sábado, agosto 06, 2011
FILHOS DE JOÃO – O ADMIRÁVEL MUNDO DOS NOVOS BAIANOS
O filão dos documentários musicais ainda não acabou. O mais recente exemplar desta safra é FILHOS DE JOÃO – O ADMIRÁVEL MUNDO DOS NOVOS BAIANOS (2011), que procura mostrar um retrato de uma época, a história do grupo, através de depoimentos e imagens documentadas dos envolvidos, mas com a intenção de provar que os Novos Baianos só se tornaram um sucesso graças a João Gilberto. Na falta do depoimento do recluso e enjoado João, Tom Zé faz as vezes de "apresentador" do documentário. Curiosamente, ao final do filme, uma frase encerra afirmando que todos os trechos com depoimentos de Baby Consuelo (ou Baby do Brasil, como ela prefere ser chamada) foram retirados a pedido dela. Fiquei curioso para saber o porquê e li numa resenha que foi porque ela havia pedido cachê e o diretor Henrique Dantas não deu (como não pagou para nenhum outro, creio eu). Pegou mal pra ela, hein?
Dentre os documentários sobre a história da música brasileira, FILHOS DE JOÃO foi um dos que menos me agradou. Tudo bem que ele funciona bem como retrato de uma época e é quase didático para o público que desconhece ou conhece pouco a banda, mas um pouco de antipatia da minha parte surge quando vejo que eles também foram responsáveis pelo carnaval dos trios elétricos da Bahia. Aí vejo que o meu problema com o filme é mesmo a falta de identificação. E identificação é algo forte para mim em se tratando de música. Se não é através da letra, é através da música – em geral, as guitarras do rock me atraem, não importando muito o que a letra quer dizer. Porém, curiosamente, dentre as canções dos Novos Baianos, "Acabou chorare" é uma das que mais me agradam, apesar de sua letra não me dizer nada. A melodia é que é agradável. No filme, Galvão, o principal letrista da banda, conta um pouco do processo de realização da canção, através de uma conversa por telefone com João Gilberto.
Como geralmente acontece nesse tipo de documentário, o fim da banda é sempre mostrado como um momento tão importante ou até mais do que o início. Se o início da banda foi com Tom Zé apresentando Galvão a Moraes Moreira e logo em seguida a visita-chave de João Gilberto como guru e transformador do som da banda, o final começou a se formar a partir da saída de Moraes Moreira. Pepeu Gomes, no grupo desde a primeira formação, até que conseguiu "substitui-lo" no posto e a banda duraria mais alguns anos. E da forma fria e paulatina como foi o fim da banda, assim também se deu o final do documentário, sem impacto. Não chega a ser um filme mais apropriado àqueles que vivenciaram a época, como TITÃS – A VIDA ATÉ PARECE UMA FESTA, mas acredito que, mesmo procurando um viés mais didático, FILHOS DE JOÃO – O ADMIRÁVEL MUNDO DOS NOVOS BAIANOS deve ser mais apreciado pelos fãs da banda.
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