sexta-feira, abril 23, 2010

A GAROTA DE TRIESTE (La Ragazza di Trieste)






















Nos anos 80, Ornella Muti era uma das mulheres mais belas do mundo. E isso pode ser comprovado em inúmeros trabalhos que ela realizou na época. A GAROTA DE TRIESTE (1982), de Pasquale Festa Campanile, é um deles. O filme repete a parceria que a atriz fez com Ben Gazzara em CRÔNICA DE UM AMOR LOUCO, de Marco Ferreri. E se no filme de Ferreri, o sujeito é que era o doidão (afinal, era um filme baseado em Bukowski), os papéis se invertem na obra de Campanile. Tenho lembranças da capa do vhs estampada nas páginas de propaganda da revista SET, na época do lançamento do filme em vídeo no Brasil por uma distribuidora pequena. A capa mostrava Ornella Mutti com a cabeça raspada, de costas, só com a parte de baixo do biquíni e se dirigindo ao mar. Mas não lembro de ter visto o vídeo em nenhuma locadora. Ou vai ver eu não me esforcei um pouco mais para procurar. Surgiu a chance agora, graças às boas almas compartilhadoras de bons filmes na internet.

A GAROTA DE TRIESTE aproveita bastante a figura de Ornella. A beleza dessa pisciana vai além dos belos olhos verdes como o mar e de seu rosto e corpo perfeitos. Seu encanto está presente em cada momento de espontaneidade e graça em que ela usa de seus atributos. Sua personagem, a princípio, é uma mulher misteriosa que tenta fingir um afogamento. Um grupo de homens consegue salvá-la. O personagem de Ben Gazzara, um desenhista especializado em formas femininas, lhe oferece o seu cobertor. Enrolada no cobertor, ela trata de tirar o maiô, o que deixa os olhos dos rapazes da praia esbugalhados. Em seguida, ela vai parar na casa do desenhista usando apenas o cobertor. Imagina só: você está em casa, quando chega a Ornella Muti praticamente nua e doida para ir pra cama com você! É ou não é um sonho? Mas as coisas não são um mar de rosas e a bela mulher tem segredos e complicações.

É uma boa história de amor narrada de maneira convencional, mas pena que não conseguem desenvolver uma conclusão satisfatória. Mas não dá pra reclamar muito. Ainda mais se compararmos com o cinema italiano atual, que mal tem sabido explorar as belezas naturais da "terra da bota". E é interessante notar também o quanto mudou a figura do galã dos filmes europeus e brasileiros daquela época para cá. Havia uma valorização maior da figura do homem mais maduro. Basta lembrar que aqui no Brasil os grandes galãs eram caras como Tarcísio Meira e Francisco Cuoco. E Walter Hugo Khouri usava sempre homens maduros para representar o seu alter-ego. Hoje em dia, Hugh Grant fala em se aposentar por se achar velho. Tempos cruéis os de hoje.

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