Eis o tipo de série que pode até ter os seus defeitos, mas que é tão prazerosa de ver que a gente lamenta quando termina cada episódio. E lamenta ainda mais quando termina a temporada, que tem apenas 10 episódios. A segunda temporada de BATES MOTEL (2014), se não mantém o mesmo frescor e o impacto inicial da primeira, conserva o interesse e a empolgação, com roteiros e direção certeiros, além de uma capacidade de remeter fortemente à obra-prima de Alfred Hitchcock em vários momentos. Destaque também para a bela trilha sonora que emula Bernard Herrmann.
Esta temporada em especial, ainda que tenha seguido por um caminho do thriller de ação em muitas vezes, principalmente quando trata da subtrama de Dylan e sua relação com o tráfico de maconha na cidadezinha, há também uma tendência em se encaminhar para o melodrama clássico, especialmente nos episódios finais, nas cenas envolvendo Norma (Vera Farmiga) e Norman (Freddie Highmoore) juntos. Mas não sem deixar no ar o seu teor mórbido e um relacionamento edipiano.
A segunda temporada é também mais um passo rumo ao destino final dos referidos personagens. Só resta saber como se dará, na temporada ou nas temporadas seguintes. Até o momento a mão boa de Carlton Cuse (LOST, 2005-2010) tem ajudado bastante nos roteiros cheios de drama e suspense. Dos 20 episódios da série, 19 são assinados por ele.
Há um episódio em especial que merece ser citado: aquele em que a doce Emma (Olivia Cooke) quase morre ao tentar ultrapassar os seus limites físicos pulando de uma altura considerável para um rio. Trata-se de uma personagem adorável. Muito mais do que Bradley (Nicola Peltz), por quem Norman era apaixonado, mas que foi logo descartada no começo da temporada, por não ter muita relevância. Temo pela vida de Emma com o desequilibrado Norman por perto.
A nova temporada também dá mais espaço para o Xerife Romero (Nestor Carbonell), que com seus olhos expressivos e seu rosto sempre sério representa um homem da lei heroico e clássico. Também poderíamos dizer o mesmo para o irmão de Norman, Dylan (Max Thierrot), que ganhou contornos trágicos ao saber de suas origens, ao ser apresentado ao pai. Pelo visto, a sina de Norma é mesmo viver sempre em situações sombrias. No passado, no presente e no futuro. Vamos ver o que nos aguarda nos próximos capítulos. Agora, infelizmente, só em 2015.
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