segunda-feira, dezembro 29, 2003
SHOW LOS HERMANOS
O final de semana pra mim teria sido um tédio se não fosse por uma coisa: o show de ontem à noite do Los Hermanos, no Off Road Club. Aliás, o show funcionou como um remédio pra mim, que passei o fim de semana deitado na cama, gripado, com o corpo mole e sentindo até umas certas tonturas provenientes da fraqueza. Tudo que eu fazia era dormir, comer, ver televisão, dormir, comer, ver televisão e assim por diante. Logo, foi coragem de minha parte ter me esforçado pra sair domingo à noite pra esse show. Como que por um milagre, assim que a banda começou a tocar, ganhei fôlego novo, como se eu estivesse precisando mesmo de algo que me entusiasmasse.
A banda abriu com a canção que mais eles estão usando pra abrir os seus shows: "O Vencedor". E foi um prazer ver o povo cantando junto, ver tanta empolgação e retribuição à já famosa gentileza dos porta-vozes da banda Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante. O público cantava junto, cada um à sua maneira, às vezes de maneira teatral, conforme a dramaticidade da letra.
Poucas faixas de VENTURA ficaram de fora do show. Do primeiro disco só tocaram três canções: "Quem sabe" (sempre poderosa ao vivo), "Descoberta" e "Tenha Dó". "Anna Julia" acabou ficando de fora e eu confesso que senti falta. Mas parece que o público não reclamou. A minha irmã acha que o povo tem vergonha de pedir pra eles tocarem "Anna Julia". Hehehe.. Não sei se isso é verdade.
Eu aplaudi todas as canções, exceto "Sentimental", que me deixa sempre hipnotizado. Curiosamente uma das canções que mais ficou legal ao vivo foi "De onde vem a calma". Puxa, aquilo ficou lindo, hein. Já tinha visto eles tocando essa canção no programa do Jô Soares. Hoje de manhã quando acordei foi a primeira música que quis ouvir. E olha que ela nem era uma das minhas favoritas do disco novo. Agora é.
Rodrigo Amarante dedicou "Do sétimo andar" a todos os "fuleragem" que ele conhece aqui em Fortaleza. O termo chulo foi usado com carinho, é claro. Hehehe. O cara tem muitos amigos aqui na cidade. Sua interpretação de "Um par" ficou excelente. Inclusive, acho essa faixa muito interessante. A idéia é sair do lugar comum, mostrar a dificuldade de relacionamento entre pai e filho, mas pelo ponto de vista do pai. Genial. Acho que o Amarante esqueceu a letra de "O último romance", hein, mas ficou bonito a parte instrumental. Hehehhee.
Como eles estavam aqui no Ceará, não podia deixar de faltar "A palo seco", do Belchior. O show fechou com a dramática "A flor" e deixou a gente com gostinho de quero mais.
Na volta pra casa, de taxi com as minhas irmãs, ainda testemunhamos dois ladrões querendo tomar a carteira de um casal. Como a gente não era super-homem, ficamos só olhando. Susto mesmo foi ver uma van parar no meio da estrada e vem um cara com um revolver e começa a atirar no bandido que corria desesperado. Isso não tem nada a ver com o show, mas quis deixar registrado. E não tenho intenção de provocar nenhuma discussão acerca da violência na cidade não. Hehehe
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