sábado, fevereiro 18, 2012
O HOMEM QUE MUDOU O JOGO (Moneyball)
Quando O HOMEM QUE MUDOU O JOGO (2011) se encerra e os créditos aparecem, temos a impressão de que fomos abandonados, de que aquelas duas horas e poucos minutos de duração passaram voando, de que queríamos ficar mais tempo com aqueles personagens. Algo semelhante com o que acontece também com OS DESCENDENTES, de Alexander Payne, mas ainda mais admirável, levando em consideração o tema aparentemente chato, que é o das negociações em torno de times de beisebol.
Mas acontece que o filme de Bennett Miller, de CAPOTE (2005), não é exatamente um filme sobre o beisebol. Ou até é, mas possui mais camadas, mais elementos a serem analisados e questionados que vão além do esporte. Há a tão conhecida necessidade dos americanos de vencer, de serem os campeões. Não basta ser bom; não basta ser mediano: tem que se atingir o topo. Uma necessidade que se torna uma obsessão e que já foi muito bem relativizada e questionada em outros filmes pelos americanos.
Em O HOMEM QUE MUDOU O JOGO, Brad Pitt é o gerente de um time de beisebol que está entre os piores do campeonato, mas que sente que foi contratado não apenas para melhorar o time, mas para fazer dele um campeão. Para isso ele precisa de dinheiro. Seu time, o Oakland, que possui uma folha de pagamento de 40 milhões, disputa com times grandes, com folhas de pagamento de 240 milhões, o que para ele é injusto.
Inicialmente, ele tenta procurar, em vão, com o dono do time, mais verba para poder contratar jogadores melhores, até que numa reunião de um time adversário ele conhece o personagem de Jonah Hill, um jovem de 25 anos com pinta de nerd, formado em Economia pela Universidade de Yale, que usa de forma pioneira a matemática como metodologia para escalar jogadores subestimados por uma razão ou outra e que teriam chances de formar um bom time com um custo baixo e resultados bem favoráveis.
Um detalhe curioso do filme é que por trás de uma fachada simpática, que é a figura de Brad Pitt, se esconde um neoliberalismo perverso, que não se importa com quem demite, se o sujeito (o jogador) está precisando muito daquele emprego para manter a sua família ou pagar uma casa própria. Há também outros subtemas explorados de maneira delicada e que contribuem para dar mais humanidade ao personagem de Pitt, que é a relação carinhosa com a filha adolescente, fruto de um casamento que não deu certo, e a sua solidão, um tanto compensada pela obsessão pelo trabalho.
O HOMEM QUE MUDOU O JOGO recebeu seis indicações ao Oscar, nas categorias de filme, ator (Brad Pitt), ator coadjuvante (Jonah Hill), roteiro adaptado, montagem e mixagem de som.
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