terça-feira, março 06, 2012

BILLI PIG



Uma pena que o quarto longa-metragem de José Eduardo Belmonte, BILLI PIG (2012), tenha vindo para denegrir a sua carreira, que até então estava indo muito bem. Vai ver o diretor é muito sofisticado para dirigir comédias populares e descerebradas como essa, que talvez caísse melhor nas mãos de um diretor qualquer de novelas da Rede Globo. Por pior que isso possa parecer. Salva-se uma cena musical bem bonita com Grazi Massafera, dentro de um bar, depois de ela ter sido reprovada num teste para atriz. O personagem de Selton Mello, Wanderley, até poderia ser bem aproveitado. O sujeito tem um mulherão em casa, mas sempre bota obstáculo na hora de transar. Completando o trio principal está Milton Gonçalves, como o padre picareta, que ganha dinheiro dos pobres que acreditam que ele é milagreiro.

Não devemos esquecer o personagem-título, um porquinho cor-de-rosa de plástico que está sempre ao lado de Marivalda, a personagem de Grazi, dando-lhe conselhos, em especial para que ela deixe de vez o marido sem futuro e pobre, que não tem condições de lhe oferecer o luxo que ela tanto almeja. Wanderley é dono de uma seguradora muito pobre. Suas assessoras são duas mulheres que não têm muita função na história a não ser parecerem engraçadas. Mas acontece que elas passam longe disso. Talvez até para o padrão "Zorra Total" de comédia.

E assim vai se desmanchando em nada um filme que até poderia ter rendido alguma coisa. O que dá para sentir é muita vergonha de personagens coadjuvantes ridículos como os de Milhem Cortaz, Preta Gil e Tadeu Mello. Quanto à Grazi, ela não está má, não. Ela talvez seja a única que não parece deslocada no filme, já que sua personagem é burra e ingênua e ainda completa o tipo falando com um sotaque caipira que era uma graça de ouvir na época que ela foi revelada no Big Brother Brasil, mas que no filme é exagerado. Espero que ela tenha mais chances de brilhar em outras obras para o cinema bem melhores do que esse engodo perpetrado por um Belmonte que parece que não sabia o que fazer. Melhor ele voltar urgentemente para o cinema alternativo e pessoal.

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