2. PERSONAL SHOPPER, de Olivier Assayas
3. A CRIADA, de Chan-wook Park
4. JOHN WICK - UM NOVO DIA PARA MATAR, de Chad Stahelski
6. PATERSON, de Jim Jarmusch
7. EM RITMO DE FUGA, de Edgar Wright
8. COLO, de Teresa Villaverde
10. LA LA LAND - CANTANDO ESTAÇÕES, de Damien Chazelle
11. MANCHESTER À BEIRA-MAR, de Kenneth Lonergan
12. A MORTE DE LUÍS XIV, de Albert Serra
14. JOVEM MULHER, de Léonor Serraille
15. TONI ERDMANN, de Maren Ade
16. COLUMBUS, de Kogonada
18. JACKIE, de Pablo Larraín
19. DETROIT EM REBELIÃO, de Kathryn Bigelow
20. SILÊNCIO, de Martin Scorsese
Menções honrosas
NA VERTICAL, de Alain Guiraudie
120 BATIMENTOS POR MINUTO, de Robin Campillo
BLADE RUNNER 2049, de Denis Villeneuve
BOM COMPORTAMENTO, de Bennie e Josh Safdie
FRAGMENTADO, de M. Night Shyamalan
LUCKY, de John Carroll Lynch
AS DUAS IRENES, de Fabio Meira
BEDUÍNO, de Júlio Bressane
BINGO, O REI DAS MANHÃS, de Daniel Rezende
EU NÃO SOU SEU NEGRO, de Raoul Peck
Fora de competição
TWIN PEAKS - O RETORNO, de David Lynch e Mark Frost
Mantendo ainda a minha tradição, os melhores do ano acima correspondem a filmes contemporâneos vistos exclusivamente nos cinemas no ano corrente. Por isso, não estranhem a presença do romeno SIERANEVADA, de Cristi Puiu, que é um desses filmes que parece que nada acontece, em uma reunião de família. Só houve duas exibições em Fortaleza. Uma no final de 2016 e outra na mostra Retrospectiva/Expectativa.
Também não estranhem a ausência de TWIN PEAKS - O RETORNO, o grande evento audiovisual do ano, que muitos veículos de respeito estão colocando como melhor filme de 2017. Eu até já votei nele no prêmio do Cinema na Varanda como melhor filme do ano, mas isso porque as regras permitiam. E porque não houve nada mais impactante que o retorno do nosso querido Lynch depois de um longo hiato. Para nossa sorte, Lynch nunca esteve em melhor forma e tão inspirado.
Lynch está presente também no trabalho de alguns de seus seguidores. Muito provavelmente, o maior deles seja o ainda pouco conhecido Philippe Grandrieux, cujo APESAR DA NOITE possui inúmeros elementos claramente lynchianos. Até mesmo a dúvida se se trata de um filme de horror ou não está presente, embora seja ao mesmo tempo um filme que transborda amor e cheira a medo, muito medo.
Falando em medo, outro filme francês se destacou em nosso circuito. PERSONAL SHOPPER, de Olivier Assayas, é a segunda parceria do diretor com Kristen Stewart, e desta vez ele preferiu investir em menos texto e mais atmosfera. Muito amor para este filme. O horror também esteve presente em outras obras fantásticas, sendo o grande destaque, inclusive nas premiações, CORRA!, de Jordan Peele, que lida com a questão do racismo de maneira genial.
Dois dos melhores filmes de ação da década despontaram este ano também: JOHN WICK - UM NOVO DIA PARA MATAR, de Chad Stahelski, e EM RITMO DE FUGA, de Edgar Wright. São dois trabalhos bem distintos: um mais herdeiro do cinema de ação de Hong Kong; outro que brinca com o gênero musical, inserindo canções dentro das sequências de ação de forma linda.
Mas já que falei de musical, não há como esquecer de LA LA LAND - CANTANDO ESTAÇÕES, de Damien Chazelle, uma tocante homenagem ao gênero, tanto o produzido nos Estados Unidos até os anos 1950, quanto às belíssimas realizações francesas dos anos 1960. Detalhe: precisei ver uma segunda vez para perceber a real beleza do filme e das canções.
