Por mais que eu tente achar interessante ou exótico, pra mim esse esporte não passa de um jogo idiota com um bando de sujeitos se esbarrando uns nos outros e deslocando seus ombros ou quebrando seus braços e cabeças. Totalmente diferente do esporte de mesmo nome criado pelos britânicos e aprimorado pelos brasileiros. Porém, isso não impede que eu admire várias qualidades do filme, dirigido por McG de maneira bem elegante. Bem diferente do estilo videoclípico de AS PANTERAS (2000) e AS PANTERAS DETONANDO (2003). Não que eu não goste desses filmes, pelo contrário, mas acredito que SOMOS MARSHALL mereceria mesmo um tratamento diferente, mais clássico, mais careta até, já que se trata de um melodrama.
Muito provavelmente o filme não passou nos cinemas brasileiros, indo direto pras locadoras, por causa do esporte. Tanto o futebol americano quanto o beisebol não são bem aceitos ou entendidos pelos brasileiros - eu incluso. E assim como o time de beisebol que perdia quase todas mas tinha os seus fãs ardorosos de AMOR EM JOGO, o time de futebol da Universidade de Marshall também não tinha fama de ser dos melhores. Mas eles tinham amor à camisa, um sentimento de camaradagem e um treinador simpático e carismático (Robert Patrick). Depois do acidente que mata o treinador e quase todos os jogadores, o filme focaliza a atenção no assistente do técnico (Matthew Fox, que aprendeu a não entrar mais em avião depois de LOST); num importante jogador que não estava no avião (Anthony Mack); no reitor da universidade (David Strathairn); no pai de um dos jogadores mortos (Ian McShane) e na namorada do mesmo rapaz (Kate Mara). Se não fosse o esforço do personagem de Mack, o time jamais renasceria das cinzas e não despertaria a atenção de alguém que não tinha nada a ver com aquele time, o personagem de Matthew McConaughey, que no filme fala com a boca torta como um autêntico caipira americano. SOMOS MARSHALL também é tipicamente americano, no sentido de que há uma tendência a apegar-se, o máximo possível, ao ser um vencedor, em conseguir, não driblar, mas passar por cima dos desafios, como é característica do próprio esporte e dos próprios Estados Unidos.
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