sexta-feira, outubro 11, 2013

APOSTA MÁXIMA (Runner Runner)























Uma pena que o novo filme de Brad Furman, do ótimo O PODER E A LEI (2011), tenha sido tão decepcionante. Em APOSTA MÁXIMA (2013), o filme vazio impera. Sair da sessão deste filme é ver uma dupla de atores até bons participando de uma obra que não vai a lugar algum. Ou até vai, mas depois de passados os 91 minutos, nada do que é mostrado na tela parece ter valido a pena, por mais que hoje em dia Justin Timberlake e Ben Affleck sejam atores melhores e Gemma Arterton seja uma das revelações entre as novas beldades de Hollywood. Nada disso importa, pois a trama envolvendo jogos online e trambicagem se torna logo esquecível.

Talvez valha a pena ver o filme já esperando algo ruim, como um desses passatempos feitos para a tevê comumente exibidos no Supercine. Nesse sentido, até que não é de todo ruim. Até porque temos a oportunidade de ver Affleck desempenhando um sujeito bem malvado e maquiavélico, que não tem pena de jogar seus inimigos para os crocodilos. Ou seriam jacarés? Outro elemento interessante está no país onde se passa a história, Costa Rica, por mais que saibamos da mania que os americanos têm de apresentar apenas estereótipos dos países estrangeiros. Mesmo assim, não deixa de ser uma mudança de ares e, em certos momentos, criamos uma empatia com o personagem de Timberlake, que parece estar mesmo preso àquele país estranho.

É possível ver APOSTA MÁXIMA como uma espécie de conto moral, em que o herói encara um desafio, depois de passar por dificuldades (no caso, pagar as mensalidades do seu mestrado), demonstra seu domínio e inteligência com o computador e a matemática no mundo dos jogos online, e sai do conforto relativo de seu país para enfrentar um sujeito estranho e possivelmente perigoso (Affleck) que lhe tirou, de maneira inescrupulosa, todo o dinheiro que ele apostara no jogo por computador. Aliás, não deixa de ser também uma novidade para muitos esse tipo de jogo e o quanto eles podem estar escondendo redes de crimes, entre outros delitos inimagináveis.

Porém, mesmo como conto moral, a história de APOSTA MÁXIMA acaba se tornando boba e vazia. Curiosamente, a dupla de roteiristas do filme é a mesma de O JÚRI, um thriller forense até bem inteligente. Provavelmente por causa do texto de partida. E falando em moral: não dá mesmo para confiar em diretores que nos impressionaram com apenas um filme nem em roteiristas que tiveram sorte uma ou outra vez. Isso mostra que cada filme tem o seu valor, independente de seus realizadores.

Nenhum comentário: