era transmitida aqui em Fortaleza. Resultado: nunca vi o final da série. E nem vou ver tão cedo, já que essa caixa é só dos primeiros 7 episódios da série. Mas não tem problema. Um dia eles lançam a segunda temporada.
Ontem vi apenas um episódio: "Traces to Nowhere", dirigido por Dawayne Dunham. Este é o primeiro, e não o piloto da série, que não vem na caixa. Vou ter que arranjar isso em fita (alô, Renato!!) ou então importar o DVD de Hong Kong. Ver o episódio ontem foi ter a certeza de que a série não envelheceu, que o diabólico BOB ainda é capaz de me dar calafrios, que as meninas da série (Sheryl Lee, Sherilyn Fenn, Madchen Amick, Lara Flyn Boyle) eram mesmo gatíssimas e que o clima de mistério continua intrigante. Quem não viu, não sabe o que está perdendo. Pode ser que eu volte a falar sobre a série depois que conferir tudo. Antes disso, já manifesto aqui o meu respeito e a minha paixão pela série e pelo trabalho do grande David Lynch.
terça-feira, maio 20, 2003
KATE HUDSON, FELLINI E SUB-TARANTINO
COMO PERDER UM HOMEM EM 10 DIAS (How to Lose a Guy in 10 Days)
Cometi o erro de esnobar essa comédia romântica, que já está há algum tempo em cartaz. Trata-se do melhor filme do gênero que apareceu em 2003. (Em 2002, a melhor pra mim é O GRANDE GAROTO) O filme tem uma estrutura parecida com as comédias das décadas de 50 e 60. Lembra um pouco o Billy Wilder de A INCRÍVEL SUSANA ou SE MEU APARTAMENTO FALASSE. São comédias que mostram piadas criadas em cima de confusões e enganos. Mesmo se não tivesse um roteiro bem estruturado, só a graça e a beleza de Kate Hudson já valem o ingresso. A história todo mundo já sabe vendo o trailler: moça trabalha numa revista feminina e vai usar um homem como objeto de pesquisa, fazendo de tudo para perdê-lo no espaço de dez dias. Coincidentemente (em filmes assim, a possibilidade disso acontecer é sempre grande..heheh), o cara (Matthew McConaughey - nome difícil de escrever) faz uma aposta que consegue que uma mulher se apaixone por ele em 10 dias. Mesmo sabendo-se o final, o filme emociona e diverte. Moral da história: não subestime certos filmes. Mas nem tudo é perdido: descobri que tanto na Itália quanto na França, palhaço é clown (em inglês, mesmo).
Uma frase do filme (espero que não achem cafona):
The greatest thing you'll ever learn is just to love... and be loved in return
OS PALHAÇOS (I Clowns)
Não, não tem jeito. Eu não consigo gostar dos filmes do Fellini. Já vi vários (SATYRICON, CASANOVA, AMARCORD, E LA NAVE VA, 8 E 1/2 e outros), mas não tem jeito. Eu continuo achando Fellini um pé no saco. Gosto de vários diretores italianos (Visconti, Antonioni, Pasolini, Scola, Bertollucci, Tornatore, mas esse sujeito não me entra. Pra quem está na mesma situação que eu, com certeza não vai ser com OS PALHAÇOS que você vai passar a gostar. Mas de qualquer maneira, reconheço que estou diante de um autor de verdade, alguém que tem uma marca registrada e que ganhou até adjetivo ("felliniano"). Ver OS PALHAÇOS ajuda a entender como foi que o cineasta obteve inspiração para seus tipos tão estranhos e caricatos. O filme é quase um documentário, mostrando cenas de circo, pessoas estranhas de uma comunidade e depoimentos de pessoas envolvidas, principalmente dos palhaços. Pra quem gosta de Fellini, vai fundo. Pena eu ficar impaciente depois de meia hora.
DOBERMANN
Gravado da Band, DOBERMANN é um dos filmes mais violentos que já vi. E o pior é que a culpa é do Tarantino. A linguagem é claramente chupada de PULP FICTION e CÃES DE ALUGUEL, só que sem a classe do cineasta americano, e feita por um holandês: Jan Kounen. O filme é francês e tem um elenco bom, especialmente Monica Bellucci, fazendo uma surda-muda membro da gang do Dobermann. (Eita, mulher boa!) O roubo do banco é bem CÃES DE ALUGUEL, só que com estética videoclípica e publicitária. Achei interessante os exageros das armas e binóculos, por exemplo, todos gigantes. Tudo no filme é exagerado. A violência, inclusive. Há uma cena em que o protagonista Vincent Cassel (de PACTO DOS LOBOS e marido da Monica Bellucci) arrasta a cabeça do malvado Tchéky Karyo no chão com o carro em alta velocidade. É sangue pra todo lado. Os personagens também são bons e melhoram à medida que o filme prossegue. Não chega a ser um bom filme, mas é diferente. Tem lá os seus méritos.
COMO PERDER UM HOMEM EM 10 DIAS (How to Lose a Guy in 10 Days)
Cometi o erro de esnobar essa comédia romântica, que já está há algum tempo em cartaz. Trata-se do melhor filme do gênero que apareceu em 2003. (Em 2002, a melhor pra mim é O GRANDE GAROTO) O filme tem uma estrutura parecida com as comédias das décadas de 50 e 60. Lembra um pouco o Billy Wilder de A INCRÍVEL SUSANA ou SE MEU APARTAMENTO FALASSE. São comédias que mostram piadas criadas em cima de confusões e enganos. Mesmo se não tivesse um roteiro bem estruturado, só a graça e a beleza de Kate Hudson já valem o ingresso. A história todo mundo já sabe vendo o trailler: moça trabalha numa revista feminina e vai usar um homem como objeto de pesquisa, fazendo de tudo para perdê-lo no espaço de dez dias. Coincidentemente (em filmes assim, a possibilidade disso acontecer é sempre grande..heheh), o cara (Matthew McConaughey - nome difícil de escrever) faz uma aposta que consegue que uma mulher se apaixone por ele em 10 dias. Mesmo sabendo-se o final, o filme emociona e diverte. Moral da história: não subestime certos filmes. Mas nem tudo é perdido: descobri que tanto na Itália quanto na França, palhaço é clown (em inglês, mesmo).
Uma frase do filme (espero que não achem cafona):
The greatest thing you'll ever learn is just to love... and be loved in return
OS PALHAÇOS (I Clowns)
Não, não tem jeito. Eu não consigo gostar dos filmes do Fellini. Já vi vários (SATYRICON, CASANOVA, AMARCORD, E LA NAVE VA, 8 E 1/2 e outros), mas não tem jeito. Eu continuo achando Fellini um pé no saco. Gosto de vários diretores italianos (Visconti, Antonioni, Pasolini, Scola, Bertollucci, Tornatore, mas esse sujeito não me entra. Pra quem está na mesma situação que eu, com certeza não vai ser com OS PALHAÇOS que você vai passar a gostar. Mas de qualquer maneira, reconheço que estou diante de um autor de verdade, alguém que tem uma marca registrada e que ganhou até adjetivo ("felliniano"). Ver OS PALHAÇOS ajuda a entender como foi que o cineasta obteve inspiração para seus tipos tão estranhos e caricatos. O filme é quase um documentário, mostrando cenas de circo, pessoas estranhas de uma comunidade e depoimentos de pessoas envolvidas, principalmente dos palhaços. Pra quem gosta de Fellini, vai fundo. Pena eu ficar impaciente depois de meia hora.
