segunda-feira, julho 16, 2007
O AMIGO DA MINHA AMIGA (L'Ami de Mon Amie)
O AMIGO DA MINHA AMIGA (1987) talvez seja o menor dos títulos do ciclo "Comédias e Provérbios", mas ainda assim é desses filmes cujo final é capaz de levantar o espírito do mais triste dos mortais. Ok, estou exagerando, mas as figuras de linguagem estão liberadas por essas bandas. Depois, os filmes de Eric Rohmer alegram de verdade. É por isso que de todos os cineastas franceses, é Rohmer quem me atrai mais atualmente. Eu adoro ver seus personagens em busca da felicidade, sendo que a felicidade, nesse caso, está no encontrar a pessoa certa.
Em O AMIGO DA MINHA AMIGA, Blanche, uma jovem meio tristinha, faz amizade com Lea, uma moça bem mais alegre e expansiva. Talvez por ter um namorado. Nos filmes de Rohmer - e não apenas neles - ter um namorado é ítem de primeira necessidade. Quando Blanche fica amiga de Lea, essa lhe apresenta o seu namorado, Fabien, um rapaz um pouco possessivo e que de início não lhe pareceu tão simpático. Na piscina, Blanche conhece um amigo de Lea, Alexandre, e fica logo bastante interessada pelo sujeito. Lea se esforça para fazer com que Alexandre se interesse por Blanche, mas as coisas não são tão fáceis e o destino tem outros planos para os quatro.
Talvez seja essa a lição da maioria dos filmes de Rohmer. Não adianta a gente querer de um jeito, que o destino faz de outro. Um dos momentos mais legais do filme - depois da seqüência final, claro - é a cena do passeio de Blanche com Fabien. A luta da razão contra o sentimento assombra Blanche e traz tensão para a trama. Esse é o momento chave que surge a mesma pergunta que aparece em praticamente todas as comédias de Rohmer, que é: "e agora?". Interessante notar que Blanche é uma personagem até que bem equilibrada, se compararmos, por exemplo, com a excessivamente otimista protagonista de UM CASAMENTO PERFEITO (1982) ou a excessivamente deprimida heroína de O RAIO VERDE (1986). Desse modo, Blanche fica mais perto do espectador comum e por isso esse filme talvez seja um dos mais adequados para se apresentar a alguém que nunca viu nada do diretor.
Depois de ver O AMIGO DA MINHA AMIGA, do ciclo "Comédias e Provérbios" só está faltando eu ver agora A MULHER DO AVIADOR (1981). No mais, fico esperando que a Europa ou outra distribuidora lance por aqui os "Seis Contos Morais", lançados nos Estados Unidos pela Criterion, em edição de luxo. Para o lançamento brasileiro, eu nem faço questão de muito luxo, só os seis longas já estariam de bom tamanho.
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