sexta-feira, junho 16, 2006

CHARLES BRONSON EM DOIS FILMES



Charles Bronson foi um dos grandes astros do cinema de ação. Isso é indiscutível. Pena que a partir da década de 80 ele ganhou má fama por fazer alguns filmes de ação vagabundos, produzidos pela Cannon Group, companhia israelense que lucrou um bocado com o filão. Foi nos anos 70 que Bronson realizou os melhores filmes, tendo trabalhado muito na Europa. Esses dois filmes são dois exemplares dessas fases distintas do nosso saudoso Charlie.

VIOLENT CITY / A FAMÍLIA (Città Violenta / Cité de la Violence / The Family)

O DVD de VIOLENT CITY (1970), eu comprei graças à dica do Heráclito. Ainda é possível encontrá-lo nos balaios de 9,99 das Americanas. A capa está meio vagabunda, mas o DVD foi feito a partir da excelente cópia da Anchor Bay. A imagem está lindíssima em widescreen 2,35:1. Só o som que eu achei um pouco baixo. A direção é de Sergio Sollima, um dos três sergios que fizeram o policial e o faroeste italianos brilharem durante as décadas de 60 e 70. Esse foi o primeiro filme que vi dirigido por ele e fiquei impressionado com sua maestria. A seqüência de perseguição que dura uns quinze minutos sem nenhum diálogo do início do filme e a cena que mostra Charles Bronson atirando num elevador panorâmico são os dois melhores exemplos da excelência da direção de Sollima. Se tem algo que pode incomodar um pouco a quem não está acostumado com o cinema italiano de gênero são as pontas soltas na história. Há uma lógica toda particular na narrativa desses filmes. Alguns deles são tão belos esteticamente que a gente nem liga se não tiver entendendo a trama. Os astros de VIOLENT CITY, além de Bronson, são Jill Ireland, a sra. Bronson fazendo um papel ambíguo, e o eterno Kojac Telly Savalas no papel do chefe da máfia. A trilha sonora de Ennio Morricone torna o filme ainda mais saboroso.

ASSASSINATO NOS ESTADOS UNIDOS (Assassination)

Esse filme marca a última parceria no cinema de Charles Bronson com sua esposa Jill Ireland. Na época, ela já estava lutando contra o câncer que poria fim a sua vida em 1990. É uma divertida aventura dirigida por Peter R. Hunt, diretor de PERSEGUIÇÃO MORTAL (1981), com Bronson e Lee Marvin. Na trama, Bronson é um agente do serviço secreto que trabalha diretamente com o Presidente da República. De volta ao trabalho depois de um afastamento que não é muito bem explicado, ele passa a trabalhar como guarda-costas da primeira dama (Jill Ireland), uma mulher que acha que pode ir para onde quiser e do jeito que quiser. Depois de várias tentativas de assassinato, ela percebe que está correndo perigo. ASSASSINATO NOS ESTADOS UNIDOS (1987) é desses filmes que deve ser assistido sem muita expectativa e nenhuma exigência. É uma diversão rasteira que funciona muito bem principalmente para quem gosta de Charles Bronson. Carisma não falta no homem. O filme lembra ROTA SUICIDA, de Clint Eastwood, que também trazia um sujeito durão ao lado da esposa. Claro que não é tão brilhante quanto o filme do Clint, mas dá pro gasto. Gravado da Globo.

Nenhum comentário: