quarta-feira, dezembro 10, 2008
FORÇA DE HERÓIS / ÁGUIAS AMERICANAS (Air Force)
Howard Hawks, depois de ter feito um trabalho de crescimento do sentimento patriótico do povo americano no oscarizado SARGENTO YORK (1941), que tratava da Primeira Guerra Mundial, mas que já trabalhava a honra de se estar na guerra, resolveu, no calor da batalha, depois de passado alguns meses do traumático ataque dos japoneses à base de Pearl Harbor, dar a sua contribuição com um filme feito com o objetivo de elevar os ânimos do povo americano. Ou então assustá-los, já que chegam a ser assustadoras as seqüências de batalha no céu, com os homens voando naqueles teco-tecos, que já se constituiam um perigo, empunhando armas de fogo em lugar estratégico para derrubar os aviões japoneses. Isso exige daqueles homens muita coragem e o filme é uma exaltação dessa coragem e da disposição de sacrificar a própria vida se necessário for.
Por mais que alguns possam acusar FORÇA DE HERÓIS (1943) de propagandístico, o filme caiu como uma luva para a filmografia de Hawks, que já havia abordado o tema da aviação em HERÓIS DO AR (1935) e na obra-prima PARAÍSO INFERNAL (1939). Só ficaram faltando as habituais mulheres hawksianas, já que o filme é centrado apenas no trabalho exaustivo e heróico dos militares da força aérea. O filme começa um pouco parado e só depois de uma hora e meia que começa a ação. No início, há a preocupação na construção dos diversos personagens - que infelizmente não são tão fortes e marcantes como geralmente costumamos ver nos demais filmes de Hawks - e há também um certo fascínio pelos aviões, quase tão comum a ele quanto a Howard Hughes, que fez o pioneiro ANJOS DO INFERNO.
FORÇA DE HERÓIS pode ter, ou não, influenciado John Ford a dirigir o belo FOMOS OS SACRIFICADOS, que mostrava a batalha no Pacífico do ponto de vista dos fuzileiros navais. Ambos os filmes tem suas ações ocorrendo durante o ataque a Pearl Harbor. Só que Hawks passa em seu filme um ódio muito maior para com os japoneses, enquanto que o filme de Ford tem um clima mais poético e patriótico, independente de quem seja o inimigo.
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