terça-feira, maio 08, 2012
SETE DIAS COM MARILYN (My Week with Marilyn)
Um fato muito agradável e interessante aconteceu durante a sessão de SETE DIAS COM MARILYN (2011). Era uma sessão de pré-estreia do filme, que curiosamente não entrou em cartaz na semana seguinte em Fortaleza, por causa da invasão maciça dos Vingadores. O circuito exibidor local desistiu de colocar o filme em cartaz e nem sei mais se será exibido. Talvez no Cinema de Arte. Enfim, na sessão matutina iria acontecer um debate sobre a vida da Marilyn Monroe, com o crítico José Augusto Lopes. Raramente fico para esses debates, mas nesse dia resolvi ficar. Alguns livros iam ser sorteados, caso de "Fragmentos – Poemas, Anotações Íntimas e Cartas de Marilyn Monroe", lindo livro com anotações da Marilyn e também com umas fotos belíssimas, encadernação de luxo e tal. O outro livro era o que deu origem ao filme, "Uma Semana com Marilyn", de Colin Clark.
Como eu e o Inácio participamos do blog de cinema do Diário do Nordeste, o Pedro Martins nos deixou entrar sem pagar. E sem pagar quer dizer também que não receberíamos o cupom com o número para sorteio dos livros. Mas tudo bem. Raramente tenho sorte com esse tipo de sorteio mesmo. Mas eu estava com sorte nesse dia. Duas senhoras, que não iam ficar para o debate, saíram mais cedo e sabiam que nós não tínhamos os cupons e nos entregou os delas, desejando boa sorte. Na hora do sorteio, o primeiro número a ser sorteado foi o meu. Fiquei feliz que nem pinto no lixo com o exemplar luxuoso de "Fragmentos", com a Marilyn mais linda do que nunca na capa. Uma senhora que estava na sessão falou pra mim: "você é um rapaz de sorte, sabia?". Depois ainda fiquei conversando com José Augusto Lopes no final, sobre os anos de ouro de Hollywood, que ele pôde vivenciar, pois já era cinéfilo na década de 1950. Foi, certamente, uma manhã agradável.
Quanto ao filme de Simon Curtis, diretor pouco conhecido, mas bastante presente em produções para a televisão inglesa, ele acabou chegando tarde demais aos cinemas brasileiros, depois de ter passado o hype em torno da indicação ao Oscar de atriz para Michelle Williams. Que, aliás, está muito bem, mas temos sempre que nos esforçar para esquecer que Michelle está bem distante da beleza da Marilyn. E nem me refiro ao sex appeal, já que o filme procura mostrar uma face da atriz na intimidade, em um momento específico de sua vida, que foi quando ela foi à Inglaterra protagonizar um filme dirigido por Laurence Olivier (Kenneth Branagh).
SETE DIAS COM MARILYN narra o momento mágico na vida de Colin Clark (Eddie Redmayne), um jovem que trabalharia até de graça para estar dentro da indústria de cinema. E que teve a sorte de ser escolhido para ser o amiguinho de Marilyn, sempre que ela estava carente e se sentindo incompreendida, especialmente quando faltava ou chegava atrasada às gravações, deixando Sir Laurence Olivier completamente louco. Não aconteceu nada de tão extraordinário entre os dois, mas passa a ser extraordinário por se tratar de algo com a Marilyn Monroe. Dormir na cama com ela, receber um beijo dela, vê-la nadar nua. Isso deve ter mexido bastante com a cabeça do rapaz, que só muitos anos depois resolveu escrever o livro revelador desse momento, quando praticamente todos os envolvidos na história já estão mortos. O filme é bonito e carrega essa aura nostálgica, de uma Hollywood mais glamorosa. E Michelle Williams, esforçada, se saiu muito bem com a dificílima missão de encarnar um dos maiores ícones do cinema.