quinta-feira, janeiro 03, 2013
MEU AMIGO TOTORO (Tonari no Totoro)
O universo de Hayao Miyazaki é sempre encantador. Por mais que alguns de seus filmes sejam mais direcionados ao público infantil – caso deste MEU AMIGO TOTORO (1988) e de seu mais recente trabalho lançado nos cinemas, PONYO – UMA AMIZADE QUE VEIO DO MAR (2008) –, difícil o público adulto também não se deliciar com as aventuras fantásticas que ele cria. Até porque há uma atmosfera de sonho que faz com que suas obras sejam independentes de faixa etária. Se não está entre os meus trabalhos favoritos do genial animador japonês – tenho especial carinho por NAUSICAÄ DO VALE DO VENTO (1984) e O CASTELO ANIMADO (2004) -, MEU AMIGO TOTORO tem algo que o torna especial. É completamente compreensível que o filme seja tão cultuado.
Diferente de seu colega do estúdio Ghibli, Isao Takahata – TÚMULO DOS VAGALUMES (1988) e ONLY YESTERDAY (1991) –, que trabalha mais com o realismo, o cinema de Miyazaki se deixa perder no fantástico. Mesmo quando seus filmes tratam de demônios (os da cultura nipônica, não os demônios cristãos) ou seres aparentemente perigosos, suas histórias geram encantamento tanto para seus personagens quanto para os espectadores.
No caso de MEU AMIGO TOTORO, vemos um pai e suas duas filhas chegando para habitar uma casa abandonada por alguns anos e considerada mal-assombrada pelo povo local. Tanto o pai quanto as crianças veem o fato como algo excitante e não perturbador. E mesmo quando a filha se deixa perder dentro da floresta para encontrar as criaturas estranhas, entre elas o gigantesco Totoro, um espírito da floresta, isso também é mostrado em clima de deslumbramento.
Para ajudar a balancear uma história tão cheia de cenas fantásticas – há, inclusive, um gato gigante que é ao mesmo tempo um ônibus voador –, há também uma situação realista e melodramática, que é a subtrama da mãe das meninas, que se encontra internada em um hospital local para se tratar de um problema do sistema respiratório.
No mais, MEU AMIGO TOTORO é um filme impregnado de ternura e há uma bela mensagem ecológica, ainda que não tão explícita quanto em NAUSICAÄ DO VALE DO VENTO. O tom aqui é de harmonia e a sensação ao ver o filme é de alegria. Miyazaki estava particularmente inspirado quando fez este trabalho, tão caprichado nos desenhos.
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