quinta-feira, fevereiro 17, 2011

À PROCURA DO DESTINO (Inside Daisy Clover)



Robert Mulligan foi um dos cineastas falecidos em 2008 cujo trabalho me interessou o bastante para eu pegar alguns exemplares de sua obra para ver. Acontece que o tempo foi passando e meu plano de ver seis de seus filmes acabou atrasando. Por enquanto só vi QUANDO SETEMBRO VIER (1961), O SOL É PARA TODOS (1962) e O GÊNIO DO MAL (1965). Já tinha visto antes na televisão O PREÇO DE UM PRAZER (1963) e VERÃO DE 42 (1971). Quer dizer, ainda tenho para ver A NOITE DA EMBOSCADA (1968) e A INOCENTE FACE DO TERROR (1972). Isso, apenas entre os que eu peguei. Por enquanto, tenho gostado de tudo que vi, embora o mais próximo de uma obra-prima seja mesmo O SOL É PARA TODOS.

À PROCURA DO DESTINO (1965) tem um atrativo extra, que é a presença da mais bela estrela da década de 60, Natalie Wood. Infelizmente neste filme ela interpreta uma adolescente de 15 anos e fica mais complicado explorar uma sensualidade como a mostrada em O PREÇO DE UM PRAZER e ESTA MULHER É PROIBIDA (este, de Sydney Pollack), para citar dois exemplos. Mas ainda assim o filme tem as suas ousadias, principalmente se compararmos com os dias politicamente corretos de hoje. Antes era comum ver nos filmes homens bem mais velhos indo para cama com menores. E o filme de Mulligan não se furta disso. Cheguei a ficar surpreso em algumas partes, como a tal cena do beijo com o "príncipe das trevas" Christopher Plummer.

Na trama, Natalie Wood é a Daisy Clover do título original. Uma adolescente pobre que trabalha numa loja de vinis e que tem uma mãe com problemas mentais. Ela envia um disco com a sua voz para Hollywood e para sua surpresa é chamada para fazer um filme musical. Eles resolvem criar uma nova estrela de cinema. Mas acontece que as coisas não são tão coloridas assim para a jovem Daisy, já que ela terá que se separar de sua mãe e perder a liberdade. Isso até conhecer o rebelde ator interpretado por Robert Redford, que faz o tipo galã que destrói corações.

Há no filme uma interessante sequência que parece um ensaio para o filme de horror que Mulligan dirigiria (A INOCENTE FACE DO TERROR). Isso acontece na cena em que Daisy está dublando repetidamente sua personagem para uma cena musical e tem um ataque de nervos ou algo do tipo. Mulligan foi muito feliz em construir uma atmosfera de pânico nesse instante com uma mixagem de som de respeito e a melhor sequência de montagem do filme. E embora o epílogo não seja tão animador, ficou muito bonito na fotografia scope. Em tempos de BURLESQUE, nada como ver um filme de vergonha sobre a fama. (Se bem que eu não vi BURLESQUE ainda. Só tenho um palpite de que seja um lixo.:))

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