2. AS VANTAGENS DE SER INVISÍVEL, de Stephen Chbosky
3. O CONSELHEIRO DO CRIME, de Ridley Scott
4. ANTES DA MEIA-NOITE, de Richard Linklater
6. GRAVIDADE, de Alfonso Cuarón
7. TABU, de Miguel Gomes
8. UM ESTRANHO NO LAGO, de Alain Guiraudie
10. JOGOS VORAZES – EM CHAMAS, de Francis Lawrence
11. FRANCES HA, de Noah Baumbach
12. HOLY MOTORS, de Leos Carax
14. AMOR, de Michael Haneke
15. FILHA DE NINGUÉM, de Sang-soo Hong
16. AZUL É A COR MAIS QUENTE, de Abdellatif Kechiche
18. AS SESSÕES, de Ben Lewin
19. UMA PRIMAVERA COM MINHA MÃE, de Stéphane Brizé
20. DEPOIS DE MAIO, de Olivier Assayas
Menções honrosas (ou filmes que quase entraram no top 20): A CAÇA, de Thomas Vinterberg; BLUE JASMINE, de Woody Allen; OS SUSPEITOS, de Dennis Villeneuve; ANNA KARENINA, de Joe Wright; O LUGAR ONDE TUDO TERMINA, de Derek Cianfrance; EMAK BAKIA, de Oskar Alegria; O VOO, de Robert Zemeckis; O ÚLTIMO DESAFIO, de Jee-woon Kim; KICK-ASS 2, de Jeff Wadlow; OLHO NU, de Joel Pizzini.
Então chega ao fim mais um ano. Um ano difícil, especialmente no segundo semestre. Houve pelo menos dois grandes momentos no campo pessoal: minha defesa no mestrado em julho e minha participação no júri da crítica no Cine Ceará em setembro. Não posso deixar de falar da excelente aquisição das novas salas do Dragão do Mar, que trouxeram vitalidade para o nosso circuito alternativo, que sofria de ausência de produções importantes que não chegavam às nossas telas. Além do mais, a qualidade das salas é de dar gosto.
No território dos filmes, a exemplo do que eu disse no ano passado em comparação com o anterior, posso dizer que 2013 foi melhor que 2012. No entanto, uma coisa que se nota logo de cara nesta lista é a ausência de filmes brasileiros. Se na lista do ano passado havia uma abundância de belos filmes nacionais, neste ano, por mais que as bilheterias tenham batido recordes, o resultado em qualidade não foi dos mais animadores, ainda que tenham aparecido filmes bem interessantes no circuito alternativo. Infelizmente nenhum deles me tocou a ponto de eu colocá-los entre os favoritos. Há o caso de O SOM AO REDOR, mas este eu já havia colocado na lista do ano passado, quando o vi em Gramado. Certamente, se só o visse este ano, o filme de Kleber Mendonça Filho figuraria nas primeiras colocações.
Assim, esta é a regra, para o caso de alguém reclamar do que posso ou não posso fazer: valem filmes que foram exibidos nos cinemas de Fortaleza, não importando se foram em apenas uma sessão, se foram em festivais ou se foram lançados comercialmente em São Paulo no ano passado.
Entre os filmes que chegaram aqui com atraso, não pude deixar de colocar dois trabalhos muito queridos, que me empolgaram e me emocionaram: AS VANTAGENS DE SER INVISÍVEL, de Stephen Chbosky; e HOLY MOTORS, de Leos Carax. São dois filmes bem distintos: o primeiro, mais acessível e de uma sensibilidade impressionante; o segundo, mais hermético, mas nem por isso menos fascinante.
2013 também foi o ano do retorno de Jesse e Celine, depois de um hiato de mais nove anos. ANTES DA MEIA-NOITE, de Richard Linklater, era desde o início o filme mais aguardado do ano por mim. Continua sendo um prazer imenso poder acompanhar recortes da vida deste casal que surgiu pela primeira vez em 1995 e até então tem ganhando mais e mais fãs. E cada vez dialogando mais com o cinema europeu.
Outro momento inspirador de 2013 foi poder ver DJANGO LIVRE, de Quentin Tarantino, no cinema. Foi o tão sonhado projeto de western do diretor finalmente materializado. Apesar de estar longe de sua tradicional montadora, Tarantino tem um poder na construção de personagens e de cenas que nos deixa hipnotizados e encantados. Já nem importam tanto as referências, por mais que existam tantas, e sim a criação de um universo próprio. DJANGO LIVRE e o tocante AS SESSÕES, de Ben Lewin, foram os únicos filmes do Oscar-2012 que acabaram entrando no top 20, o que mostra mais uma vez que a grande maioria dos filmes escolhidos pela Academia se mostra fogo de palha depois de passados alguns meses.
Há também o caso excepcional de AMOR, de Michael Haneke, que estava também entre os indicados à categoria principal, mas que era um estranho no ninho entre os favoritos hollywoodianos. De todo modo foi boa a indicação, pois fez com que o filme de Haneke ganhasse visibilidade. A temática da eutanásia não agradou a muitos, por causa de convicções religiosas, mas independentemente do credo, é muito bom ver um diretor tendo o direito de expressar o seu pensamento.
Curiosamente, outra produção francesa tratou do mesmo tema, com mais sensibilidade e menos secura: UMA PRIMAVERA COM MINHA MÃE, de Stéphane Brizé, que infelizmente passou batido no circuito, tendo sido muito pouco comentado mesmo entre os críticos e cinéfilos. Faço a minha parte e o coloco um pouco em evidência, esperando que alguém se interesse em vê-lo.
Aliás, o cinema francês está com tudo, cada vez mais eclipsando o cinema americano em premiações internacionais e listas de melhores filmes do ano. Basta ver o caso de dois filmes que exploraram a temática da homossexualidade, mas que conquistaram o posto de grandes obras por suas qualidades fílmicas. Trata-se de UM ESTRANHO NO LAGO, de Alain Guiraudie, e AZUL É A COR MAIS QUENTE, de Abdellatif Kechiche. Dois belos e ousados trabalhos, que figuraram na lista da conceituada revista Cahiers du Cinéma. Fugindo um pouco dessa polêmica envolvendo a homossexualidade, tivemos mais um filme de Olivier Assayas, DEPOIS DE MAIO, desta vez, voltando novamente aos tempos de sua juventude, dividida entre a arte e a militância política.
Lembrando que o favorito da casa acabou sendo também uma produção francesa: CAMILLE CLAUDEL, 1915, do mais bressoniano dos cineastas atuais, Bruno Dumont. No filme, Juliette Binoche interpreta a artista plástica que ficou presa em um hospital psiquiátrico por anos, a mando da família. O cineasta explora não só o calvário da personagem, mas também aproveita para exercitar o seu gosto por assuntos de natureza religiosa e metafísica, seja em palavras, seja através das próprias imagens.
Quanto ao cinemão americano, é possível pensar que ele está passando por uma crise criativa, tendo em vista a grande quantidade de franquias bobas e milionárias. Foi um ano muito fraco em termos de blockbusters. Pelo menos um salvou a pátria, tendo figurado entre os meus vinte preferidos. Trata-se de JOGOS VORAZES – EM CHAMAS, de Francis Lawrence, a segunda parte de uma franquia que tem me surpreendido positivamente até o momento.
Porém, ainda assim, grandes cineastas, como Ridley Scott, conseguem juntar um grande time de astros e convidar um romancista como Cormac McCarthy para fazer uma obra intensa como O CONSELHEIRO DO CRIME, filme que dividiu opiniões, assim como o anterior de Scott, PROMETHEUS. A mim, no entanto, o cineasta está passando por um de seus melhores momentos.
É dos Estados Unidos também um dos filmes mais celebrados do ano: GRAVIDADE, do mexicano Alfonso Cuarón. O filme oferece uma experiência única a quem se permitir vê-lo como uma ficção, como um thriller, ou até mesmo como um drama sobre superação, e menos como uma obra que respeita as leis da física.