DOBERMANN
Gravado da Band, DOBERMANN é um dos filmes mais violentos que já vi. E o pior é que a culpa é do Tarantino. A linguagem é claramente chupada de PULP FICTION e CÃES DE ALUGUEL, só que sem a classe do cineasta americano, e feita por um holandês: Jan Kounen. O filme é francês e tem um elenco bom, especialmente Monica Bellucci, fazendo uma surda-muda membro da gang do Dobermann. (Eita, mulher boa!) O roubo do banco é bem CÃES DE ALUGUEL, só que com estética videoclípica e publicitária. Achei interessante os exageros das armas e binóculos, por exemplo, todos gigantes. Tudo no filme é exagerado. A violência, inclusive. Há uma cena em que o protagonista Vincent Cassel (de PACTO DOS LOBOS e marido da Monica Bellucci) arrasta a cabeça do malvado Tchéky Karyo no chão com o carro em alta velocidade. É sangue pra todo lado. Os personagens também são bons e melhoram à medida que o filme prossegue. Não chega a ser um bom filme, mas é diferente. Tem lá os seus méritos.
segunda-feira, maio 19, 2003
À SOMBRA DE UMA DÚVIDA (Shadow of a Doubt)
O melhor filme que vi no fim de semana foi À SOMBRA DE UMA DÚVIDA (1943), do mestre Alfred Hitchcock, que comprei nessa promoção de DVDs do Hitch a 19,99. O cineasta tinha esse filme como o seu favorito. Não é o meu favorito dele, mas com certeza, está entre os excelentes da bela filmografia que o gordinho ostenta. No filme, Joseph Cotten (CIDADÃO KANE, SOBERBA) é o tio que chega para passar uns dias com a família de sua irmã e é muito bem recebido pela sobrinha, interpretada por Teresa Wright (PÉRFIDA), que o adora. As coisas mudam quando aparecem dois detetives que suspeitam que ele é o procurado assassino das viúvas.
Uma cena em particular é grandiosa: a sobrinha, já suspeitando do tio, liga para o detetive, enquanto a câmera, ameaçadora, a focaliza de cima da casa.
O documentário de 32 minutos que vem no DVD é ótimo e traz informações bem interessantes. Por exemplo, esse filme é considerado o primeiro filme realmente americano de Hitchcock, já que as duas produções americanas anteriores (REBECCA e SUSPEITA) se passavam na Inglaterra. Por isso, Hitch preferiu uma cidadezinha bem típica dos EUA. E é considerado o segundo mais realista de sua filmografia, ficando atrás apenas de O HOMEM ERRADO.
O documentário traz ainda depoimentos de Peter Bogdanovich, da ainda viva Teresa Wright, da filha de Hitchcock e de um dos atores coadjuvantes do filme.
O problema é o trailler, que estraga o final de quem ainda não viu o filme. Talvez não tenha sido idealizado pelo próprio diretor e sim pelos produtores.
O próximo dele que verei será a obra-prima OS PÁSSAROS. Vi uma vez, há um tempão, num corujão da Globo e fiquei babando. Imaginem só o que é ver essa pérola em imagem e som digitais, em widescreen e com documentário de mais de uma hora!!
O melhor filme que vi no fim de semana foi À SOMBRA DE UMA DÚVIDA (1943), do mestre Alfred Hitchcock, que comprei nessa promoção de DVDs do Hitch a 19,99. O cineasta tinha esse filme como o seu favorito. Não é o meu favorito dele, mas com certeza, está entre os excelentes da bela filmografia que o gordinho ostenta. No filme, Joseph Cotten (CIDADÃO KANE, SOBERBA) é o tio que chega para passar uns dias com a família de sua irmã e é muito bem recebido pela sobrinha, interpretada por Teresa Wright (PÉRFIDA), que o adora. As coisas mudam quando aparecem dois detetives que suspeitam que ele é o procurado assassino das viúvas.
Uma cena em particular é grandiosa: a sobrinha, já suspeitando do tio, liga para o detetive, enquanto a câmera, ameaçadora, a focaliza de cima da casa.
O documentário de 32 minutos que vem no DVD é ótimo e traz informações bem interessantes. Por exemplo, esse filme é considerado o primeiro filme realmente americano de Hitchcock, já que as duas produções americanas anteriores (REBECCA e SUSPEITA) se passavam na Inglaterra. Por isso, Hitch preferiu uma cidadezinha bem típica dos EUA. E é considerado o segundo mais realista de sua filmografia, ficando atrás apenas de O HOMEM ERRADO.
O documentário traz ainda depoimentos de Peter Bogdanovich, da ainda viva Teresa Wright, da filha de Hitchcock e de um dos atores coadjuvantes do filme.
O problema é o trailler, que estraga o final de quem ainda não viu o filme. Talvez não tenha sido idealizado pelo próprio diretor e sim pelos produtores.
O próximo dele que verei será a obra-prima OS PÁSSAROS. Vi uma vez, há um tempão, num corujão da Globo e fiquei babando. Imaginem só o que é ver essa pérola em imagem e som digitais, em widescreen e com documentário de mais de uma hora!!
AUTORAMAS
Dando um break aqui nos filmes, o destaque do final de semana pra mim foi mesmo o show do Autoramas. Eu estava procurando alguém que quisesse ou pudesse ir comigo pro show. Bom, achei: a Aleksandra, que estava comigo no último Ceará Music e tal. Depois da palhaçada do Fellini (mais detalhes em comentários sobre filmes em breve), fomos para o Hey Ho Rock Bar, que estava vendendo o ingresso por míseros 5 pilas. (Como é que a banda tem coragem de sair do Rio pra cá pra fazer show por cinco pilas em lugar com pouca gente?) Por falar em grana, eu errei feio em não contar o pouco dinheiro que eu tinha e em não perceber que meu saldo no Banco do Brasil era apenas de R$ 1,90. Mas o dinheiro deu pra entrada e a Alê ainda pagou uma cerveja pra mim lá dentro. Heheheh.. O pior é que eu estou perdendo a vergonha pra esse tipo de situação. Tanto é que na volta, ainda liguei pra minha irmã pedindo dinheiro pra ela pagar o taxi da volta do North Shopping pra minha casa. Hehehe.
Bom, chega de falar de liseira. O show foi bem legal. Algumas bandas desconhecidas tocando músicas desconhecidas tocaram antes. A primeira, tocando punk rock obscuro (qualquer punk que não seja Sex Pistols, The Clash ou Ramones pra mim é obscuro). A segunda banda tocou umas coisas mais diferentes, mais pra anos 80, mas igualmente barulhento. A excessão foi a belezura de "Please, please, please, let me get what I want" dos Smiths. Até chamei a Alê pra dançar a música comigo, como no filme NUNCA FUI BEIJADA. (Lembram?). "Good times for a change, see the luck I've had, would make a good man turn bad..." Puxa, isso foi o hino da minha fase deprê quando eu tinha 18 anos.
