segunda-feira, novembro 05, 2007

1408



Fiquei desapontado com 1408 (2007), adaptação de um conto de Stephen King dirigida pelo sueco Mikael Håfström. Diferente de grande parte da crítica e do público, eu fui um dos que gostaram do menosprezado thriller anterior do diretor, FORA DE RUMO (2005), que prendia muito mais a atenção e mexia muito mais com nossos nervos do que esse terror psicológico que depende demais do carisma de John Cusack para conseguir se manter. Isso porque a maior parte do filme se passa dentro do assombrado apartamento 1408 do Hotel Dolphin, em Nova York. (Alguém sabe se existe mesmo esse hotel?)

1408 começa bem. O personagem de Cusack é um escritor que ganha a vida compondo livros do tipo "Os dez cemitérios mais assustadores do país" ou algo do tipo. Atualmente ele prepara um livro chamado "Dez Noites em Quartos de Hotel Mal-Assombrados" e o filme começa em clima hitchcockiano, emulando PSICOSE. A chuva, o quarto de hotel, a expectativa quanto ao que poderá acontecer naquele quarto contribuem para criar um clima ao mesmo tempo amedrontador e agradável. Mas apesar de todo esse clima - já falei que adoro chuva em filmes? - não vai ser esse o apartamento que abalará o ceticismo do escritor.

Sim, ele é cético e simplesmente inventa as assombrações de seus livros, já que ele mesmo nunca viu fantasma nenhum em toda sua vida. Até o dia em que ele recebe em sua caixa postal um cartão com os dizeres "não visite o quarto 1408 do Hotel Dolphin". Mas a palavra "não" não tem o poder de nos impedir de fazer certas coisas, muito pelo contrário, como podemos ver no documentário O SEGREDO. Além do mais, como minha parceira de sessão muito bem lembrou: as crianças também não absorvem o "não". Assim, o personagem de Cusack ficou obviamente instigado a visitar o tal quarto.

O filme ainda conta com Samuel L. Jackson como o gerente do hotel, que tenta a todo custo evitar que o seu teimoso hóspede entre naquele quarto amaldiçoado que já deixou um bom saldo de mortes e outros tantos de traumas naqueles que por lá passaram. Como se percebe, o começo do filme é promissor. Mas talvez o problema de 1408 esteja no fato de que ele estende muito o material original, uma short story, além de frustrar as expectativas do espectador no quesito "sustos". Não tomei um susto sequer o filme inteiro, apesar das tentativas do filme de assustar através do som. Nem mesmo as referências claras a O ILUMINADO valorizam o trabalho de Håfström. Aliás, referência a bons filmes não é sinal de qualidade quando o trabalho em si não é digno o suficiente. Ainda assim, além do início promissor, 1408 tem os seus momentos. Sem falar que ele consegue driblar o final falso que faria qualquer espectador odiar o filme com todas as suas forças.

P.S.: Ontem, depois de um bom tempo longe dos shows - aquele de blues com o guitarrista do Sepultura não conta - , fui a um show de um artista que nem curto: o Frejat. Fui mais pela vontade de ver os amigos e de sair de casa. Aceitei o convite do amigo Clauber, que iria com suas primas e outras meninas, todas solteiras. :-) Só que eu era o único sem ingresso, que pelo preço baixo era muito provável de que já tivesse se esgotado. Mas não tinha importância. Sair de casa e voltar pra casa sem ver o show era algo que eu estava disposto a aceitar na boa. Chegando lá, como esperado, os ingressos estavam esgotados. Aí eu encontrei uma amiga minha, a Jamie, que estava com o seu marido, dispostos a vender os dois ingressos que haviam comprado. Mas eu não queria dois ingressos, apenas um. E eles não me venderiam só um, já que é mais fácil vender dois e as pessoas costumam ir a shows juntos. Senti-me como o personagem do Steve Martin em O RAPAZ SOLITÁRIO. Lembram desse filme? Pois bem. Sorte que uma outra senhora estava vendendo também e eu comprei dela, mesmo tendo que pagar preço de inteira. Pra mim, o show foi frio e sem graça com alguns poucos momentos razoáveis, como quando ele fez cover de "Ainda é cedo" ou quando cantava uns clássicos do Barão. Mas ter que ouvir "Carinhoso" na voz do Frejat foi quase uma tortura. Mas foi uma noite boa e agradável ao lado do Clauber, da Kelvilene (ainda encaramos um sanduba no final) e das outra meninas que acabei não conhecendo direito. Encontrei também a Valéria, a Elis e a Juliana. Mas o importante pra mim é estar me sentindo confortavelmente bem nesses ambientes cheios de gente, coisa que não acontecia comigo há tempos.

Nenhum comentário: