Nem toda tentação é fácil de resistir. Mas tenho resistido à tentação de ver BENEDETTA, de Paul Verhoeven, na cópia vazada. Até porque as chances de o filme chegar aos cinemas da cidade no início do próximo ano, creio que sejam grandes. Então, nada como ver um nunsploitation famoso para administrar um pouco essa vontade. Além do mais, meu conhecimento do subgênero se resume a poucos filmes.
Além do maravilhoso OS DEMÔNIOS, de Ken Russell, que é um caso à parte, vi IMMAGINI DI UN CONVENTO e MONJAS PECADORAS, ambos de Joe D’Amato; ESCOLA DA BESTA SAGRADA, de Norifumi Suzuki; CONFISSÕES PROIBIDAS DE UMA FREIRA ADOLESCENTE, de Jesús Franco. Enfim, são poucos os exemplos vistos por mim e não quero incluir as obras-primas de Jacques Rivette e Jerzy Kawalerowicz por achar muito sofisticadas para a categorização. Não que o do Ken Russell também não seja, mesmo com todos os seus maravilhosos excessos.
O fato é que foi ele o maior responsável pelo surgimento de tantas obras que brincam com a rotina da vida de monjas e freiras para adicionar elementos de sexo e de sobrenatural. No caso do mexicano SATÂNICO PANDEMONIUM (1975), do prolífico Gilberto Martínez Solares, é um filme que une as duas coisas. Na trama, uma jovem freira é tentada por Satanás e, depois de possuída em seu quarto de dormir, passa a tentar atiçar a vida de outras irmãs e também de moradores do vilarejo, como é o caso de um adolescente, que é abusado e depois assassinado por ela.
A história se passa no século XVII e ainda há o medo da inquisição, cuja existência desempenha uma importante função na conclusão da trama. Um dos maiores méritos do filme é poder contar com uma atriz de rosto angelical e muito bonito (Cecilia Pezet) e que, ao mesmo tempo, convence bastante no papel, seja quando está atormentada pelas incursões do demônio, seja quando já está dominada pelo mal e está disposta a fazer suas maldades.
SATÂNICO PANDEMONIUM ganhou fama mundial graças à citação no roteiro de Quentin Tarantino para o filme UM DRINK NO INFERNO, de Robert Rodríguez. Imagino que o filme de Solares tenha causado furor na época de sua exibição, especialmente na cena da abordagem da Irmã Maria ao adolescente, até porque as demais cenas nem têm um apelo tão erótico assim. Talvez apenas se comparadas com as produções da época. Na verdade, quem viu OS DEMÔNIOS vai achar este filme um pouco água com açúcar. Ainda assim, o filme está dentro dos títulos essenciais dessa leva de produções que começou a surgir com força nos anos 1970 na Europa e também em outros países como México e Japão, países que têm em suas produções uma tendência em explorar uma diversidade maior do cinema apelativo.
O fato é que foi ele o maior responsável pelo surgimento de tantas obras que brincam com a rotina da vida de monjas e freiras para adicionar elementos de sexo e de sobrenatural. No caso do mexicano SATÂNICO PANDEMONIUM (1975), do prolífico Gilberto Martínez Solares, é um filme que une as duas coisas. Na trama, uma jovem freira é tentada por Satanás e, depois de possuída em seu quarto de dormir, passa a tentar atiçar a vida de outras irmãs e também de moradores do vilarejo, como é o caso de um adolescente, que é abusado e depois assassinado por ela.
A história se passa no século XVII e ainda há o medo da inquisição, cuja existência desempenha uma importante função na conclusão da trama. Um dos maiores méritos do filme é poder contar com uma atriz de rosto angelical e muito bonito (Cecilia Pezet) e que, ao mesmo tempo, convence bastante no papel, seja quando está atormentada pelas incursões do demônio, seja quando já está dominada pelo mal e está disposta a fazer suas maldades.
SATÂNICO PANDEMONIUM ganhou fama mundial graças à citação no roteiro de Quentin Tarantino para o filme UM DRINK NO INFERNO, de Robert Rodríguez. Imagino que o filme de Solares tenha causado furor na época de sua exibição, especialmente na cena da abordagem da Irmã Maria ao adolescente, até porque as demais cenas nem têm um apelo tão erótico assim. Talvez apenas se comparadas com as produções da época. Na verdade, quem viu OS DEMÔNIOS vai achar este filme um pouco água com açúcar. Ainda assim, o filme está dentro dos títulos essenciais dessa leva de produções que começou a surgir com força nos anos 1970 na Europa e também em outros países como México e Japão, países que têm em suas produções uma tendência em explorar uma diversidade maior do cinema apelativo.
Filme visto no box Obras-Primas do Terror - Horror Mexicano.
+ DOIS FILMES
A MORTE CONVIDA PARA DANÇAR / BAILE DE FORMATURA (Prom Night)
Não sei se A MORTE CONVIDA PARA DANÇAR (1980), de Paul Lynch, pode ser chamado de clássico. Mas certamente tem o seu valor, principalmente no quanto influenciou os filmes mais populares do slasher noventista, PÂNICO e EU SEI O QUE VOCÊS FIZERAM NO VERÃO PASSADO. Outro interesse está no clima disco do baile (algo esperado em pleno 1980), e há a presença de Jamie Lee Curtis, que veio do sucesso de HALLOWEEN - ela só entrou nas filmagens bem depois, e dizem ter sido responsável pelo lançamento e sucesso de público, tanto que se transformou em uma franquia. Porém, trata-se de um exemplar do gênero bem preguiçoso, com problemas de ritmo e cenas de assassinato bem pouco inspiradas. Dá até para imaginar os casais indo ao cinema ver o filme e acharem muito mais interessante ficar nos amassos, até porque não se perderia muito da trama, extremamente simples e uma direção nada inventiva. Melhor momento: a cena do furgão. Quando passou no SBT foi com o título "Baile de Formatura". Filme presente no box Slashers V.
THE MEDIUM
Quando o cinema de horror japonês estava no auge da popularidade pelo mundo, entrou pela porta da frente do nosso circuito um ótimo e assustador título tailandês, ESPÍRITOS – A MORTE ESTÁ AO SEU LADO (2004), que fez bastante sucesso e até ganhou uma continuação esquecível. Passados alguns anos, um novo filme do diretor tailandês Banjong Pisanthanakun volta a ser alvo de holofotes, mas muito disso se deve ao fato de ser uma produção muito influenciada pela história original escrita por Na Hong-jin (O LAMENTO, 2016). Assim como em seu celebrado horror, este filme também traz cenas de exorcismo exóticas e um interesse em mostrar para o mundo culturas diferentes. Uma das coisas que me incomodou neste THE MEDIUM (2021) foi o já batido recurso do found footage. Que se fosse bem utilizado talvez funcionasse, mas há tantos momentos que os câmeras aparecem de forma tão conveniente... Acaba funcionando mais quando emula o documentário, nas cenas de "entrevista". Faltou mais força e capacidade de assustar na história de uma garota que é possuída por uma legião de espíritos maléficos. Há algo interessante também, que é a questão da batalha entre fé e ceticismo, visto com mais força e propriedade em O LAMENTO.
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