Bom, entram os Autoramas! Que legal. Estavam lá Gabriel (ex-Little Quail and the Mad Birds), Simone e Bacalhau (ex-batera do Planet Hemp). A Simone estava super-sexy com uma blusinha vermelha com o símbolo do Demolidor (dois D's) e de mini-saia branca. Uau!! Eu me amarro em mulheres baixistas. Elas ficam poderosas como as meninas que passaram pelos Smashing Pumpkins, por exemplo. A primeira canção que a banda tocou eu não conhecia. (Só conheço o primeiro disco.) Mas a terceira foi sensacional: um dos "hits" da banda - "Carinha triste". Pra quem não sabe o Autoramas é uma banda que toca punk rock adicionada de jovem guarda e surf music. E "Carinha Triste" é uma das mais "jovem guarda" deles. E o show prosseguia com música que às vezes eu identificava às vezes não. Eles tocaram "Ex-amigo", "Autodestruição", "Deus me deu um cérebro", "Agora minha sorte mudou", "Tudo errado" e encerraram o show com a sensacional "Fale mal de mim". Eu pulei feito um condenado - especialmente nessa última canção. E todos saíram felizes cantando o refrão: "fale mal de mim, fale o que quiser de mim..."
Bacana.
Dando um break aqui nos filmes, o destaque do final de semana pra mim foi mesmo o show do Autoramas. Eu estava procurando alguém que quisesse ou pudesse ir comigo pro show. Bom, achei: a Aleksandra, que estava comigo no último Ceará Music e tal. Depois da palhaçada do Fellini (mais detalhes em comentários sobre filmes em breve), fomos para o Hey Ho Rock Bar, que estava vendendo o ingresso por míseros 5 pilas. (Como é que a banda tem coragem de sair do Rio pra cá pra fazer show por cinco pilas em lugar com pouca gente?) Por falar em grana, eu errei feio em não contar o pouco dinheiro que eu tinha e em não perceber que meu saldo no Banco do Brasil era apenas de R$ 1,90. Mas o dinheiro deu pra entrada e a Alê ainda pagou uma cerveja pra mim lá dentro. Heheheh.. O pior é que eu estou perdendo a vergonha pra esse tipo de situação. Tanto é que na volta, ainda liguei pra minha irmã pedindo dinheiro pra ela pagar o taxi da volta do North Shopping pra minha casa. Hehehe.
Bom, chega de falar de liseira. O show foi bem legal. Algumas bandas desconhecidas tocando músicas desconhecidas tocaram antes. A primeira, tocando punk rock obscuro (qualquer punk que não seja Sex Pistols, The Clash ou Ramones pra mim é obscuro). A segunda banda tocou umas coisas mais diferentes, mais pra anos 80, mas igualmente barulhento. A excessão foi a belezura de "Please, please, please, let me get what I want" dos Smiths. Até chamei a Alê pra dançar a música comigo, como no filme NUNCA FUI BEIJADA. (Lembram?). "Good times for a change, see the luck I've had, would make a good man turn bad..." Puxa, isso foi o hino da minha fase deprê quando eu tinha 18 anos.
Bom, entram os Autoramas! Que legal. Estavam lá Gabriel (ex-Little Quail and the Mad Birds), Simone e Bacalhau (ex-batera do Planet Hemp). A Simone estava super-sexy com uma blusinha vermelha com o símbolo do Demolidor (dois D's) e de mini-saia branca. Uau!! Eu me amarro em mulheres baixistas. Elas ficam poderosas como as meninas que passaram pelos Smashing Pumpkins, por exemplo. A primeira canção que a banda tocou eu não conhecia. (Só conheço o primeiro disco.) Mas a terceira foi sensacional: um dos "hits" da banda - "Carinha triste". Pra quem não sabe o Autoramas é uma banda que toca punk rock adicionada de jovem guarda e surf music. E "Carinha Triste" é uma das mais "jovem guarda" deles. E o show prosseguia com música que às vezes eu identificava às vezes não. Eles tocaram "Ex-amigo", "Autodestruição", "Deus me deu um cérebro", "Agora minha sorte mudou", "Tudo errado" e encerraram o show com a sensacional "Fale mal de mim". Eu pulei feito um condenado - especialmente nessa última canção. E todos saíram felizes cantando o refrão: "fale mal de mim, fale o que quiser de mim..."
Bacana.
quarta-feira, maio 14, 2003
SODERBERGH E CATON-JONES
Mesmo durante o Cine Ceará fui conferir os filmes que estrearam no circuito comercial aqui na cidade. Vê-lo no conforto do friozinho e com a qualidade de som e imagem de um cinema de shopping faz a diferença, mesmo quando os filmes não são ótimos. SOLARIS, na versão de Soderbergh, e O ÚLTIMO SUSPEITO, com DeNiro e grande elenco, se não chegam a ser ótimos, valem a conferida. Os comentários:
SOLARIS
Antes de tudo: ainda não vi a primeira versão de SOLARIS, o clássico da ficção científica de Andrei Tarkovski. Logo, não tenho como fazer comparações. E nem acho que seja justo comparar os filmes. Pelo que eu li o filme soviético (ainda existia URSS, na época) é mais complexo, mais elaborado e trata de mais assuntos que a versão de Steven Soderbergh, que centra no relacionamento entre o psicólogo que é mandado para a órbita do planeta Solaris e a esposa morta (Natascha McElhone) que "revive" na nave espacial. Esse tema me lembrou o terceiro ato de A.I., do Spielberg, em que o garotinho revê sua mãe, morta há milhares de anos, graças ao DNA do fio de cabelo. Em SOLARIS, o que o personagem de George Clooney encontra na nave também não é sua esposa, mas resultado das lembranças dele, que chegam para lhe visitar. (Engraçado que depois do filme eu e a Rejane fomos comer uns pastéizinhos e falamos sobre a personalidade que fica depois da morte, de acordo com os ensinamentos da Gnose.)
O clima do filme é um pouco sonolento, mas muito interessante, já que sono tem a ver com sonho e com a atmosfera onírica do filme. Mas a diferença é que eu não fiquei com sono. Hehehhe. SOLARIS tem que ser visto por platéias pacientes, graças à direção lenta de Soderbergh, que confirma ser um grande diretor, mesmo não tendo muitos grandes filmes no currículo. De qualquer maneira, pra mim, seu melhor filme continua sendo o primeirão SEXO, MENTIRAS E VIDEOTAPE.
O ÚLTIMO SUSPEITO (City by the Sea)
Filme ok de Michael Caton-Jones com elenco de primeira linha: Robert DeNiro, Frances McDormand, James Franco, Eliza Dushku. No filme, DeNiro é o policial que investiga a morte de um traficante e descobre que o cara que o matou é seu próprio filho (James Franco), viciado em drogas. O filme está mais pra um drama do que pra um policial. Eliza Dushku está linda mesmo de visual junkie, Frances McDormand está muito bem (pra variar) e o DeNiro é o DeNiro, que hoje meio que se repete nos filmes, mas que é sempre bom. Gostei do drama familiar, especialmente da chegada do neto, que ele nem sabia que existia. E o final é até meio piegas, mas a vida às vezes não é??
