quinta-feira, setembro 20, 2012

INSÔNIA



A comparação de INSÔNIA (2012) com a série/novela MALHAÇÃO da Rede Globo não é à toa. Por isso é até possível que o filme de Beto Souza encontre o seu público. A trama da garota mais velha (Luana Piovani) que se apaixona pelo pai da amiga mais nova (Lara Rodrigues) é até bem engraçadinha. E as meninas mais novas, que eu tive oportunidade de vê-las pessoalmente, cinco anos depois das filmagens que aconteceram em 2007, estão ainda mais belas hoje. O personagem do pai (o argentino Daniel Kuzniecka) também conta pontos a favor para o filme, embora os diálogos não sejam bons.

Não deixa de ser curioso o fato de que o filme anterior que eu vi de Beto Souza tenha sido NETTO PERDE SUA ALMA (2001). Pelo menos de acordo com o IMDB, ele ainda dirigiu mais dois filmes depois desse: CERRO DO JARAU (2005) e DIAS E NOITES (2008). Quer dizer, há uma produção forte em Porto Alegre, como eu pude testemunhar em Gramado, tanto na mostra dos curtas gaúchos quanto no pouco que eu vi da mostra dos longas. Acontece que o mercado exibidor não tem ou não dá espaço para esses filmes, que talvez sejam veiculados apelas na cidade ou em algum canal local.

No caso de INSÔNIA, o filme ficou na geladeira por cinco anos para só então ser selecionado em Gramado. E acredito que foi selecionado por sorte, por não ter tantos concorrentes de peso que o desclassificassem e  também pelo fato de ser gaúcho. Provavelmente é comum ter um filme "da casa" nos festivais locais, mesmo que ele não seja tão bom assim. Porém, INSÔNIA não é o tipo de filme para se ficar incomodado. É simpático, não pretende ser mais do que é, tem umas garotas bonitas e um trabalho de construção de personagens superior ao da construção da história, que tem uma conclusão bem boba. No fim das contas, prefiro ver três vezes este filme que rever NETTO PERDE SUA ALMA.

P.S.: Pra quem não viu, confira o resultado do Festival de Toronto. AQUI.