sexta-feira, outubro 09, 2009

FEAR ITSELF – THE SPIRIT BOX



A semana foi marcada pela violência. Na terça-feira, a caminho do trabalho, atropelei um cachorro que ultrapassou rapidamente a avenida. Foi tão rápido que achei que tinha passado por cima do bicho. O carro que estava ao meu lado também parou e o animal parece ter levado porrada de ambos os lados e saiu latindo, chorando, com uma pata quebrada. Fiquei morrendo de pena e torcendo para que aquele cão tivesse um dono que cuidasse dele. Na quarta-feira à noite, sem conseguir dormir, ouvi um tiroteio que parecia que se desenrolava em frente a minha casa. Depois de passados os tiros, continuei ouvindo vozes, gritos. Não resisti e olhei pela janela. Era um confronto entre a polícia e assaltantes de carro. Quando eu abri a janela, dois dos assaltantes já estavam caídos no chão, atingidos pelas balas. Ouvi boatos hoje que um dos criminosos é filho de um juiz, mas não sei mais detalhes sobre o caso.

E hoje à noite, tive o desprazer de saber que um dos meus alunos, um garoto de quinze anos, foi assassinado com três tiros. A supervisora lá da escola havia dito que o menino havia degolado um cara e que sua morte foi um ato de vingança. Fiquei olhando para o rosto do garoto, no convite para a missa de sétimo dia e fiquei pasmado com a situação. Uma criança. O clima de medo e apreensão lá nessa escola é cada vez mais crescente. O lugar parece uma fortaleza rodeada de pobreza e violência por todos os lados.

Diante disso, os filmes de terror passam a perder ainda mais a sua força, já que a vida real fornece mais elementos. Se bem que filme de terror não necessariamente é para assustar. Na maioria das vezes é para divertir, sentir familiaridade com os clichês e sentir-se seguro que aquilo ali é só um filme. E acho que essa foi uma das razões porque eu peguei para ver há pouco mais um episódio de FEAR ITSELF. Talvez também porque queria ver algo bem despretensioso, algo para escrever a respeito sem precisar de muito esforço mental.

THE SPIRIT BOX (2009) foi dirigido por Rob Schmidt, que com PÂNICO NA FLORESTA (2003) parecia uma boa promessa para o gênero horror, reciclando o terror rural setentista, com uma boa dose de tensão. Além do mais, ele tinha se saído muito bem em outro thriller, inspirado em Dostoiévski, CRIME E CASTIGO (2000). Mas parece que o cara tem que ser muito bom para conseguir fazer algo que preste para FEAR ITSELF. Poucos conseguiram.

Ainda assim, levando em consideração os dois episódios anteriores, e com certa generosidade, dá pra dizer que THE SPIRIT BOX até que não é tão ruim. Quer dizer, o final é horrível, mas até que o filme se sustenta bem antes da conclusão, com direito a uma boa cena de busca na casa alheia. Mas essa é uma das poucas sequências que funcionam no filme/episódio. Todos as tentativas de susto resultam em indiferença.

A trama, apesar de batida, tem o seu grau de interesse: duas garotas (uma delas é a bela Anna Kendrick, de CREPÚSCULO) resolvem contatar os mortos, improvisando uma daquelas tábuas. É quando elas descobrem que uma garota que foi encontrada morta há alguns meses foi na verdade assassinada. Elas se sentem na missão de descobrir o assassino. Um dos principais suspeitos é um dos professores, vivido por Mark Pellegrino, conhecido de quem viu o último episódio de LOST e conheceu Jacob. O ator tem mesmo um quê de sinistro em suas feições.

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