Outro filme muito celebrado pela crítica e um sucesso explosivo do circuito alternativo é FRANCES HA, de Noah Baumbach, com sua homenagem à Nouvelle Vague, sua adorável heroína e um tema tão puro: a amizade. KILLER JOE – MATADOR DE ALUGUEL, do veterano William Friedkin, também foi louvado e mostrou que o diretor de O EXORCISTA continua adorando mexer com as emoções da audiência. De uma forma ou de outra.
Falando em O EXORCISTA, do gênero horror, o único representante do ano é INVOCAÇÃO DO MAL, de James Wan, cineasta que tem se especializado em filmes sobre casas assombradas por espíritos malignos ou demônios. Neste filme, ele nos leva para a década de 1970, em um passeio assustador pelo caso de um casal de "caça-fantasmas", às voltas com uma terrível possessão demoníaca.
Para terminar, falemos de três trabalhos vindos de três diferentes países: de Portugal, TABU, de Miguel Gomes, um filme que homenageia a obra-prima homônima de F.W. Murnau, mas mantendo o melancólico espírito português; da Coreia do Sul, FILHA DE NINGUÉM, de Sang-soo Hong, um dos cineastas cujo termo autoral mais se aplica e que tem optado pela repetição como forma de aperfeiçoamento; e da Alemanha, BARBARA, de Christian Petzold, com mais uma história sobre a difícil vida na Alemanha Oriental, narrado com inquietação e angústia.
Top 5 Piores do Ano
Os piores do ano têm filmes para todos os desgostos. Filmes brasileiros e estrangeiros que têm como maior problema o fato de existirem.
1. SOLIDÕES
2. O CARTEIRO
3. INATIVIDADE PARANORMAL
4. O CAVALEIRO SOLITÁRIO
5. ATÉ QUE A SORTE NOS SEPARE 2
As séries
Parece que a cada ano o número de séries que acompanho só aumenta. Também pudera: junte-se a minha fidelidade a séries que nem merecem tanto assim com minha curiosidade com as novas, aí dá no que dá. Das séries que acompanho (ou acompanhei) com fidelidade ao longo desses anos está DEXTER, que encerrou em sua oitava temporada com resultados não muito satisfatórios; TRUE BLOOD, que acaba sendo aquela série de horror lixão, mas que serve como bom entretenimento; AMERICAN HORROR STORY, que se vende como uma minissérie, dada suas mudanças de enredo, tempo e lugar a cada nova temporada (estou gostando menos da atual COVEN em comparação com a anterior ASYLUM); BIG BANG THEORY, que infelizmente está perdendo a graça, mas que continua com audiência alta; GAME OF THRONES, que depois de uma segunda temporada fria voltou a impressionar novamente na terceira e sangrenta, que fechou com o dramático "Casamento Vermelho"; HOMELAND, que teve curva descendente a cada temporada, mas cujo final da terceira acabou sendo bem especial; THE KILLING, a série que a AMC ameaçou enterrar já duas vezes e que teve uma terceira temporada magnífica; THE WALKING DEAD, que mantém seus altos e baixos durante a terceira e quarta temporadas; e a adorável GIRLS, que fechou uma segunda temporada bem saborosa.
Das séries novas, apenas duas eu acompanhei e aprovei com louvor: BATES MOTEL, sobre a adolescência de Norman Bates (PSICOSE), e ORPHAN BLACK, sobre uma jovem mulher que descobre que possui vários clones de si mesma. Com um pouco de atraso, conheci duas séries excepcionais: a francesa LES REVENANTS, sobre pessoas que voltam da morte; e a britânica BLACK MIRROR, que é na verdade uma pequena antologia de histórias fantásticas. Nos dois sentidos do adjetivo. RED WIDOW foi o caso de série que morreu na praia, mas foi preferível assim. Não se sustentava mesmo, a não ser pela presença de Radha Mitchell.
Finalmente, o ano foi marcado pela finalização da minha parte de duas das mais importantes séries de todos os tempos: FAMÍLIA SOPRANO, que durou seis temporadas, e cujo protagonista, James Gandolfini, infelizmente faleceu neste fatídico 2013; e SEINFELD, a maior sitcom de todos os tempos, que durou nove temporadas. Também foi neste ano que me despedi de HOUSE, que durou oito temporadas. Ainda que irregulares, Hugh Laurie e seu personagem cínico e atormentado deixaram saudades.