Mesmo durante o Cine Ceará fui conferir os filmes que estrearam no circuito comercial aqui na cidade. Vê-lo no conforto do friozinho e com a qualidade de som e imagem de um cinema de shopping faz a diferença, mesmo quando os filmes não são ótimos. SOLARIS, na versão de Soderbergh, e O ÚLTIMO SUSPEITO, com DeNiro e grande elenco, se não chegam a ser ótimos, valem a conferida. Os comentários:
SOLARIS
Antes de tudo: ainda não vi a primeira versão de SOLARIS, o clássico da ficção científica de Andrei Tarkovski. Logo, não tenho como fazer comparações. E nem acho que seja justo comparar os filmes. Pelo que eu li o filme soviético (ainda existia URSS, na época) é mais complexo, mais elaborado e trata de mais assuntos que a versão de Steven Soderbergh, que centra no relacionamento entre o psicólogo que é mandado para a órbita do planeta Solaris e a esposa morta (Natascha McElhone) que "revive" na nave espacial. Esse tema me lembrou o terceiro ato de A.I., do Spielberg, em que o garotinho revê sua mãe, morta há milhares de anos, graças ao DNA do fio de cabelo. Em SOLARIS, o que o personagem de George Clooney encontra na nave também não é sua esposa, mas resultado das lembranças dele, que chegam para lhe visitar. (Engraçado que depois do filme eu e a Rejane fomos comer uns pastéizinhos e falamos sobre a personalidade que fica depois da morte, de acordo com os ensinamentos da Gnose.)
O clima do filme é um pouco sonolento, mas muito interessante, já que sono tem a ver com sonho e com a atmosfera onírica do filme. Mas a diferença é que eu não fiquei com sono. Hehehhe. SOLARIS tem que ser visto por platéias pacientes, graças à direção lenta de Soderbergh, que confirma ser um grande diretor, mesmo não tendo muitos grandes filmes no currículo. De qualquer maneira, pra mim, seu melhor filme continua sendo o primeirão SEXO, MENTIRAS E VIDEOTAPE.
O ÚLTIMO SUSPEITO (City by the Sea)
Filme ok de Michael Caton-Jones com elenco de primeira linha: Robert DeNiro, Frances McDormand, James Franco, Eliza Dushku. No filme, DeNiro é o policial que investiga a morte de um traficante e descobre que o cara que o matou é seu próprio filho (James Franco), viciado em drogas. O filme está mais pra um drama do que pra um policial. Eliza Dushku está linda mesmo de visual junkie, Frances McDormand está muito bem (pra variar) e o DeNiro é o DeNiro, que hoje meio que se repete nos filmes, mas que é sempre bom. Gostei do drama familiar, especialmente da chegada do neto, que ele nem sabia que existia. E o final é até meio piegas, mas a vida às vezes não é??
terça-feira, maio 13, 2003
AMÉLIA E CINE CEARÁ
Ontem estava planejando ver AMÉLIA,da Ana Carolina, passando aqui perto no Centro Cultural Banco do Nordeste em telão, e em seguida, ir para o Cine Ceará, última noite da Mostra Competitiva, que iria encerrar com AMARELO MANGA. Antes deste, iria passar um documentário: À MARGEM DA IMAGEM. As coisas não saíram bem como eu planejava.
AMÉLIA
Perdi AMÉLIA no cinema e pude conferir agora em vídeo/telão. Uma coisa que eu descobri: eu não gosto de ver filme em telão. Apesar do nome, a tela é pequena e me dá sono. O filme de Ana Carolina é bom, engraçado, ótimo elenco e tal, mas 140 minutos em frente ao telão depois do trabalho é dose. Vejam o que um leitor do site AdoroCinema escreveu:
"Muita fita, 140 minutos. Fico com a do Mário Lago. Aquela sim, é que era mulher de verdade!"
Também achei repetiviva as "piadas" da incomunicabilidade entre os mineiros caipiras e os franceses encabeçados pela atriz Sarah Berhardt. Assim como o filme AS NOVAS ROUPAS DO IMPERADOR, o filme de Ana Carolina é uma farsa histórica. Tudo ficção. E a Amélia do título é Marília Pera, que só aparece em flashbacks rápidos.
Cena de destaque: Betty Goffman de francesa chegando e falando francês para as irmãs da Amélia, que não entendiam bulhufas. Heheheh..
Pena que o filme é mais longo do que deveria. Senão, seria ótimo.
CINE CEARÁ
Nem vi nada. Cheguei atrasado, perdi todos os curtas e vi só um trecho de À MARGEM DA IMAGEM, de Evaldo Mocarzel. O diretor fez bem, durante o discurso, em dar um tapa na cara dos responsáveis pelo som horroroso do cinema. Ele comentou que estava tenso, decepcionado porque mixou o filme nos EUA pra quando chegar aqui ninguém entender quase nada do que se está dizendo. Todo mundo aplaudiu a sua atitude. Mas nem eu aguentei ver o filme sem entender nada e, já muito cansado, fui embora com dez minutos de filme.
Ainda bem que deu tempo de chegar em casa e gravar o episódio de ontem de 24 HORAS. Hehehe
Ontem estava planejando ver AMÉLIA,da Ana Carolina, passando aqui perto no Centro Cultural Banco do Nordeste em telão, e em seguida, ir para o Cine Ceará, última noite da Mostra Competitiva, que iria encerrar com AMARELO MANGA. Antes deste, iria passar um documentário: À MARGEM DA IMAGEM. As coisas não saíram bem como eu planejava.
AMÉLIA
Perdi AMÉLIA no cinema e pude conferir agora em vídeo/telão. Uma coisa que eu descobri: eu não gosto de ver filme em telão. Apesar do nome, a tela é pequena e me dá sono. O filme de Ana Carolina é bom, engraçado, ótimo elenco e tal, mas 140 minutos em frente ao telão depois do trabalho é dose. Vejam o que um leitor do site AdoroCinema escreveu:
"Muita fita, 140 minutos. Fico com a do Mário Lago. Aquela sim, é que era mulher de verdade!"
Também achei repetiviva as "piadas" da incomunicabilidade entre os mineiros caipiras e os franceses encabeçados pela atriz Sarah Berhardt. Assim como o filme AS NOVAS ROUPAS DO IMPERADOR, o filme de Ana Carolina é uma farsa histórica. Tudo ficção. E a Amélia do título é Marília Pera, que só aparece em flashbacks rápidos.
Cena de destaque: Betty Goffman de francesa chegando e falando francês para as irmãs da Amélia, que não entendiam bulhufas. Heheheh..
Pena que o filme é mais longo do que deveria. Senão, seria ótimo.
CINE CEARÁ
Nem vi nada. Cheguei atrasado, perdi todos os curtas e vi só um trecho de À MARGEM DA IMAGEM, de Evaldo Mocarzel. O diretor fez bem, durante o discurso, em dar um tapa na cara dos responsáveis pelo som horroroso do cinema. Ele comentou que estava tenso, decepcionado porque mixou o filme nos EUA pra quando chegar aqui ninguém entender quase nada do que se está dizendo. Todo mundo aplaudiu a sua atitude. Mas nem eu aguentei ver o filme sem entender nada e, já muito cansado, fui embora com dez minutos de filme.
Ainda bem que deu tempo de chegar em casa e gravar o episódio de ontem de 24 HORAS. Hehehe
segunda-feira, maio 12, 2003
CINE CEARÁ: NOITE DE DOMINGO
Ontem fui para o Cine Ceará no cine São Luiz. A noite foi agradável e pude ver duas comédias leves e agradáveis (um curta e um longa metragem). Os problemas de calor e som ruim continuam, mas a gente tenta se acostumar e acaba encontrando meios de aproveitar melhor o tempo no festival.
Tinha ido ver um filme no North Shopping (O ÚLTIMO SUSPEITO) e de lá fui sozinho pro Cine Ceará. Sorte minha que encontrei com o pessoal lá. Legal. Ficamos na Praça do Ferreira um tempo, enquanto os curtas em vídeo iam sendo exibidos, para sentir um pouco da brisa da noite (que brisa? hehehe).
Como perdi a maioria dos curtas, comento o que vi:
OS CURTAS
AÇAI COM JABÁ: UM FILME QUE BATE NA FRAQUEZA
Esse curta de 13 minutos é bem engraçado. Mostra que não é qualquer pessoa que aguenta uma tigelona de açaí. Eu já tomei o meu copo de açaí com guaraná hoje. Heheheh..
ABRY
Curta em vídeo de Joel Pizzini sobre a dona Lúcia Rocha, mãe do Glauber Rocha. Como o som estava ruim (novidade), não deu pra ouvir direito e fiquei perdido no documentário. E vendo o Pizzini filmando-a no hospital, deu até uma sensação de que ele estava achando que ela morreria em breve. Que nada, ela estava lá no cinema, recebeu um troféu e fez piada com Orlando Senna. Uma simpatia essa senhora.
SEJA O QUE DEUS QUISER
Muito divertida essa comédia de Murilo Salles, que ganhou prêmio de melhor longa brasileiro de ficção pelo público no Festival de Cinema do Rio. Essa foi a segunda exibição do filme no Brasil. E ele foi bem recebido pelo público, que riu das situações dos personagens. O filme tem ritmo bom e o diretor já tem ótimos filmes no currículo e experiência em dramas (NUNCA FOMOS TÃO FELIZES, COMO NASCEM OS ANJOS), suspense (FACA DE DOIS GUMES), documentário (TODOS OS CORAÇÕES DO MUNDO) e agora em comédia. O elenco está ótimo: Rocco Pitanga, Ludmila Rosa, Débora Lamm, Marília Pera, Caio Junqueira, Marcelo Serrado e Nicete Bruno. Presente no cine São Luiz apenas o diretor e Ludmila e Débora, que elogiaram a hospitalidade cearense. Um detalhe: Murilo Salles, antes do filme, falou que colocou duas homenagens ao Glauber Rocha em sua comédia. Difícil é eu dizer onde elas estão, sem ter visto um filme do Glauber completo. Heheheh.. Bem legal o livrinho promocional do filme que a gente recebeu na entrada do cinema, contendo fotos do filme e frases ditas pelos personagens.
Ontem fui para o Cine Ceará no cine São Luiz. A noite foi agradável e pude ver duas comédias leves e agradáveis (um curta e um longa metragem). Os problemas de calor e som ruim continuam, mas a gente tenta se acostumar e acaba encontrando meios de aproveitar melhor o tempo no festival.
Tinha ido ver um filme no North Shopping (O ÚLTIMO SUSPEITO) e de lá fui sozinho pro Cine Ceará. Sorte minha que encontrei com o pessoal lá. Legal. Ficamos na Praça do Ferreira um tempo, enquanto os curtas em vídeo iam sendo exibidos, para sentir um pouco da brisa da noite (que brisa? hehehe).
Como perdi a maioria dos curtas, comento o que vi:
OS CURTAS
AÇAI COM JABÁ: UM FILME QUE BATE NA FRAQUEZA
Esse curta de 13 minutos é bem engraçado. Mostra que não é qualquer pessoa que aguenta uma tigelona de açaí. Eu já tomei o meu copo de açaí com guaraná hoje. Heheheh..
ABRY
Curta em vídeo de Joel Pizzini sobre a dona Lúcia Rocha, mãe do Glauber Rocha. Como o som estava ruim (novidade), não deu pra ouvir direito e fiquei perdido no documentário. E vendo o Pizzini filmando-a no hospital, deu até uma sensação de que ele estava achando que ela morreria em breve. Que nada, ela estava lá no cinema, recebeu um troféu e fez piada com Orlando Senna. Uma simpatia essa senhora.
SEJA O QUE DEUS QUISER
Muito divertida essa comédia de Murilo Salles, que ganhou prêmio de melhor longa brasileiro de ficção pelo público no Festival de Cinema do Rio. Essa foi a segunda exibição do filme no Brasil. E ele foi bem recebido pelo público, que riu das situações dos personagens. O filme tem ritmo bom e o diretor já tem ótimos filmes no currículo e experiência em dramas (NUNCA FOMOS TÃO FELIZES, COMO NASCEM OS ANJOS), suspense (FACA DE DOIS GUMES), documentário (TODOS OS CORAÇÕES DO MUNDO) e agora em comédia. O elenco está ótimo: Rocco Pitanga, Ludmila Rosa, Débora Lamm, Marília Pera, Caio Junqueira, Marcelo Serrado e Nicete Bruno. Presente no cine São Luiz apenas o diretor e Ludmila e Débora, que elogiaram a hospitalidade cearense. Um detalhe: Murilo Salles, antes do filme, falou que colocou duas homenagens ao Glauber Rocha em sua comédia. Difícil é eu dizer onde elas estão, sem ter visto um filme do Glauber completo. Heheheh.. Bem legal o livrinho promocional do filme que a gente recebeu na entrada do cinema, contendo fotos do filme e frases ditas pelos personagens.
sexta-feira, maio 09, 2003
CINE CEARÁ - ENTRE O CALOR E A VERGONHA
Ontem fui para a segunda noite do Cine Ceará desse ano. Vou começar comentando o que mais me incomodou. O som estava uma merda - às vezes não se conseguia entender nada do que os atores estavam dizendo no filme. Um horror. Outro problema: o ar condicionado péssimo, que dizem que está funcionando, mas não o bastante pra tanta gente. Acho isso um desrespeito para com o público, os realizadores e os jornalistas e uma vergonha para nós. Vejam só o que Luiz Zanin Orochio, do Estado de São Paulo, escreveu hoje no jornal:
"FORTALEZA - Cine São Luiz com gente espirrando pelo ladrão, calor infernal lá dentro, muito povo do lado de fora, e alguns globais causando frisson, como Giovana Antonelli, Murilo Benício e Claudinha Abreu -- este o par principal de O Homem do Ano, de José Henrique Fonseca, filme escolhido para abrir na quarta-feira o 13.º Cine Ceará, hors-concours. "
e mais:
"A cerimônia foi rápida, sintética, de bom gosto. Nada de discursos inúteis e cansativos - que, aliás, cairiam mal sobre uma platéia já bastante incomodada pelo calor. Depois da apresentação de O Homem do Ano, por seu diretor, passou-se logo à projeção que era o que interessava. Projeção, aliás, prejudicada pela má qualidade de som do Cine São Luiz. Alguns diálogos ficaram inaudíveis. Outros se entendiam com dificuldade, o que, convenhamos, não é a melhor condição para se ver um filme."
Não é motivo de vergonha?? O que o Grupo Severiano Ribeiro está fazendo com o dinheiro dos altos preços dos ingressos e da pipoca que não conserta o som e o ar? Por que o Governo do Ceará, vendo o nome do Estado em um evento de projeção nacional, não mexe um dedo pra mudar isso? Por que os inúmeros patrocinadores, incluindo a Petrobrás, não fazem alguma diferença? Uma lástima.
Bom, passada a minha revolta, vamos aos eventos de ontem.
OS CURTAS
Cheguei atrasado para o curta em vídeo SILVA, de Beto Sporkens. Os outros curtas foram difíceis de curtir pelas razões que eu já mencionei.
O primeiro, GLAUCES, de Joel Pizzini, documentário de meia hora com edição de imagens de vários filmes com Glauce Rocha, é bem interessante e de montagem excelente, mas com uma duração dessas, ficou cansativo.
CEGO E AMIGO GEDEÃO À BEIRA DA ESTRADA traz Pedro Paulo Rangel como um ceguinho num filme que pretende ser engraçado, mas nem sempre consegue.
TERMINAL, filme em animação de blocos de preto e branco que até lembra "Sin City" de Frank Miller, é excelente técnicamente, mas não conseguiu atrair minha atenção para a narrativa. No fim, acabei não entendendo nada. Talvez porque estivese conversando com as meninas (Rejane e Valéria)
O último curta, CEGA SECA, de Sofia Federico, salvou a mostra. Mesmo com todo o problema de som e calor, o filme tem uma narrativa gostosa, que fez com que o público inteiro parasse pra prestar atenção. O filme traz uma história passada na caatinga nordestina com imagens bonitas e movimentação de cãmera ótima. No final, uma homenagem a O CÃO ANDALUZ, de Luis Buñuel. Sofia Federico tem potencial.
CAMA DE GATO
Finalmente, o longa-metragem da noite: CAMA DE GATO, do paulista Alexandre Stockler. (Caio Blat não veio com o diretor e o elenco jovem para o Cine São Luiz. ) Posso dizer que gostei da primeira meia hora. Depois o filme chega a ser cômico com tantas tragédias aparecendo na vida dos garotos. E se torna um pé no saco na cena final do lixão, excessivamente teatral.
Não vou contar aqui a história pra não estragar a surpresa de quem vai conferir o filme quando ele entrar em circuito comercial, mas adianto que ele contém cenas de sexo quase explícito, estupro, violência e opiniões polêmicas. É filme feito mesmo pra dar o que falar, nem que seja na base da apelação. Nada contra. As principais referências do trabalho de Stockler são mesmo o provocador Mikael Haneken (A PROFESSORA DE PIANO, CÓDIGO DESCONHECIDO, FUNNY GAMES) e os filmes do Dogma 95 (FESTA DE FAMÍLIA, OS IDIOTAS). Aliás, o próprio movimento criado por Stockler, o TRAUMA, é feito de maneira parecida com os filmes do Dogma: câmera digital de baixa qualidade de imagem na mão, muitos diálogos se aproximando do real, temas bombásticos. O que difere é que Stockler não abre mão de uma edição nervosa para dar mais agilidade à narrativa. Vale conferir.
Ontem fui para a segunda noite do Cine Ceará desse ano. Vou começar comentando o que mais me incomodou. O som estava uma merda - às vezes não se conseguia entender nada do que os atores estavam dizendo no filme. Um horror. Outro problema: o ar condicionado péssimo, que dizem que está funcionando, mas não o bastante pra tanta gente. Acho isso um desrespeito para com o público, os realizadores e os jornalistas e uma vergonha para nós. Vejam só o que Luiz Zanin Orochio, do Estado de São Paulo, escreveu hoje no jornal:
"FORTALEZA - Cine São Luiz com gente espirrando pelo ladrão, calor infernal lá dentro, muito povo do lado de fora, e alguns globais causando frisson, como Giovana Antonelli, Murilo Benício e Claudinha Abreu -- este o par principal de O Homem do Ano, de José Henrique Fonseca, filme escolhido para abrir na quarta-feira o 13.º Cine Ceará, hors-concours. "
e mais:
"A cerimônia foi rápida, sintética, de bom gosto. Nada de discursos inúteis e cansativos - que, aliás, cairiam mal sobre uma platéia já bastante incomodada pelo calor. Depois da apresentação de O Homem do Ano, por seu diretor, passou-se logo à projeção que era o que interessava. Projeção, aliás, prejudicada pela má qualidade de som do Cine São Luiz. Alguns diálogos ficaram inaudíveis. Outros se entendiam com dificuldade, o que, convenhamos, não é a melhor condição para se ver um filme."
Não é motivo de vergonha?? O que o Grupo Severiano Ribeiro está fazendo com o dinheiro dos altos preços dos ingressos e da pipoca que não conserta o som e o ar? Por que o Governo do Ceará, vendo o nome do Estado em um evento de projeção nacional, não mexe um dedo pra mudar isso? Por que os inúmeros patrocinadores, incluindo a Petrobrás, não fazem alguma diferença? Uma lástima.
Bom, passada a minha revolta, vamos aos eventos de ontem.
OS CURTAS
Cheguei atrasado para o curta em vídeo SILVA, de Beto Sporkens. Os outros curtas foram difíceis de curtir pelas razões que eu já mencionei.
O primeiro, GLAUCES, de Joel Pizzini, documentário de meia hora com edição de imagens de vários filmes com Glauce Rocha, é bem interessante e de montagem excelente, mas com uma duração dessas, ficou cansativo.
CEGO E AMIGO GEDEÃO À BEIRA DA ESTRADA traz Pedro Paulo Rangel como um ceguinho num filme que pretende ser engraçado, mas nem sempre consegue.
TERMINAL, filme em animação de blocos de preto e branco que até lembra "Sin City" de Frank Miller, é excelente técnicamente, mas não conseguiu atrair minha atenção para a narrativa. No fim, acabei não entendendo nada. Talvez porque estivese conversando com as meninas (Rejane e Valéria)
O último curta, CEGA SECA, de Sofia Federico, salvou a mostra. Mesmo com todo o problema de som e calor, o filme tem uma narrativa gostosa, que fez com que o público inteiro parasse pra prestar atenção. O filme traz uma história passada na caatinga nordestina com imagens bonitas e movimentação de cãmera ótima. No final, uma homenagem a O CÃO ANDALUZ, de Luis Buñuel. Sofia Federico tem potencial.
