terça-feira, outubro 10, 2006
VÔO UNITED 93 (United 93)
O dia 11 de setembro ficou marcado na memória da gente. Quase todo mundo se lembra onde estava no momento em que dois aviões colidiram com o World Trade Center. Já aconteceram tragédias piores em outras partes do mundo, mas poucas cenas ficaram tão fortes em nossa mente. Talvez isso aconteça porque nos acostumamos com os Estados Unidos de tal forma que é como se o país fosse quase um lar. É de lá que vem a maioria dos filmes que a gente assiste, é de lá que boa parte da melhor música do mundo é produzida. Por mais que acusem os americanos de serem porcos imperialistas que exploram os países pobres - e isso não deixa de ser verdade -, lá moram pessoas como a gente, que só querem viver as suas vidas em paz, que valorizam suas famílias, tanto que precisam dizer no último momento de suas vidas o quanto amam seus familiares. Quem me vê falando assim até fica com a impressão de que VÔO UNITED 93 (2006) é desses filmes pra se levar lenços. Não é. A tensão é tão grande, que nem dá tempo de chorar. E o curioso é que, por mais que a gente saiba do destino final daqueles passageiros, a gente torce pra que eles consigam tomar o avião dos terroristas e salvar suas vidas.
Paul Greengrass, com seu estilo semidocumental de filmar com câmera na mão, fez o seu melhor trabalho. Também pudera, com um material desses e com o seu talento, não tinha como não sair um grande filme. O primeiro acerto de Greengrass foi fazer um primeiro ato focado no que acontecia paralelamente no dia do maior atentado que os americanos já sofreram. Na cabine dos controladores de vôo era uma confusão dos diabos, com notícias de que vários aviões haviam sido seqüestrados. Quando os terroristas do vôo 93 se apresentaram para os passageiros, um deles com uma possível bomba atada ao corpo, as Torres Gêmeas já haviam sido alvejadas e já havia ocorrido aquela misteriosa explosão no prédio do Pentágono. Sobre o Pentágono, alguns sites até comentam que os americanos desapareceram com um boeing inteiro. Não me aprofundei no assunto, mas fica claro que tem algo estranho por aí.
VÔO UNITED 93 é um dos filmes mais nervosos que eu já vi. Talvez o mais nervoso. Isso porque, além do assunto quente, o estilo de filmagem e montagem contribui para que o espectador fique com os nervos à flor da pele. Basta se colocar no lugar das pessoas que estavam naquele avião para entender o que aquilo pode ter significado. E outro ponto a favor é que em momento algum Greengrass mostrou os terroristas como vilões, mas como seres humanos com suas crenças e pontos de vista. No entanto, torna-se difícil tomar partido de suas ações. E o mais incrível é saber que aquilo tudo foi real, aconteceu de verdade. Comparado com isso, podem fazer filmes com serpentes, leões ou até elefantes a bordo que o impacto nunca vai se equiparar ao desse filme. Os minutos finais são de deixar o espectador sem fôlego. Só podemos respirar novamente quando a tela fica preta e vemos aquelas frases explicativas características de filmes baseados em fatos reais e um sentimento de frustração nos envolve.
Nas locadoras, está chegando um filme com o título VÔO 93, que deve enganar muita gente que acredita se tratar do filme de Paul Greengrass. Trata-se de uma produção para a tv (A&E Mundo), que também deve ser interessante, mas duvido que seja tão bom quanto esse.
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