Neste ano de 2017, a tensão esteve no ar. E pudemos lamber os dedos com ela em obras tão distintas quanto A CRIADA, de Chan-wook Park, e DETROIT EM REBELIÃO, de Kathryn Bigelow. O primeiro contém uma trama cheia de intrigas e que ainda traz a melhor cena de sexo do ano do cinema mainstream; o segundo é um estudo sobre o mal e o racismo nos Estados Unidos dos anos 1960. Toda a enorme sequência de tensão dentro do hotel é de deixar os nervos de qualquer um em frangalhos.
Bigelow, aliás, não foi a única diretora mulher a se destacar neste ano. Podemos até dizer, sem fazer muita pesquisa, que 2017 foi o ano em que mais tivemos filmes dirigidos por mulheres abrilhantando nosso circuito. Alguns dos melhores exemplos são COLO, de Teresa Villaverde, TONI ERDMANN, de Mare Aden, e JOVEM MULHER, de Léonor Serraille. São três filmes com uma sensibilidade muito apurada no trato com questões familiares e de busca de independência.
Falando em mulheres, dois filmes apresentaram retratos femininos admiráveis e que fogem à regra do que geralmente é visto: LADY MACBETH, de William Oldroyd; e JACKIE, de Pablo Larraín. Um suspense e um retrato de uma mulher real em registro de tensão.
Quanto aos personagens masculinos, podemos destacar Adam Driver (o grande ator de sua geração) em PATERSON, de Jim Jarmursch, no papel de um poeta motorista de ônibus com uma rotina de vida bem regrada; e um envelhecido Jean-Pierre Léaud como um monarca em seus últimos dias em A MORTE DE LUÍS XIV, de Albert Serra.
As histórias de amor tortas e que doem um bocado no coração também estiveram presentes. Podemos citar como exemplos FRANTZ, de François Ozon, e COLUMBUS, de Kogonada. E houve espaço também para histórias de dilaçeramento da alma, como é o caso de MANCHESTER À BEIRA-MAR, de Kenneth Lonergan. Já a devoção à fé pôde ser vista no admirável SILÊNCIO, de Martin Scorsese.
Top 5 Piores do Ano
Como eu evitei muitas tranqueiras, segue apenas alguns que eu dei um voto de confiança e que não me retribuíram com nada além de desgosto, aqui, sem os nomes dos culpados:
1. A GRANDE MURALHA
2. ASSASSIN'S CREED
3. KINGSMAN - O CÍRCULO DOURADO
4. A TORRE NEGRA
5. O RASTRO
As séries e minisséries
Vi bem menos séries e minisséries do que no ano passado. Parece que isso é uma tendência e não me importo muito com isso, na verdade. 2017 foi o ano que eu mais desisti de séries que eu acompanhava. Chega uma hora que não dá mais. Os destaques:
1. TWIN PEAKS - O RETORNO (afinal, é série ou é filme? :))
2. THE MARVELOUS MRS. MAISIE - PRIMEIRA TEMPORADA
3. TOP OF THE LAKE - CHINA GIRL
4. MINDHUNTER - PRIMEIRA TEMPORADA
5. GIRLS - SEXTA TEMPORADA
6. BETTER CALL SAUL - TERCEIRA TEMPORADA
7. MOZART IN THE JUNGLE - TERCEIRA TEMPORADA
8. HOMELAND - SEXTA TEMPORADA
9. MR. ROBOT - TERCEIRA TEMPORADA
10. GAME OF THRONES - SÉTIMA TEMPORADA
Top 5 Musas do Ano
A seção mais polêmica do balanço anual segue meio tímida, mas ainda com muita vontade de exaltar o encantamento dos rostos (e corpos) femininos.
