sábado, março 08, 2014

300 – A ASCENSÃO DO IMPÉRIO (300: Rise of an Empire)



O trailer de 300 – A ASCENSÃO DO IMPÉRIO (2014) já vinha enchendo o saco de cinéfilos há meses. Até que enfim o filme estreou, então. Como algumas coisas que poderiam ser vistas como pontos negativos para o filme já são garantidas, como o sangue e o cenário totalmente em CGI e a fotografia em cores propositalmente esmaecidas para não perder o tom do 300 anterior (2006), de Zack Snyder, o que nos resta é a surpresa.

E ela vem pela boa mão do pouco experiente Noam Murro, que comanda a direção desta "quase" sequência. Dizemos "quase" porque há acontecimentos de muito antes da batalha dos 300 contra as tropas de Xerxes (Rodrigo Santoro), há acontecimentos que ocorrem durante a batalha contra os espartanos e há acontecimentos que ocorrem após a fatídica batalha, que trouxe uma "morte gloriosa" para os orgulhosos habitantes daquela cidade-estado cuja maior força estava no combate.

Assim, através da narração da Rainha Gorgo de Esparta (Lena Headey), esposa do Rei Leônidas, ficamos sabendo detalhes ocorridos há 10 anos, como a morte de Dario, o rei dos persas, pela flecha mortal do ateniense Temístocles (Sullivan Stapleton) durante um ataque-surpresa que dizimou todos os persas do local. Esse incidente afetou a vida de duas pessoas em particular: Xerxes, que presenciou a morte do pai, e Artemísia (Eva Green), que incutiu na cabeça de Xerxes a ideia de que ele poderia ser um deus. E assim vencer os gregos.

Essas narrativas iniciais estão entre os pontos altos do filme, que consegue separar de maneira hábil a batalha de Temístocles e a história de Artemísia e a consequente mudança de Xerxes, que se tornaria um gigante dourado e de voz de trovão. Mas Xerxes é apenas um paspalho em 300 – A ASCENSÃO DO IMPÉRIO, já que os grandes protagonistas são mesmo Temístocles e Artemísia, ambos gregos, mas servindo a exércitos inimigos.

Eva Green está muito bem como a vilã, além de protagonizar uma cena sensual, mostrando os seios fartos que o mundo conheceu em OS SONHADORES, de Bernardo Bertolucci. Mas aqui o que mais importa é a sua força como estrategista, seu ódio contra os gregos, sua maldade natural e sua habilidade no uso da espada.

Apesar de a violência do filme ser incluída na pós-produção, com sangue que não parece sangue, as cenas de batalha são vigorosas e o vermelho do sangue derramado funciona como uma espécie de fetiche. Aliás, esse não é o único fetiche do filme, que desde o seu antecessor tem um teor um tanto homoerótico pelo elogio, através das imagens, dos corpos masculinos seminus. Assim, o corpo, a espada e o sangue são os três elementos fetichistas de 300 – A ASCENSÃO DO IMPÉRIO.

Pena que o filme perca um pouco o ritmo da metade para o final, com as paradas estratégicas de cada lado para se preparar para a batalha no dia seguinte. Mas o pouco conhecido Murro, que só tinha no currículo de longas a comédia romântica VIVENDO E APRENDENDO (2008), acabou se saindo melhor que o seu amigo Snyder, que aqui assina como roteirista e produtor. Levando em consideração a quantidade de filmes ruins do subgênero "espada e sandália" que andam aportando pelas salas mundo afora, até que o novo 300 não se saiu mal como muitos previam.

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