quarta-feira, março 21, 2012
O PACTO (Seeking Justice)
Muito se fala do quanto Nicolas Cage tem feito um filme ruim atrás do outro em esquema industrial. Em alguns momentos eu dizia que toda essa falácia era exagerada. Afinal, o cara esteve numa das ficções científicas mais legais dos últimos anos, PRESSÁGIO. FÚRIA SOBRE RODAS é melhor do que os dois filmes do Motoqueiro Fantasma juntos. E muita gente se esquecesse de sua brilhante performance em VÍCIO FRENÉTICO, de Werner Herzog. Isso só para citar exemplos mais recentes. Mas se sabe que esses casos são, além de controversos, exceções em sua filmografia.
Aí chega um filme como O PACTO (2011), com direção do Roger Donaldson, que havia mandado muito bem no anterior EFEITO DOMINÓ (2008); participação de January Jones no papel da esposa do personagem de Cage; Guy Pearce como um membro de uma organização secreta; e uma trama aparentemente bem interessante, que remete a PACTO SINISTRO, de Alfred Hitchcock. Pelo menos é assim que o filme é vendido no trailer. O que passou pela cabeça dos mais otimistas (como eu) foi: não tem como ser ruim.
Engano meu e de muita gente que se deixou levar por esse equívoco que nunca deveria ter saído do papel. Aliás, os sujeitos responsáveis pela história e pelo roteiro são tão culpados quanto o diretor, o ator e o produtor. O filme é uma clichezada atrás da outra, com momentos, além de manjados, muito mal dirigidos, como na cena em que Cage vai falar com o sujeito que ele deve matar - o cara simplesmente se joga de cima da ponte. A intenção não era essa, mas para o cinema que é produzido em Hollywood e que pode se dar ao luxo de reclamar a superioridade em se tratando de cenas de ação, aquilo é uma vergonha. Mas isso é só uma dentre várias sequências vergonhosas do filme, que de tão cheio de falhas pode até ser exibido como modelo do que não se deve fazer numa produção para cinema ou televisão.
Na trama, a esposa de Will Gerard (Cage), vivida por January Jones, é estuprada e espancada. Um sujeito (Pearce) aparece no hospital dizendo para Will que pode dar um jeito no cara que fez isso com sua mulher, ou seja, matá-lo. Depois de hesitar, o protagonista aceita o "favor", mesmo sem saber direito com o que teria que pagar. Seis meses depois, ele é chamado pela organização para matar um homem. E aí começa o seu inferno. Mas principalmente o inferno do espectador. Sorte que eu assisti O PACTO com um grupo de amigos lá em Campinas e tivemos tempo para ficar zoando o filme e e sua frase recorrente: "coelho faminto salta".
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