quinta-feira, outubro 26, 2006
FARSA TRÁGICA (The Comedy of Terrors / The Graveside Story)
Ia postar sobre esse filme ontem, mas eu vivi um dia dos infernos, com um preocupante aumento nas crises de pânico, um diretor novo na empresa mais parecido com a Merryl Streep de O DIABO VESTE PRADA e muita pressão no trabalho. Tudo que eu queria ontem era minha cama, o meu quarto e um bom filme, mas não posso ficar fugindo de tudo. Sem falar que a luta maior é interior. Espero que hoje seja um dia um pouco mais sossegado, mas a julgar pela movimentação que está tendo aqui acho que não será não. Mas falemos de coisas boas.
Este FARSA TRÁGICA (1964) eu vi no Cineclube da Casa Amarela. As meninas (Bia e Carol) organizaram com muito carinho uma pequena mostra de filmes de terror, com vários exemplares estrelados por Vincent Price. Essa agradável comédia de humor negro foi uma delas. Jacques Torneur, mais conhecido pelos clássicos SANGUE DE PANTERA (1942) e FUGA DO PASSADO (1947), estava em final de carreira, mas teve a sorte de trabalhar com um elenco de peso. Além de Price, integram o filme Peter Lorre, Boris Karloff e Basil Rathbone, todos nomes ligados de uma forma ou de outra ao cinema de horror.
FARSA TRÁGICA tem sabor de antigas sessões da tarde. Digo isso mais pelo andamento, típico dos filmes americanos dos anos 60, do que pela trama e pelo ilustre elenco envolvido. No filme, Vincent Price é um dos donos de uma empresa funerária decadente. O outro dono é Boris Karloff no papel de um velho esclerosado cuja filha (Joyce Jameson) é casada com Price. O assistente de Price é Peter Lorre, em seu típico papel de humilhado. Os dois, para contenção de despesas, usam a estratégia de reaproveitamento do caixão. Assim que os familiares vão embora, eles pegam o caixão de volta e enterram o cadáver só com terra por cima. Apesar desse interessante exemplo de como economizar, a empresa está na pior já que eles não têm dinheiro para pagar o aluguel atrasado. Como bom tomador de decisões, Price resolve matar algum homem rico da região para que ele possa conseguir o dinheiro do aluguel. Mas as coisas não saem como planejado.
Até aí o filme ainda não havia me conquistado. Quem rouba o filme quando aparece é mesmo Basil Rathbone, o dono do imóvel onde funciona a funerária. Ele adora recitar textos de Shakespeare e tem problemas de catalepsia. Só por esse último detalhe, já dá pra imaginar o que pode acontecer. Melhor cena do filme: Joyce Jameson cantando "He is not dead but sleeping" no velório de Rathbone. Nessa hora eu não me contive e dei uma boa gargalhada. Só por esse momento genial, o filme já subiu no meu conceito.
Agradecimentos a Bia pelo convite. A propósito, pedi a ela a programação dos meses de novembro e dezembro do Cineclube para divulgar por aqui. E tem muita coisa boa. Vejam só:
Novembro
DO LUXO AO LIXO (Festival John Waters)
06.11 - CRY-BABY (1990)
13.11 - POLYESTER (1981)
20.11 - PROBLEMAS FEMININOS (Female Trouble, 1974)
27.11 - PINK FLAMINGOS (1972)
Dezembro:
04.12 - ERASERHEAD (1977), de David Lynch
11.12 - A NOITE DOS MORTOS VIVOS (Night of the Living Dead, 1968), de George Romero
18.12 - OS FILMES PROIBIDOS DA MEIA-NOITE (Midnight Movies: From the Margin to the Mainstream, 2005), de Stuart Samuels
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