terça-feira, novembro 25, 2008
OS ESTRANHOS (The Strangers)
Tenho a teoria de que um bom filme de horror é capaz de espantar qualquer sono. Eu mesmo já fui cobaia desse tipo de experimento várias vezes. Infelizmente isso não ocorreu com OS ESTRANHOS (2008), filme de estréia de Bryan Bertino, que tem um início até interessante, mas que vai aborrecendo à medida que os clichês vão se tornando mais óbvios e as ações dos protagonistas vão se tornando mais idiotas e previsíveis. Se bem que em certo momento, já não agüentando mais de sono e minhas pálpebras se fechando, tomei um susto, mas foi por causa do grito da Liv Tyler.
Ainda assim, pode-se dizer que OS ESTRANHOS tem os seus acertos. O filme acerta, por exemplo, em não utilizar trilha sonora óbvia de susto em momentos apavorantes, como na aparição do sujeito com a máscara dentro da casa, sem que a personagem de Liv Tyler perceba a sua presença. Esse é um daqueles momentos típicos de filmes de terror, especialmente os da década de 80, em que o espectador sabe que o monstro ou o assassino está perto e tenta de alguma maneira avisar ao personagem que ele está correndo perigo. Isso ocorreu na sessão desse filme, inclusive.
Na trama, bem simples, Liv Tyler e Scott Speedman é um casal passando por uma situação desconfortável. Na noite em que ele decide propô-la em casamento, ela não aceita, mas os dois, mesmo assim, vão parar, depois de uma festa, num chalé abandonado no meio do nada, onde passariam, segundo os planos iniciais do rapaz, uma noite de amor. A edição do filme, no início, fugindo um pouco da linear, é acertada. A certa hora da madrugada, alguém bate à porta. É uma mulher cujo rosto não se vê na escuridão. Apenas seus cabelos, loiros. Ela pergunta por alguém que eles não conhecem e depois vai embora, deixando no ar algo de sinistro. Essa seqüência em especial é uma das melhores de OS ESTRANHOS. O não mostrar o rosto da moça passa um ar de mistério ao filme.
Pena que OS ESTRANHOS vai se rendendo ao lugar comum rapidinho. E nem precisaria de um grande diretor para segurar um filme que se passa o tempo inteiro dentro ou ao redor de uma casa. Um bom exemplo disso é o subestimado QUANDO UM ESTRANHO CHAMA, que nem precisou de sangue e violência para se utilizar de uma boa tortura psicológica. E apesar de o final ser ruim, pelo menos deixa um gancho que promete render o início de uma nova franquia. Quem sabe na continuação, a coisa melhora. Tudo é possível.
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