quarta-feira, junho 18, 2014
A MONTANHA DOS CANIBAIS (La Montagna del Dio Canibale / Slave of the Cannibal God / The Mountain of the Cannibal God)
Ainda prefiro o Sergio Martino dos gialli. Basta lembrar dos ótimos ALL THE COLORS OF THE DARK (1972) e TORSO (1973). Pelo menos foi o que eu vi dele. Não cheguei a ver suas comédias eróticas nem suas incursões no western spaghetti. A MONTANHA DOS CANIBAIS (1978), sua incursão no ciclo canibal, é um dos melhores representantes deste subgênero de aventura, que tanto sucesso fez nos anos 1970 e 1980, especialmente na Itália.
Os italianos têm um tino forte para vender o seu peixe e sabem que atores estrangeiros, especialmente os que fizeram sucesso nos Estados Unidos ou na Inglaterra, são excelentes chamarizes para muitos espectadores. Muitos desses espectadores até compram gato por lebre, achando se tratar de uma produção americana. Em A MONTANHA DOS CANIBAIS, por exemplo, os dois nomes mais famosos são os de Ursula Andress e Stacy Keach.
É sempre bom lembrar que Ursula começou sua carreira em produções italianas, antes de se tornar mundialmente conhecida como a primeira Bond-girl. Saindo do mar com um dos biquínis mais famosos do mundo pop, ela se tornou um dos símbolos sexuais de seu tempo. Embora não esteja mais tão bela quanto em 007 CONTRA O SATÂNICO DR. NO, ela continuava batendo um bolão, e os produtores italianos souberam explorar a sua nudez em algumas cenas, especialmente a que acontece na tal montanha dos canibais.
Curiosamente, Sergio Martino dirigiria outra Bond-girl, Barbara Bach, em suas duas produções seguintes: A ILHA DOS HOMENS-PEIXE (1979) e CROCODILO – A FERA ASSASSINA (1979). São dois filmes bastante questionáveis em se tratando da qualidade. Segundo alguns dizem, são tranqueiras que seguem o rastro do sucesso de filmes de feras das águas, no rastro do sucesso de TUBARÃO, de Steven Spielberg, e que representariam já um momento de decadência do cinema de Martino.
A MONTANHA DOS CANIBAIS, se tem alguns momentos aborrecidos lá pelo meio, melhora bastante quando a mulher, seu irmão e um explorador, na missão de reencontrar o marido perdido em uma montanha considerada maldita na Nova Guiné, se veem sozinhos depois que os nativos são todos assassinados ou desaparecem misteriosamente.
No meio da aventura, o filme não abandona a tradição do mondo cane, mostrando, por exemplo, um macaquinho sendo devorado por uma cobra gigante. E há também muito gore, embora hoje em dia os efeitos não sejam mais tão convincentes. Basta lembrar de outros filmes italianos da época, como ZUMBI 2 – A VOLTA DOS MORTOS, de Lucio Fulci, e CANIBAL HOLOCAUSTO, de Ruggero Deodato, que trazem efeitos visuais tão impressionantes, que até hoje são referência. Martino, porém, consegue disfarçar o baixo orçamento da produção, não só com o elenco internacional, mas também com sequências externas em zonas perigosas.
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