De minisséries, apenas uma vista: HATFIELDS & McCOYS, de Kevin Reynolds e com o amigo Kevin Costner como protagonista. Já que o cinema dá pouco espaço para o western, é muito bom ver um drama familiar tão bem escrito e emocionante como este se passando no velho oeste.
Top 5 Musas do Ano
1. Adèle Exarchopoulos (AZUL É A COR MAIS QUENTE) |
2. Scarlett Johansson (COMO NÃO PERDER ESSA MULHER) |
3. Jennifer Lawrence (JOGOS VORAZES – EM CHAMAS e O LADO BOM DA VIDA) |
4. Jeong Eun-Chae (FILHA DE NINGUÉM) |
5. Greta Gerwig (FRANCES HA) |
Faltaram brasileiras nesta lista, mas como isso não é nenhum concurso, não tem importância. O que vale é destacar essa coisa efêmera, mas ao mesmo tempo apaixonante, que é a beleza feminina. A até então desconhecida para mim Adèle Exarchopoulos leva o primeiro lugar com todos os méritos. Não apenas por sua beleza, mas pela sensibilidade com que criou a personagem que levou seu nome em AZUL É A COR MAIS QUENTE. Enquanto isso, Jennifer Lawrence confirma presença pelo terceiro ano consecutivo neste espaço criado em 2007.
Melhores filmes vistos na telinha
A IMAGEM, de Radley Metzger
AS 4 AVENTURAS DE REINETTE E MIRABELLE, de Eric Rohmer
BOB & CAROL & TED & ALICE, de Paul Mazursky
CONFLITOS DE AMOR, de Max Ophüls
ENIGMA PARA DEMÔNIOS, de Carlos Hugo Christensen
ESPELHO D’ALMA, de Robert Siodmak
FAZIL, de Howard Hawks
FORA DAS GRADES, de Nicholas Ray
MEU AMIGO TOTORO, de Hayao Miyzaki
MISTÉRIOS DE LISBOA, de Raoul Ruiz
SEARCHING FOR SUGAR MAN, de Malik Bendjelloul
SPIDER BABY, OR THE MADDEST STORY EVER TOLD, de Jack Hill
SOMBRAS, de John Cassavetes
PACTO DE SANGUE, de Billy Wilder
PAI E FILHA, de Yasujiro Ozu
PILOTO DE PROVAS, de Victor Fleming
POR AMOR OU POR VINGANÇA, de Damiano Damiani
TABU, de F.W. Murnau
TAMBÉM FOMOS FELIZES, de Yasujiro Ozu
UM ALGUÉM APAIXONADO, de Abbas Kiarostami
Revisões
A DOCE VIDA, de Federico Fellini
A MONTANHA SAGRADA, de Alejandro Jodorowksy
CARNE TRÊMULA, de Pedro Almodóvar
CORPOS ARDENTES, de Lawrence Kasdan
GLÓRIA FEITA DE SANGUE, de Stanley Kubrick
HENRY & JUNE – DELÍRIOS ERÓTICOS, de Philip Kaufman
HISTÓRIA REAL, de David Lynch
LUZES DA CIDADE, de Charles Chaplin
MARCAS DA VIOLÊNCIA, de David Cronenberg
SE..., de Lindsay Anderson
UM LOBISOMEM AMERICANO EM LONDRES, de John Landis
Feliz ano novo!
Se 2013 foi um ano complicado para muita gente, a expectativa é de que 2014 seja muito melhor em todas as áreas de nossa vida: no amor, na carreira, nas finanças, na vida social, nos estudos, na vida em família, na capacidade de superar os obstáculos, na força espiritual. Pretendo continuar com este meu espaço, mesmo com o abandono de muitos leitores (não dá pra competir com o Facebook). Mas, como julgo importante para mim, como um complemento da apreciação fílmica e como registro de minhas impressões de filmes e até de shows e de viagens, quando é o caso, o Diário de um Cinéfilo planeja completar 12 anos no próximo ano. Meu muito obrigado àqueles que permaneceram lendo com frequência e àqueles que só dão uma passada por aqui de vez em quando. A todos, um excelente ano novo!
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