segunda-feira, novembro 10, 2008
007 - QUANTUM OF SOLACE (Quantum of Solace)
Gostei da idéia de fazer uma renovação nos filmes de James Bond, iniciada a partir de 007 - CASSINO ROYALE (2006), dando sentimentos e motivações a um personagem que parecia imbatível e cínico demais, sem falar que James Bond dificilmente se sujava e mal assanhava o cabelo nos filmes anteriores, que se preocupavam mais em mostrar as novas engrenagens eletrônicas que ele utilizaria contra seus inimigos. 007 – QUANTUM OF SOLACE (2008) traz uma premissa que me agradou desde o começo, como o fato de ser uma continuação direta do filme anterior, e não mais um episódio solto e sem cronologia como os demais exemplares da série. Há quem não goste de Daniel Craig, considere-o com pouca classe e muita truculência, o que não deixa de ser verdade, mas isso faz parte das inovações e com certeza essa nova fase será marcante, mesmo que um dia seja deixada de lado em nome dos velhos tempos.
O problema desse novo filme, além da falta de um título em português – o que eu considero uma ridícula imposição do estúdio que acaba por afastar o espectador médio, que nem mesmo vai saber pronunciar o título -, é que Marc Forster, diretor sem nenhuma experiência com filmes de ação, acaba tentando enganar o espectador com o velho truque da montagem picotada, que torna as cenas de ação incompreensíveis. Diria que a cena de ação que abre o filme é uma das piores da história da série. Uma pena, pois uma perseguição de carros seguida de muitas batidas, se bem dirigida, é algo de deixar o espectador com o coração na boca. Mas a canção de abertura, dessa vez a cargo de Alicia Keys e Jack White, restabelece o prazer e a esperança pelo filme. Inclusive, a guitarra de White me fez balançar a cabeça no cinema.
QUANTUM OF SOLACE vai se tornando mais interessante nas cenas de espionagem e nos diálogos, que é o forte de Forster. As Bond-girls, dessa vez - parece até de propósito - não têm a mesma força e o mesmo sex appeal de Eva Green em CASSINO ROYALE, já que o fantasma de Vésper está presente no filme inteiro, pois é o que motiva James Bond a ir à caça dos responsáveis pela morte de sua amada. Como um filme de vingança, QUANTUM OF SOLACE tem uma brutalidade às vezes empolgante e nunca James Bond pareceu tão raivoso e matador. Ele mata até mesmo os informantes que aparecem pelo caminho, a ponto de em certo momento o MI-6 ter que intervir e mandá-lo de volta para Londres.
No mais, o filme apresenta um bom vilão (Mathieu Amalric), uma trama razoável, duas Bond-girls interessantes (Olga Kurylenko e Gemma Arterton), muitas locações – o que acaba sendo um dos pontos mais divertidos do filme –, o retorno de um personagem simpático do filme anterior (Giancarlo Giannini) e um clímax no deserto bem interessante. É bem mais divertido que qualquer filme estrelado por Pierce Brosnan, o que já é motivo de comemoração. Acredito que a renovação da franquia tenha funcionado, embora peque nas cenas de ação nesse exemplar, que para um filme de James Bond, era esperado que fossem no mínimo boas.
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