segunda-feira, junho 27, 2011
POTICHE: ESPOSA TROFÉU (Potiche)
François Ozon é um dos diretores mais regulares do novo cinema francês. Mas nem sempre ele pode agradar a todos quando se refugia no território da comédia, o mais difícil dos gêneros. O francês, por natureza, tem um senso de humor bem particular e isso, naturalmente, transparece nos filmes. Salvo algumas exceções, como Jacques Tati e seu mais recente herdeiro, Emmanuel Mouret, que conseguem arrancar gargalhadas da plateia, as comédias francesas, principalmente as mais sofisticadas, são mais para sorrir do que para rir. Isso, quando se está de bom humor.
POTICHE: ESPOSA TROFÉU (2010) tem os seus méritos, além de trazer um elenco de primeira grandeza, com a presença de Catherine Deneuve e Gérard Depardieu, dois gigantes da cinematografia francesa. Ambos estão muito bem em seus papéis e a recriação do clima setentista é bem caprichada. Judith Godréche, que faz a filha de Deneuve, por exemplo, está a cara da Farrah Fawcett em tempos de AS PANTERAS.
Na trama, Catherine Deneuve é uma esposa que toma conta do lar e escreve pequenas poesias, enquanto o marido canalha administra a sua empresa e a chifra com a secretária. O mundo dele vai abaixo quando seus empregados fazem uma greve e ele é tomado como refém. Depois de algumas reviravoltas, segue-se uma série de revelações sobre o passado da personagem de Deneuve.
O filme até tem os seus momentos divertidos, mas aos poucos vai perdendo a força, quando percebemos que ele não tem muito mais a oferecer. Enquanto estamos nos acostumando com a estranheza da comédia de Ozon, que até lembra a sua comédia-musical 8 MULHERES (2002), até que é interessante, mas depois tudo fica banal. Resultado: o filme mais fraco de Ozon dos últimos dez ou doze anos. Se bem que não vi RICKY (2009) ainda. Felizmente o próximo filme do diretor será um suspense.
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