segunda-feira, agosto 03, 2015

ALIEN, O 8º PASSAGEIRO (Alien)



Se hoje, visto em casa, ALIEN, O 8º PASSAGEIRO (1979) segue sendo uma experiência horripilante e claustrofóbica, é de se imaginar como foi na época de sua estreia. No documentário que vem junto com o box com os quatro filmes da tetralogia, o último capítulo fala justamente desse efeito perante à audiência, que foi de muito medo, gente desmaiando ou vomitando e coisas do tipo, que, claro, são exageradas a fim de causar mais propaganda para o filme.

Quando ALIEN começa, já ficamos animados vendo os créditos iniciais, dada a quantidade de pessoas talentosas na equipe. No elenco, além da belíssima estreante como protagonista Sigourney Weaver, há grandes nomes como John Hurt, Harry Dean Stanton e Ian Holm, que desempenham papéis importantíssimos pelo menos dois dos momentos mais memoráveis e aterrorizantes do filme. Sem falar que a direção é do mestre Ridley Scott, o roteiro é do sensacional Dan O'Bannon e o monstro foi criado pelo genial H.R. Giger, só pra citar os nomes mais importantes.

E pensar que o filme foi pensado inicialmente por O'Bannon como uma comédia espacial que ele e o amigo Ronald Shusett queriam fazer depois de ficarem frustrados com o resultado de DARK STAR (1974), de John Carpenter. A ideia era fazer um filme B produzido por Roger Corman. Mas o roteiro foi passando de mão em mão e foi parar na mão dos executivos da 20th Century Fox, que só aceitaram priorizar as filmagens mesmo depois do estouro de GUERRA NAS ESTRELAS, de George Lucas. A partir daí, a ficção científica voltou a ser moda novamente em Hollywood.

Mas o curioso é que ninguém queria dirigir ALIEN. Alguém sugeriu o nome de um novato, Ridley Scott, que só havia dirigido OS DUELISTAS (1977), uns comerciais para a televisão e episódios de séries inglesas. Scott topou e se mostrou o homem perfeito para a realização do filme, com força, inclusive, para driblar as restrições dos produtores e para pedir mais e mais dinheiro para mais e mais sets e detalhes.

Não se tinha colocado tanto dinheiro em um filme de nave espacial desde 2001 – UMA ODISSEIA NO ESPAÇO, de Stanley Kubrick, que, aliás, é uma das principais influências na história. Há muita coisa em comum, como o sono em câmeras criogênicas e a matança de cada membro da tripulação por um inimigo. Aqui, não um cérebro eletrônico, mas uma criatura do espaço de aspecto bem assustador.

Ver o making of faz com que apreciemos ainda mais o produto já visto, não apenas pelas inúmeras dificuldades e pela longa trajetória até a estreia, mas também por cada detalhe que passa desapercebido enquanto estamos ocupados vendo o filme. Quem diria que uma pessoa aparentemente tão durona quanto Sigourney Weaver, que faz a capitã da nave no filme, tenha sofrido tanto nos bastidores, a ponto de chorar algumas vezes, inclusive por terrorismo do diretor, que tinha as suas técnicas de deixar o elenco desconfortável em prol do resultado do filme.

Falar da história de ALIEN, O 8º PASSAGEIRO, um filme tão popular e visto por tanta gente, é desnecessário. Mas podemos lembrar de certas cenas marcantes, como o monstro saindo pela barriga de John Hurt, o momento em que se descobre que um dos tripulantes é um robô e a espetacular tentativa de fuga de Ripley da nave, a fim de escapar viva do ataque da criatura, com direito a parada para pegar o gato.

Nunca se usou tanto terror e suspense numa nave espacial com tanta intensidade. Alguém poderia lembrar de O PLANETA DOS VAMPIROS, de Mario Bava, que tem uma pegada bem parecida e é dos anos 1960, mas, por mais que seja um belo trabalho, há que se dar o braço a torcer e ver o quão ALIEN é mais eficiente.

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