Acredito que os grandes filmes são aqueles que ficam com a gente bem mais tempo do que as cerca de duas horas de projeção. Quando o filme é desses que tenta passar uma mensagem e essa mensagem vai embora quando saímos do cinema é sinal de que: 1) não entendemos a proposta do filme; 2) não nos sensibilizamos com o filme; ou 3) trata-se de uma obra descartável e tão digna de desprezo quanto os piores livros de auto-ajuda. Não saberia dizer em qual dessas situações entra este O SOL DE CADA MANHÃ (2005), mas com certeza o filme, assim como desceu fácil, também foi para o esquecimento fácil. Talvez pelo fato de eu não ter me identificado com o personagem de Nicolas Cage.
Na trama, Cage é um "homem do tempo", um apresentador de meteorologia de um canal de televisão de Chicago que vive recebendo fast food na cara quando caminha pela rua. Ele é um homem bem sucedido financeiramente, mas é bastante insatisfeito com a vida. Principalmente pelo fato de seu casamento ter naufragado. Além do mais, seus dois filhos também têm problemas. Sua filha caçula, inclusive, sofre por ser um pouco gordinha e usar roupas bem apertadas para suas dimensões - a cena da "pata de camelo" é ao mesmo tempo engraçada e constrangedora.
Para um filme que se pretende sério, O SOL DE CADA MANHÃ tem outros problemas, como a caricaturização de alguns personagens. O personagem de Michael Caine, no papel de pai do protagonista, por exemplo, é sempre mostrado como uma figura fria e distante. Já o sujeito que tenta seduzir o filho de Cage é mostrado como um tarado filho-da-puta. Mas no geral, O SOL DE CADA MANHÃ é bastante agradável de se acompanhar, a narrativa é lenta e prazerosa, mas suspeito que Gore Verbinski seria muito mais feliz em sua carreira se ele se dedicasse aos filmes de terror. O CHAMADO (2002) foi a melhor coisa que ele já fez e duvido muito que vá fazer coisa melhor algum dia. Não tenho a mínima vontade de ver as continuações de PIRATAS DO CARIBE (2003), embora ele até possa acertar a mão e os filmes sejam divertidos.
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