1. Gal Gadot - MULHER MARAVILHA + LIGA DA JUSTIÇA |
2. Marion Cotillard - ALIADOS + ROCK'N ROLL - POR TRÁS DA FAMA + UM INSTANTE DE AMOR |
3. Roxane Mesquida - APESAR DA NOITE |
4. Kim Min-hee - A CRIADA + NA PRAIA À NOITE SOZINHA |
5. Stacy Martin - O FORMIDÁVEL |
Clássicos Revisitados (ou vistos pela primeira vez) na telona
8½, de Federico Fellini
A BELA DA TARDE, de Luis Buñuel
CIDADE DOS SONHOS, de David Lynch
DUAS GAROTAS ROMÂNTICAS, de Jacques Demy
EL TOPO, de Alejandro Jodorowsky
FITZCARRALDO, de Werner Herzog
HIROSHIMA MEU AMOR, de Alain Resnais
LAÇOS DE SANGUE, de Ida Lupino
NOSFERATU, O VAMPIRO DA NOITE, de Werner Herzog
O MUNDO É O CULPADO, de Ida Lupino
O MUNDO ODEIA-ME, de Ida Lupino
S. BERNARDO, de Leon Hirszman
Top 20 vistos (pela primeira vez) na telinha (em ordem alfabética)
32 DE AGOSTO NA TERRA, de Denis Villeneuve
A GHOST STORY, de David Lowery
A UM PASSO DA LIBERDADE, de Jacques Becker
AS IRMÃS DE GION, de Kenji Mizoguchi
ARIELLA, de John Herbert
BEIJO NA BOCA, de Paulo Sérgio de Almeida
CERTAS MULHERES, de Kelly Reichardt
EU MATEI LÚCIO FLÁVIO, de Antônio Calmon
GERMAN CONCENTRATION CAMPS FACTUAL SURVEY/ MEMORY OF THE CAMPS, de Alfred Hitchcock e Sidney Bernstein
GRAVE, de Julia Docournau
HOMEM COMUM, de Carlos Nader
METROPOLITAN, de Whit Stillman
MUITO PRAZER, de David Neves
NÃO MATARÁS, de Ernst Lubitsch
O DESEJO, de Walter Hugo Khouri
OS DEMÔNIOS, de Ken Russell
QUEM AMA NÃO TEME, de Ida Lupino
THE DEVIL'S CANDY, de Sean Byrne
TODAS AS MULHERES DO MUNDO, de Domingos de Oliveira
TWIN PEAKS - THE MISSING PIECES, de David Lynch
Revisões na telinha
A NOITE DOS MORTOS-VIVOS, de George A. Romero
BLADE RUNNER, O CAÇADOR DE ANDRÓIDES, de Ridley Scott
FILHOS E AMANTES, de Francisco Ramalho Jr.
IMPÉRIO DOS SONHOS, de David Lynch
O FANTASMA DO FUTURO, de Mamoru Oshii
O TURISTA ACIDENTAL, de Lawrence Kasdan
PARIS, TEXAS, de Wim Wenders
RELÍQUIA MACABRA / O FALCÃO MALTÊS, de John Huston
TRAINSPOTTING - SEM LIMITES, de Danny Boyle
TWIN PEAKS - OS ÚLTIMOS DIAS DE LAURA PALMER, de David Lynch
Feliz 2018!
Antes de receber o ano que virá é sempre bom agradecer pelo ano que passou. Por mais que 2017 tenha sido difícil. Bem mais difícil do que foi o anterior e o anterior e o anterior etc.. Estar vivo para contar a história é sempre uma dádiva. Até porque dentro das dificuldades também temos histórias boas para contar. Há muito o que melhorar em minhas atitudes e na forma como eu me vejo e vejo o mundo, mas a gente está neste mundo para aprender, não é? Quero agradecer aos amigos presentes de alguma maneira, aos familiares que foram uma fortaleza em muitos momentos de fragilidade, a Deus que está sempre por perto. E ao motivo de eu escrever isso aqui, o cinema.
O cinema, em boa parte das vezes, foi o maior motivo de eu me sentir vivo e feliz. Com os filmes nos tornamos pessoas melhores, adentrando histórias múltiplas e personagens dos mais diversos, nos tornamos meio que filósofos da existência e da arte também. Peço desculpas aos amigos que precisaram de mim e eu não pude estar presente por egoísmo ou por cansaço ou por motivos de desenergização, que foi a tônica neste ano. Quem sabe no próximo ano tudo isso mude, de preferência para melhor, não é? O que não houve de viagens e de amores em 2017 pode ser compensado no ano que virá. E se não rolar nada disso, há sempre os filmes, os livros, os discos e os grandes amigos. Obrigado por tudo e até o próximo ano.
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