segunda-feira, novembro 28, 2005
HARRY POTTER E O CÁLICE DE FOGO (Harry Potter and the Goblet of Fire)
Desde que soube que seria Mike Newell o diretor do quarto filme de Harry Potter que fiquei desanimado com a escolha. Newell, embora tenha bons filmes no currículo - adoro QUATRO CASAMENTOS E UM FUNERAL (1994) -, também tem títulos desprezíveis, como é o caso de O SORRISO DE MONA LISA (2003). É um diretor sem uma marca autoral, além de ter uma competência duvidosa como mero "operário".
Porém, teoricamente, o fato de a direção estar nas mãos de Newell representa um passo a frente na tentativa de tornar o Harry Potter das telas tão britânico quanto o dos livros de J.K. Rowling. Foi a primeira vez que um inglês dirigiu um filme da série, que antes esteve nas mãos de um americano (Chris Columbus) e de um mexicano (Alfonso Cuarón).
Eu adorei HARRY POTTER E O PRISIONEIRO DE AZKABAN (2004), dirigido por Cuarón. Pra mim, que nunca li um livro sequer de Harry Potter, o filme ficou perfeito. Envolvente, mágico, empolgante, surpreendente. Por isso, levando em consideração as ótimas críticas que HARRY POTTER E O CÁLICE DE FOGO (2005) têm recebido e com a boa lembrança do terceiro filme, fui ao cinema com boas expectativas conferir esse quarto filme da franquia. Resultado: me decepcionei bastante. Não que o filme não tenha alguns bons momentos (penso especialmente na seqüência no fundo do mar), mas é que a trama é das mais fracas de toda a série. Parece uma obra destinada às platéias que curtem videogames ou RPGs, já que a história toda se sustenta no tal "torneio tribuxo", uma competição mortal e cheia de mistérios, que o filme tenta nos convencer o tempo todo que se trata de algo altamente perigoso e que o nosso herói, Harry Potter, está correndo perigo. Mas a gente sabe que não, que ele vai se sair muito bem, apesar dos díficeis obstáculos. Sempre haverá um feitiço que o salvará dos perigos. Talvez seja essa certeza, e esse excesso de truques na manga que tenha me deixado um pouco aborrecido - além de eu também não ter gostado da fotografia, muito "européia".
Uma das melhores coisas do filme é Emma Watson, garota que está bem crescidinha. Ela está ficando cada vez mais bela e carismática, ao contrário de seus parceiros Daniel Radcliff e Rupert Grint, cada vez mais feios à medida que se aproximam da idade adulta. Também considero um ponto alto do filme as cenas do baile. Os hormônios agindo na adolescência, a chegada das paixões, o despertar da libido - ok, talvez libido seja uma palavra um tanto pesada para o filme, mas enfim...
Felizmente a bela seqüência final acena para um quinto filme muito melhor: mais sombrio e maduro. É esperar pra ver.