segunda-feira, fevereiro 13, 2012
O DESPERTAR (The Awakening)
O gênero horror ainda é um dos mais atraentes que existe. Claro que isso não vale para quem não é um aficionado. Mesmo assim, nos últimos tempos, tem-se notado um cansaço e uma falta de ideias, que faz com que muitos filmes repitam cada vez mais os temas, com algumas pequenas mudanças. Mas isso é natural, levando em consideração que o horror tem quase a idade do cinema. Filmes de casas assombradas, então, precisam ser bem inspirados e bem conduzidos para funcionarem.
O que mais chama a atenção e que faz a gente valorizar O DESPERTAR (2011), assim que o filme inicia, é a sua fotografia. Uma das mais belas já vistas num filme de terror desde, talvez, ILHA DO MEDO, de Martin Scorsese, uma produção classe A. E talvez não possamos dizer o mesmo de O DESPERTAR, que é produzido pela BBC Films, mas se não é uma superprodução, pelo menos é uma produção de uma rede de televisão e rádio nada pobre. E o detalhe da fotografia, eu achei importante destacar porque o cinema inglês tem uma tradição de fotografias pouco nítidas, mas ao que parece esse problema tem se resolvido nos últimos anos. E no caso de O DESPERTAR, não só a fotografia, mas a direção de arte também é particularmente caprichada.
Porém, no que é talvez o mais importante de se destacar num filme de terror, que é a capacidade de assustar, O DESPERTAR peca pela pouca eficiência. Ainda assim, há alguns bons momentos, como a sequência da casa de bonecas. Que talvez nem seja tão original assim, mas que é um dos destaques do filme. Outro destaque, claro, é a presença de Rebecca Hall, essa bela atriz inglesa que tem se destacado no cinema americano desde O GRANDE TRUQUE, de Christopher Nolan, mas que se mostrou de verdade para o mundo como grande atriz em VICKY CRISTINA BARCELONA, de Woody Allen.
Na trama de O DESPERTAR, Hall é Florence Cathcart, uma especialista em desmascarar charlatões que dizem que podem fazer comunicação com os mortos. Sua vida vai seguindo, até que um homem a convida para visitar um colégio interno que tem sido, segundo ele, assombrado pelo espírito de um garoto. Interessante o modo como ela é apresentada no lugar, como uma mulher educada. Ao que parece, naquele tempo, o pós-guerra dos anos 1920, eram poucas as mulheres instruídas. Esse detalhe imprime não só autoridade à sua figura, mas também certa sensualidade. No mais, o filme tem boas sequências de investigação e assombração e alguns momentos de surpresa, mas nada que o torne tão memorável.
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