Que delícia de filme é CHEF (2014), realização modesta de Jon Favreau feita com alguns dos amigos milionários que trabalharam com ele em HOMEM DE FERRO (2008) e HOMEM DE FERRO 2 (2010), como Scarlett Johansson e Robert Downey Jr, além de talentos como Dustin Hoffman, Oliver Platt, Sofía Vergara, Bobby Cannavale e John Leguizamo. Esses três últimos, inclusive, ajudam a conferir ao filme uma aura latina, que será de bastante utilidade na segunda metade da narrativa, com predomínio da influência dos hispânicos na cultura americana, especialmente em Miami.
Na trama, Favreau é Carl Casper, um chef de cozinha de um conceituado restaurante. Ele leva seu trabalho tão a sério que acaba esquecendo, de vez em quando, de suas responsabilidades para com Percy (Emjay Anthony), filho de dez anos fruto de um casamento que acabou, embora o relacionamento com a esposa (Vergara) continue amigável. Sua vida fica de pernas para o ar quando um crítico de restaurantes (Platt) faz uma crítica negativa de seus pratos e essa crítica se torna viral graças ao twitter.
Aliás, a importância que o filme dá a essa nova ferramenta como divulgação de algo, para o bem e para o mal, é fundamental para uma série de outras situações divertidas que acontecem. A primeira delas parece ser não muito boa, levando Carl a abandonar o emprego e, depois de muita relutância, abraçar a ideia que a sua ex-esposa tem de trabalhar fazendo comida de trêiler. Ou caminhão, no caso. Assim, o filme nos convida para uma viagem não apenas geográfica (por várias cidades dos Estados Unidos), mas principalmente nos convida a experimentar, ainda que à distância, os deliciosos pratos preparados por Carl, bem como os sanduíches cubanos experimentados inicialmente me Miami.
CHEF é desses filmes que nos deixam com água na boca, ao mesmo tempo que também trabalha de maneira muito bonita a relação de Carl com os amigos, a ex-esposa e principalmente com o pequeno Percy. É surpreendentemente um dos filmes mais "feel good" do ano, embora o título de melhor filme envolvendo gastronomia seja ainda do indiano LUNCHBOX.
Creio que fazer CHEF deve ter sido muito bom para Favreau, que se revelou um diretor sensível, longe das explosões e efeitos especiais, além de estar rodeado de amigos e de gente bonita, carismática e talentosa.
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