quarta-feira, fevereiro 27, 2013

AMANHECER VIOLENTO (Red Dawn)



Estreia nesta sexta-feira, dia 1º, nos cinemas do Brasil, o remake de AMANHECER VIOLENTO (1984), de John Milius. Aproveitei o lançamento do novo filme para dar uma conferida no original, que tem todas as características daqueles filmes da Guerra Fria, de quando a ideia de uma Terceira Guerra Mundial envolvendo a União Soviética estava presente nos cinemas e até nos quadrinhos (caso de Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbons). Como obra representativa de uma época, AMANHECER VIOLENTO até tem o seu valor, mas é um filme chato e cheio de problemas. Fiquei olhando quanto tempo faltava para terminar o tempo inteiro.

Aliás, é impressão minha ou esses filmes oitentistas de ação envelheceram mal? Procuro ver com carinho alguns deles, e só consigo gostar se estiver mesmo a fim de ver algo bem despretensioso. As cenas de ação de AMANHECER VIOLENTO lembram, inclusive, RAMBO II, que, aliás, é do ano seguinte. Os americanos estavam mesmo com ódio não só dos soviéticos, mas de todo e qualquer país socialista. Também pode ficar a impressão de que esse tipo de filme foi incentivado pelo governo americano. Ou mesmo patrocinado. Mesmo sabendo o espírito da época e o contexto histórico, não deixa de ser muito estranho.

Uma das curiosidades do filme é ver o elenco de rostos conhecidos, mas bem jovens, como Patrick Swayze, C. Thomas Howell, Lea Thompson, Charlie Sheen, Jennifer Grey e os não tão jovens assim Harry Dean Stanton, Ben Johnson e Powers Booth. Todos eles fazem parte de uma resistência contra um grupo de comunistas que invadem o país. Os invasores falam espanhol e russo, as línguas de Cuba e da União Soviética, e são pintados como vilões bem caricatos e malvados, a ponto de colocar civis em campos de concentração e fazê-los cavar suas próprias covas. Detalhe, também, para um filme que eles colocam em um cinema da cidade, ALEXANDRE NEVSKY, de Sergei Eisenstein. Logo um filme em que o cineasta russo procura se libertar da ideologia de seu país. Podiam ter colocado O ENCOURAÇADO POTEMKIN, mesmo.

No mais, é choradeira sem emoção por parte dos jovens e muitos tiros e explosões estilo RAMBO II e RAMBO III entre eles e os invasores. Sinceramente, eu não esperava algo tão ruim vindo do Milius. E imagino como deve ser este remake, que mal chegou e já está sendo bem malhado.

P.S.: Está no ar a nova versão do site Mulheres do Cinema Brasileiro. Não deixem de conferir. AQUI.

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