quarta-feira, dezembro 11, 2013
LINHA DE FRENTE (Homefront)
Saber que o roteiro de LINHA DE FRENTE (2013) é de Sylvester Stallone ajuda um pouco a entender a sua simplicidade, mas, ao mesmo tempo, a sua coerência com o trabalho do ator/autor. Assim como boa parte dos personagens que compõem a vasta galeria de tipos de Stallone, sendo o Rambo do primeiro filme, RAMBO – PROGRAMADO PARA MATAR (1982), o mais representativo, o protagonista de LINHA DE FRENTE aparece numa cidadezinha querendo paz e tranquilidade. Mas não é isso o que ele consegue. Daí ele ter que agir também com violência.
Como a idade já está começando a pesar para Stallone para determinados papéis, ele fez por bem entregar o papel para seu amigo, Jason Statham, da nova geração, um dos mais queridos action heros da atualidade. Statham, além de ter carisma, também faz cenas de ação como poucos no cinema hollywoodiano. É um ator que veio da Inglaterra, mas que se estabeleceu muito bem ao sistema americano e aos filmes de ação.
Em LINHA DE FRENTE ele é Phil Broker, um ex-agente da Divisão de Narcóticos que abandona o emprego em prol de uma vida mais tranquila e dedicada à filha de nove anos. Devido ao falecimento recente da mãe da garota, ele acredita que o melhor lugar para os dois é longe da criminalidade das grandes metrópoles. E também um lugar para curar os corações que ainda sofrem com a ausência da esposa e mãe.
Acontece que as cidadezinhas americanas são tão ou mais perigosas que as grandes. Pelo menos é o que nos leva a crer tanto filme feito nos Estados Unidos que aborda o lado podre dessas pequenas cidades. No caso de LINHA DE FRENTE, o primeiro incidente a abalar as estruturas da vida de Phil acontece na escola de sua filha, quando a garotinha espanca um colega que tenta lhe praticar bullying. Ela dá uma lição no moleque, exibindo os conhecimentos de defesa corporal que o pai lhe ensinou e isso acaba criando um efeito dominó, que envolve a mãe (Kate Bosworth, bastante magra e pálida nesse papel) e o pai da menina, o tio, que é o grande chefe do tráfico local (vivido por James Franco), sua namorada (Winona Ryder), entre outros. A situação não fica fácil para Phil, que tenta esconder da filha os perigos que estão passando.
O filme é correto e entretém muito bem, mas falta-lhe um pouco mais de veneno, de algo que nos deixe com o sangue intoxicado como os grandes thrillers são capazes de fazer. Afinal, o roteiro tem tudo para isso. Provavelmente o pouco impacto do filme se deva à pouca inspiração de Gary Fleder na direção. Embora ele tenha no currículo thrillers interessantes como BEIJOS QUE MATAM (1997) e O JÚRI (2003), o fato de ter trabalhado muito na televisão faz dele mais um operário do que um cineasta que poderia transpor com sucesso para as telas mais um exemplar do arquétipo stalloniano de herói.
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