quinta-feira, agosto 16, 2012
EU NÃO FAÇO A MENOR IDEIA DO QUE EU TÔ FAZENDO COM A MINHA VIDA
O segundo longa-metragem de Matheus Souza, diretor de APENAS O FIM (2009), foi exibido em Gramado na noite de abertura do festival, logo após a exibição de 360, de Fernando Meirelles, e da homenagem a Eva Wilma. Trata-se de um filme bem simpático, a partir do título, EU NÃO FAÇO A MENOR IDEIA DO QUE EU TÔ FAZENDO COM A MINHA VIDA (2012), que, aliás, pode ser simpático para alguns e irritante para outros.
O filme é representativo da geração do cineasta, a geração que passa mais tempo em frente à tela do computador ou outros aparelhos eletrônicos de comunicação. EU NÃO FAÇO A MENOR IDEIA... inicia-se com uma bela canção da Tiê ("Te mereço") e termina com outra bela canção ("Vermelho", de Marcelo Camelo). Nota-se, a partir desses dois títulos da trilha sonora que a sintonia desse novo cinema, feito por um diretor de 24 anos, está na música contemporânea. E se a protagonista (Clarice Falcão) lembra um pouco a Mallu Magalhães em seu jeito de falar, não poderia faltar também uma canção dessa artista precoce na trilha.
A história gira em torno de uma garota que é estudante de medicina (Clarice) que começa a faltar as aulas por estar em crise: ela não sabe o que fazer da vida. Um jovem rapaz (Rodrigo Pandolfo) que trabalha num boliche durante o dia procura ajudá-la a enfrentar esse dilema. E com isso o filme vai seguindo em esquetes, com títulos com as especialidades médicas, de acordo com o tema da conversa.
É um filme que talvez peque um pouco pela verborragia, que se no começo parece muito divertido, já perto do final, torna-se um pouco mais problemática. Mas são bem legais os pensamentos da protagonista e a maneira como ela os verbaliza. O filme lida com diferenças de gerações, a velha questão dos pais e filhos, atualizada para os novos tempos. E nisso o monólogo final é bem interessante. Não é um filme para se ir de cabeça achando que vai encontrar a maior maravilha do mundo, mas é possível ver beleza em diversos momentos.