segunda-feira, março 11, 2024

OSCAR 2024



Foi a melhor cerimônia do Oscar em muito tempo. Ainda vejo muita gente reclamando de uma coisa ou de outra, e talvez essa impressão tenha vindo do gosto ruim que o Oscar 2023 trouxe, especialmente pela premiação daquele filme de nome comprido que acho melhor até esquecer. Agora foi diferente. A raiva que eu tive foi mais do ponto de vista técnico, pessoal: não conseguia assistir à premiação pela MAX através da minha televisão sem pausas constantes no streaming. Muito irritante. E é um problema que preciso ainda resolver - pena que assinei essa joça por um ano. Ainda bem que deu certo ver pelo computador e usar o cabo HDMI. Melhor do que nada, ainda que isso significasse menor qualidade de imagem.

Mas falemos das coisas legais que a cerimônia trouxe. Posso começar logo pelo ponto alto da noite, que foi a apresentação do Ryan Gosling de “I’m Just Ken”, uma das canções de BARBIE, que concorria com duas, mas que acabou ganhando pela cantada por Billie Eilish (a pessoa mais jovem a ter dois Oscar, com apenas 22 anos). E o engraçado é que não via nada demais na canção do Ken no filme, mas a apresentação no Oscar, ao vivo, brincando com todo mundo ali presente, com o Ryan saindo da cadeira atrás da Margot Robbie, e depois aparecendo, até o Slash tocando guitarra no meio da coreografia que contava com os outros Kens do filme. Sensacional. Deu vontade de rever imediatamente.

A cerimônia como um todo não teve nada de muito diferente, nada de tapa na cara, ou alguém dizendo o nome do filme errado, mas, que eu me lembre, essas duas premiações específicas foram chatas e acabaram ganhando repercussão por causa desses eventos. Havia uma espécie de harmonia no ar, em parte pelo host da noite, que é muito tranquilo. Jimmy Kimmel só no final fez uma piada ácida com o ex-presidente Donald Trump, o que até me deixou bem surpreso, mas que trouxe mais uma vez à tona o caráter mais progressista do segmento “indústria de cinema”.

Das premiações, a que eu mais gostei foi a de Emma Stone por POBRES CRIATURAS, de Yorgos Lanthimos. Havia me deitado na cama naquele momento e levantei de alegria com seu prêmio. Já até estava conformado com a premiação de Lily Gladstone por ASSASSINOS DA LUA DAS FLORES, mas o filme de Martin Scorsese acabou ficando sem nada. A própria Emma não estava acreditando e ficou atordoada e falou o quanto temia ter um ataque de pânico lá no palco. Uma graça, essa menina. Aliás, da categoria principal, o filme de Marty, MAESTRO, de Bradley Cooper, e VIDAS PASSADAS, de Celine Song, foram os únicos a saírem de mãos abanando. Até o mediano FICÇÃO AMERICANA teve o seu prêmio, de roteiro adaptado.

Outro prêmio também animador foi o de GODZILLA MINUS ONE, ganhando efeitos especiais de produções caríssimas realizadas nos Estados Unidos. Foi bacana ver esse grupo de japoneses conseguindo esse Oscar com poucos recursos. Também achei muito legal a estatueta de ator coadjuvante para Robert Downey Jr., um sujeito cheio de carisma e que tem uma trajetória de vida muito tortuosa. Legal ele ter vencido as drogas e conseguido esse sucesso na maturidade. Não sou muito fã de OPPENHEIMER, mas todo mundo já sabia que seria o grande vencedor da noite, e por mim tudo bem. Um bom filme, sim. E feito por um homem que tem ajudado a alavancar o IMAX como formato mais atraente da atualidade.

Aqui no Brasil, houve problemas na transmissão e perdemos até mesmo uma premiação (de curtas). Mas gostei que convidaram a Andrea Horta, essa moça incrível, que veio de família humilde e tem muita sensibilidade, inclusive para falar de cinema. Que ela retorne no próximo ano.

No mais, participei de três bolões e gostei muito da experiência. É divertido e adiciona uma dose extra de excitação e entretenimento para a noite.



Os Premiados

Melhor Filme – OPPENHEIMER
Direção – Christopher Nolan (OPPENHEIMER)
Ator – Cillian Murphy (OPPENHEIMER)
Atriz – Emma Stone (POBRES CRIATURAS)
Ator Coadjuvante – Robert Downey Jr. (OPPENHEIMER)
Atriz Coadjuvante – Da’Vine Joy Randolph (OS REJEITADOS)
Roteiro Original – ANATOMIA DE UMA QUEDA
Roteiro Adaptado – FICÇÃO AMERICANA
Fotografia – OPPENHEIMER
Montagem – OPPENHEIMER
Trilha Sonora Original – OPPENHEIMER
Canção Original – “What Was I Made For?”, por Billie Eilish (BARBIE)
Som – ZONA DE INTERESSE
Efeitos Visuais – GODZILLA MINUS ONE
Direção de arte – POBRES CRIATURAS
Figurino – POBRES CRIATURAS
Maquiagem e cabelos – POBRES CRIATURAS
Filme Internacional – ZONA DE INTERESSE (Reino Unido)
Longa de Animação – O MENINO E A GARÇA
Curta de Animação – WAR IS OVER! INSPIRED BY THE MUSIC OF JOHN & YOKO
Curta-metragem (live action) – A INCRÍVEL HISTÓRIA DE HENRY SUGAR
Documentário – 20 DIAS EM MARIUPOL (Ucrânia)
Curta Documentário – THE LAST REPAIR SHOP

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