CAMA DE GATO
Finalmente, o longa-metragem da noite: CAMA DE GATO, do paulista Alexandre Stockler. (Caio Blat não veio com o diretor e o elenco jovem para o Cine São Luiz. ) Posso dizer que gostei da primeira meia hora. Depois o filme chega a ser cômico com tantas tragédias aparecendo na vida dos garotos. E se torna um pé no saco na cena final do lixão, excessivamente teatral.
Não vou contar aqui a história pra não estragar a surpresa de quem vai conferir o filme quando ele entrar em circuito comercial, mas adianto que ele contém cenas de sexo quase explícito, estupro, violência e opiniões polêmicas. É filme feito mesmo pra dar o que falar, nem que seja na base da apelação. Nada contra. As principais referências do trabalho de Stockler são mesmo o provocador Mikael Haneken (A PROFESSORA DE PIANO, CÓDIGO DESCONHECIDO, FUNNY GAMES) e os filmes do Dogma 95 (FESTA DE FAMÍLIA, OS IDIOTAS). Aliás, o próprio movimento criado por Stockler, o TRAUMA, é feito de maneira parecida com os filmes do Dogma: câmera digital de baixa qualidade de imagem na mão, muitos diálogos se aproximando do real, temas bombásticos. O que difere é que Stockler não abre mão de uma edição nervosa para dar mais agilidade à narrativa. Vale conferir.
quinta-feira, maio 08, 2003
FISHER E SCORSESE
Outro final de semana já está chegando e eu ainda não comentei os dois filmes que vi na telinha: AS NOIVAS DO VAMPIRO e SEXY E MARGINAL. Os dois filmes foram gravados pelo chapa Renato do canal Telecine. Então, vamos lá:
SEXY E MARGINAL (Boxcar Bertha)
Um dos primeiros filmes de Martin Scorsese, um dos maiores cineastas do mundo, SEXY E MARGINAL (1972) traz Barbara Hershey no auge da beleza e do frescor, quase 20 anos antes do mesmo Scorsese convidá-la para o papel de Maria Madalena em A ÚLTIMA TENTAÇÃO DE CRISTO (1988). Nesse filme, Scorsese ainda não tinha atingido o nível que tem hoje. O filme mostra Hershey como uma moça do interior do Estados Unidos sulista na depressão americana dos anos 30, que ao lado de três rapazes assaltam trens e são perseguidos pela polícia, que na época gostava de perseguir os agitadores de sindicatos, tidos como comunistas. O filme foi produzido por Roger Corman e talvez por isso não seja um filme bem lapidado. Corman gostava de trabalhar com pouca grana, não gostava de gastar muito celulóide e Scorsese filmou tudo em 21 dias. Para os marmanjos, tem a nudez e a sensualidade de Miss Hershey. Não dá pra reclamar.
AS NOIVAS DO VAMPIRO (The Brides of Dracula)
Filme da Hammer de 1960, continuação de O VAMPIRO DA NOITE (1958), que traz novamente Van Helsing de volta à Transilvânia, dessa vez para caçar um outro vampiro, o Barão Meinster e suas vampiretes. Fisher é o mesmo diretor do primeiro filme de Drácula da Hammer (esse de 1958) e do segundo - DRÁCULA, O PRÍNCIPE DAS TREVAS (1966). Além disso, ele dirigiu outros filmes de monstros de horror clássicos como a Múmia, a criatura de Frankenstein, Dr. Jeckyl & Mr. Hyde, o Fantasma da Ópera, entre outros. Esse AS NOIVAS DO VAMPIRO não é tão bom quanto os dois Dráculas, mas mantém o mesmo clima. Estão lá as moças bonitas, os vampiros dentuços, o castelo amaldiçoado, a comunidade temerosa, os morcegos de borracha e um expert em vampiros (no filme, interpretado por Peter Cushing). Quer dizer, não tem como ser ruim, como diria o Thomaz.
Outro final de semana já está chegando e eu ainda não comentei os dois filmes que vi na telinha: AS NOIVAS DO VAMPIRO e SEXY E MARGINAL. Os dois filmes foram gravados pelo chapa Renato do canal Telecine. Então, vamos lá:
SEXY E MARGINAL (Boxcar Bertha)
Um dos primeiros filmes de Martin Scorsese, um dos maiores cineastas do mundo, SEXY E MARGINAL (1972) traz Barbara Hershey no auge da beleza e do frescor, quase 20 anos antes do mesmo Scorsese convidá-la para o papel de Maria Madalena em A ÚLTIMA TENTAÇÃO DE CRISTO (1988). Nesse filme, Scorsese ainda não tinha atingido o nível que tem hoje. O filme mostra Hershey como uma moça do interior do Estados Unidos sulista na depressão americana dos anos 30, que ao lado de três rapazes assaltam trens e são perseguidos pela polícia, que na época gostava de perseguir os agitadores de sindicatos, tidos como comunistas. O filme foi produzido por Roger Corman e talvez por isso não seja um filme bem lapidado. Corman gostava de trabalhar com pouca grana, não gostava de gastar muito celulóide e Scorsese filmou tudo em 21 dias. Para os marmanjos, tem a nudez e a sensualidade de Miss Hershey. Não dá pra reclamar.
AS NOIVAS DO VAMPIRO (The Brides of Dracula)
Filme da Hammer de 1960, continuação de O VAMPIRO DA NOITE (1958), que traz novamente Van Helsing de volta à Transilvânia, dessa vez para caçar um outro vampiro, o Barão Meinster e suas vampiretes. Fisher é o mesmo diretor do primeiro filme de Drácula da Hammer (esse de 1958) e do segundo - DRÁCULA, O PRÍNCIPE DAS TREVAS (1966). Além disso, ele dirigiu outros filmes de monstros de horror clássicos como a Múmia, a criatura de Frankenstein, Dr. Jeckyl & Mr. Hyde, o Fantasma da Ópera, entre outros. Esse AS NOIVAS DO VAMPIRO não é tão bom quanto os dois Dráculas, mas mantém o mesmo clima. Estão lá as moças bonitas, os vampiros dentuços, o castelo amaldiçoado, a comunidade temerosa, os morcegos de borracha e um expert em vampiros (no filme, interpretado por Peter Cushing). Quer dizer, não tem como ser ruim, como diria o Thomaz.
domingo, maio 04, 2003
X-2, LA COMUNIDAD E BELLA MARTHA
X-MEN 2 (X2)
Finalmente, depois de duas tentativas fracassadas, consegui ver X-MEN 2 hoje. A continuação é bem mais resolvida do que o primeiro filme, ainda que a primeira metade do filme, que mostra um pouco mais a personalidade de cada mutante interagindo, me agrade mais do que a segunda metade. A história do filme foi inspirada na história "O Conflito de uma raça" de Chris Claremont e Brett Anderson. Ouvi falar que a Panini vai relançar essa história numa edição caprichada. Tomara.
O começo do filme, apresentando o mutante Noturno, é bem legal. Os efeitos especiais estão tão bons que eu não tenho do que reclamar nesse aspecto. Mais dinheiro na produção, né? Interessante o triângulo amoroso Wolverine-Jean Grey-Ciclope.
Tenho minhas dúvidas se o filme é totalmente compreensível para quem não leu nada dos quadrinhos. Alguns detalhes no filme quem leu vai entender melhor. Por exemplo: a mudança no poder telecinético em Jean Grey, a origem obscura de Wolverine, a aparição de Colossus, a menina que atravessa paredes Kitty Pryde etc. A trama geral não é comprometida por causa disso.
Pelo visto a Marvel está com o pé direito no cinema. Depois do primeiro X-Men, de Homem-Aranha, Demolidor, X-2 e agora vem Hulk, por Ang Lee. E nenhum desses filmes, por mais que tenham os seus problemas, não envergonham ninguém em qualidade de direção, efeitos e história.
Vi o trailler de A LIGA (mudaram o nome da adaptação de "As aventuras da Liga Extraordinária"), mas não deu pra ficar animado. Não é à toa que Alan Moore nem quer ver o filme. Heheheh..
A COMUNIDADE (La Comunidad)
Se X-MEN 2, eu recomendo, A COMUNIDADE então eu digo que é imperdível. Pena que poucas as pessoas tenham ido prestigiar as poucas sessões que exibem mais esse belo trabalho de Álex de la Iglesia. Ainda por cima que o filme é em scope (1: 2,35) e assistir na tela pequena estraga um pouco do impacto visual e de suspense do filme.
A COMUNIDADE é um misto de comédia de humor negro com suspense e uns elementos de filmes de horror. Conta a história de uma corretora imobiliária (Carmen Maura, de MULHERES À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS) que se apossa de um apartamento de luxo e acaba encontrando 300 milhões no apartamento de cima. O que ela não contava era que todos os moradores do prédio já estavam de olho na grana. É um filme que trata de maneira bizarra o tema da ambição, que tem como filme mais representativo O TESOURO DE SIERRA MADRE, de John Huston.
Infelizmente esse é apenas o segundo filme de La Iglesia que eu vejo. Vi apenas AÇÃO MUTANTE, mas pretendo ir atrás de O DIA DA BESTA e PERDITA DURANGO. Quem sabe nas minhas férias em julho, né?
SIMPLESMENTE MARTHA (Bella Martha)
Mais um exemplo de "cinema gastronômico". Como A FESTA DE BABETTE, COMO ÁGUA PARA CHOCOLATE e SIMPLESMENTE IRRESISTÍVEL, esse filme é de dar fome, mostrando a culinária alemã e italiana. Na história, Martha é uma chef de um restaurante que vive sozinha até o acidente que mata a sua irmã e a deixa tendo de cuidar da sobrinha, até encontrar o pai da criança, em algum lugar da Itália. Entra em cena um italiano que muda a rotina de Martha. Legal o filme mostrar o contraste entre a cultura alemã (fria) e a cultura italiana (mais passional).
O filme é simpático, mas não assisti-lo não vai fazer muita falta. Recomendado para pessoas que estão sem apetite. Já para as que estão comendo demais e precisam de uma dieta recomendo A COMILANÇA, de Marco Ferreri ou SALÓ - OS 120 DIAS DE SODOMA, do Pasolini. Arghh.. Hehhehe..
X-MEN 2 (X2)
Finalmente, depois de duas tentativas fracassadas, consegui ver X-MEN 2 hoje. A continuação é bem mais resolvida do que o primeiro filme, ainda que a primeira metade do filme, que mostra um pouco mais a personalidade de cada mutante interagindo, me agrade mais do que a segunda metade. A história do filme foi inspirada na história "O Conflito de uma raça" de Chris Claremont e Brett Anderson. Ouvi falar que a Panini vai relançar essa história numa edição caprichada. Tomara.
O começo do filme, apresentando o mutante Noturno, é bem legal. Os efeitos especiais estão tão bons que eu não tenho do que reclamar nesse aspecto. Mais dinheiro na produção, né? Interessante o triângulo amoroso Wolverine-Jean Grey-Ciclope.
Tenho minhas dúvidas se o filme é totalmente compreensível para quem não leu nada dos quadrinhos. Alguns detalhes no filme quem leu vai entender melhor. Por exemplo: a mudança no poder telecinético em Jean Grey, a origem obscura de Wolverine, a aparição de Colossus, a menina que atravessa paredes Kitty Pryde etc. A trama geral não é comprometida por causa disso.
Pelo visto a Marvel está com o pé direito no cinema. Depois do primeiro X-Men, de Homem-Aranha, Demolidor, X-2 e agora vem Hulk, por Ang Lee. E nenhum desses filmes, por mais que tenham os seus problemas, não envergonham ninguém em qualidade de direção, efeitos e história.
Vi o trailler de A LIGA (mudaram o nome da adaptação de "As aventuras da Liga Extraordinária"), mas não deu pra ficar animado. Não é à toa que Alan Moore nem quer ver o filme. Heheheh..
A COMUNIDADE (La Comunidad)
Se X-MEN 2, eu recomendo, A COMUNIDADE então eu digo que é imperdível. Pena que poucas as pessoas tenham ido prestigiar as poucas sessões que exibem mais esse belo trabalho de Álex de la Iglesia. Ainda por cima que o filme é em scope (1: 2,35) e assistir na tela pequena estraga um pouco do impacto visual e de suspense do filme.
A COMUNIDADE é um misto de comédia de humor negro com suspense e uns elementos de filmes de horror. Conta a história de uma corretora imobiliária (Carmen Maura, de MULHERES À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS) que se apossa de um apartamento de luxo e acaba encontrando 300 milhões no apartamento de cima. O que ela não contava era que todos os moradores do prédio já estavam de olho na grana. É um filme que trata de maneira bizarra o tema da ambição, que tem como filme mais representativo O TESOURO DE SIERRA MADRE, de John Huston.
Infelizmente esse é apenas o segundo filme de La Iglesia que eu vejo. Vi apenas AÇÃO MUTANTE, mas pretendo ir atrás de O DIA DA BESTA e PERDITA DURANGO. Quem sabe nas minhas férias em julho, né?
SIMPLESMENTE MARTHA (Bella Martha)
Mais um exemplo de "cinema gastronômico". Como A FESTA DE BABETTE, COMO ÁGUA PARA CHOCOLATE e SIMPLESMENTE IRRESISTÍVEL, esse filme é de dar fome, mostrando a culinária alemã e italiana. Na história, Martha é uma chef de um restaurante que vive sozinha até o acidente que mata a sua irmã e a deixa tendo de cuidar da sobrinha, até encontrar o pai da criança, em algum lugar da Itália. Entra em cena um italiano que muda a rotina de Martha. Legal o filme mostrar o contraste entre a cultura alemã (fria) e a cultura italiana (mais passional).
O filme é simpático, mas não assisti-lo não vai fazer muita falta. Recomendado para pessoas que estão sem apetite. Já para as que estão comendo demais e precisam de uma dieta recomendo A COMILANÇA, de Marco Ferreri ou SALÓ - OS 120 DIAS DE SODOMA, do Pasolini. Arghh.. Hehhehe..
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