quinta-feira, setembro 11, 2008

MY BOY



A intenção era assistir todos os extras do disco 2 do dvd de O GAROTO (1921) e falar de maneira rasteira dos curtas e dos demais extras presentes no dvd duplo no próprio post do filme. Acontece que enquanto eu assistia MY BOY (1921), acreditando se tratar de um curta-metragem, o filme foi se mostrando com uma duração maior que a do filme principal! Aí eu desisti de ver os demais e resolvi fazer logo o meu post sobre o filme de Charles Chaplin, deixando o disco 2 para depois. Comecemos, então, com MY BOY, o principal extra do dvd, e praticamente um remake de O GAROTO. Tem algumas diferenças na estória, mas na essência é muito parecido. Na trama, o menino é um órfão que vai parar nos Estados Unidos e foge da imigração ao descobrir que irá ser mandado de volta. Ele, como um cachorrinho, acompanha um velho capitão decadente e pobre e acaba pedindo para dormir na casa dele por uma noite. E essa noite vai se tornando outras noites e o velho vai cada vez mais se afeiçoando ao pobre menino, que é bastante trabalhador, apesar da idade. A comparação com O GAROTO também se deve ao fato de haver na trama uma avó procurando pela criança, assim como há a mãe em O GAROTO.

O garoto Jackie Coogan fez um sucesso tremendo com O GAROTO e esse filme, dirigido por Albert Austin e Victor Heerman, é um dos frutos desse sucesso. Como os dois diretores não tinham o mesmo talento de Chaplin, fizeram um filme apenas correto, levando mais para o melodrama do que para a comédia, que aparece também mas um pouco capenga. E pensar que de primeiro grande astro mirim de Hollywood, Jackie Coogan, quando adulto, se tornaria famoso como o sinistro e feio Tio Fester Frump da série de tevê A FAMÍLIA ADAMS (1964-1966). Entre os extras do dvd, há um prefácio, que fala das condições e das razões de realização de O GAROTO, que até já comentei por aqui no post específico sobre o filme. Vale destacar também um outro mini-documentário com participação de Abbas Kiarostami, cujo estilo e maneira de trabalhar com as crianças é às vezes comparado a Chaplin.

Chaplin aparece e dirige o curta HOW TO MAKE MOVIES (1918), documentário interessante sobre o modo como se fazia filmes em Hollywood naquela época. Mostra também um pouco da rotina do artista, como receber cartas pela manhã ou jogar golfe. Depois, quando ele coloca o bigodinho e as roupas de Carlitos, o filme passa a se tornar uma mistura de documentário com comédia, especialmente na cena do jogo de golfe. Outro curta de Chaplin presente no dvd é NICE AND FRIENDLY (1922). Talvez o filme mais fraco que eu vi de Chaplin. O garoto Coogan aparece muito rapidamente e Carlitos aparece como uma espécie de herói que salva uma família de uma turma de bandidos. Parece mais uma brincadeira despretenciosa. E vale destacar que todos esses curtas do segundo disco vieram totalmente mudos, isto é, sem nenhuma música de fundo. É um pouco estranho ver filme assim, mas depois a gente se acostuma.

Outros extras contidos: cenas de Jackie Coogan dançando para acalmar os executivos, preocupados com a demora da produção. Assim, Chaplin mostrou o garoto dançando para uma pequena multidão que aplaudiu o garoto. Há também "Charlie on the Ocean", um pequeno e descartável documentário que mostra a diferença entre a maneira pobre como Chaplin chegou na América e quão famoso ele se tornou a ponto de sua limusine mal conseguir atravessar as ruas. Menos importante ainda são os takes de Jackie Coogan em Paris, curtíssima amostra do sucesso de Coogan na França. Um extra interessante é o da gravação em 1971 da música para O GAROTO, que entraria na versão "definitiva" e com cenas a menos do filme. Mas quem quiser conferir as cenas cortadas, tem também nesse mesmo disco. Há um extra que mostra trailers de várias partes do mundo de O GAROTO, galeria de fotos e cartazes e trailers da Coleção Chaplin da Warner, que me deixou com vontade de ver e rever alguns títulos importantes do mestre, presentes nessa excelente coleção da Warner.

Nenhum comentário: