quinta-feira, novembro 03, 2005

A LENDA DO ZORRO (The Legend of Zorro)



Minha intenção ontem era ver dois filmes seguidos no cinema: a pré-estréia de JOGOS MORTAIS 2 e, em seguida, a sessão das 19h30 do italiano A JANELA DA FRENTE. Mas nem sempre as coisas são como a gente deseja. Ao chegar lá no Iguatemi, a fila estava imensa e as duas sessões de JOGOS MORTAIS 2 estavam esgotadas! Fiquei bastante surpreso com a popularidade do filme. Pra não ter que ficar mais de duas horas sem ter o que fazer no shopping em pleno feriado, tive de partir para o plano B: sessão de A LENDA DO ZORRO (2005), filme que eu nem estava tão a fim de assistir. Por isso é sempre bom a gente ter um filme mais comercial ainda não visto para essas situações de "emergência". Também tive a sorte de encontrar uma amiga minha por lá, que fez a gentileza de comprar o meu ingresso.

Para a minha surpresa, achei essa continuação superior ao primeiro filme, de 1998, que já caiu no esquecimento pra mim, a não ser por uma ou outra cena com a maravilhosa Catherine Zeta-Jones, na época, despontando para o estrelato. Talvez A LENDA DO ZORRO seja, até agora, o melhor filme que vi de Martin Campbell, diretor pouco expressivo que entrou para o primeiro time de Hollywood a partir de 007 CONTRA GOLDENEYE (1995) - ele tem uma filmografia maior do que eu imaginava, com filmes B nos anos 70 e episódios para séries de TV nos 80.

O título A LENDA DO ZORRO não é em vão: o filme realmente trabalha a figura de Zorro como uma lenda, um verdadeiro super-herói comum a mexicanos e americanos. O começo do filme é um verdadeiro show de acrobacias. Muito boa a seqüência. Depois, vai ganhando uma dimensão mais humana, quando mostra o relacionamento do casal principal vivido por Antonio Banderas e Catherine Zeta-Jones. É o velho arquétipo: mulher quer que marido pare com as aventuras perigosas para relaxar e viver em paz a vida matrimonial, enquanto que ele encara isso como algo ruim, alegando que a população precisa do Zorro, quando na verdade, é ele quem mais precisa do justiceiro mascarado, para realização pessoal. Nesse sentido, A LENDA DO ZORRO funciona bem melhor que LADRÃO DE DIAMANTES, de Brett Ratner, que também mostrava esse tipo de problemática.

Outra qualidade do filme é o senso de humor, quase uma comédia pastelão. Destaque para as cenas com o cavalo Tornado. Tem também uma boa reconstituição histórica. O filme se passa na época do plebiscito que decidiria sobre a anexação do estado da Califórnia aos EUA. Na época, o estado pertencia ao México, mas sempre foi um território misto. A trama gira em torno da utilização de nitroglicerina. Mesmo contando com várias cenas de morte (até o Zorro mata seus inimigos sem dó nem piedade), A LENDA DO ZORRO traz mais de duas horas de diversão para toda a família.