terça-feira, setembro 30, 2008
CONTROLE ABSOLUTO (Eagle Eye)
Segunda parceria de Shia LaBeouf com o diretor D.J. Caruso, depois do bem-sucedido PARANÓIA (2007), versão teen eficiente de JANELA INDISCRETA, de Alfred Hitchcock – inclusive, saiu uma notícia por aí que Spielberg, como produtor do filme, havia sido processado por plágio pelo escritor do conto que deu origem ao clássico -, CONTROLE ABSOLUTO (2008) também guarda semelhanças com diversos filmes do mestre do suspense, em especial os thrillers de espionagem, como INTRIGA INTERNACIONAL e SABOTADOR, onde sempre há a figura de um homem inocente acusado de um crime que não cometeu. Nisso, entra também a figura do mcguffin, que pra mim se converteu numa forma de desencanar de tramas complicadas e não merecedoras da queima de nossos neurônios. O objetivo desse recurso é servir como ponto de partida para o mais importante: as cenas de ação e suspense.
Em CONTROLE ABSOLUTO, os personagens de Shia LaBeouf e Michelle Monaghan vivem suas vidas na normalidade até o dia em que se vêem enredados numa conspiração terrorista, obrigados a executar ações criminosas e monitorados por um super-computador que controla tudo: desde sinais de trânsito e câmeras de rua a todo tipo de computador, telefone celular ou qualquer tipo de aparelho eletrônico. No começo, até que o filme se mostra interessante, embora a sensação de dèja vu seja constante. A presença de Michelle Monaghan e sua beleza também contribuem para que se veja o filme com certo prazer. Mas depois de uma hora de duração, CONTROLE ABSOLUTO vai se convertendo numa dessas produções genéricas e sem a menor graça, dessas que só pioram à medida que vão se aproximando do final. Quanto mais o filme tentava aumentar a barulheira, mas eu ficava entediado.
Há quem ainda identifique os furos do roteiro, mas eu não estou muito preocupado com isso. Quando se perde o interesse por um filme, não há porque ficar prestando atenção em detalhes bobos, já que o filme em si é bobo. No meio dessa presepada, estão também Billy Bob Thornton como o agente do FBI encarregado de caçar a dupla de "terroristas" e Rosario Dawson como uma espécie de chefe das forças armadas. Por mais que o filme tenha alguma relevância na questão do poder das máquinas sobre os homens, com direito até a um computador "inspirado" no HAL-9000 de 2001 – UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO com a voz da Julianne Moore. Quanto às cenas de ação que eram pra ser o forte do filme, são tão sem graça quanto comer chuchu como almoço todo dia.
P.S.: Uma dica muito boa e que talvez nem todos estejam sabendo: não deixem de conferir, na internet mesmo, o excelente trabalhado que a equipe V2 Cinema, de Porto Alegre, anda fazendo. Trata-se de curtas que contam com debates interessantes sobre a natureza do cinema e que trazem convidados especialíssimos. No primeiro curta, DOIS ANDARES, há a participação de Beto Brant e José Padilha, no segundo, TEATRO DE TITÃS, temos Fernando Arrabal, e no terceiro e mais recente, DE VOLTA AO QUARTO 666, temos Wim Wenders discutindo o futuro do cinema, além de imagens de diversos cineastas conhecidos passando pela tela, com direito a palavras proféticas de Michelangelo Antonioni. Trata-se de um trabalho imperdível e feito com muito profissionalismo. Davi Pinheiro promete David Lynch para novembro!! E antes disso vem mais um aí com o Philip Glass!
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