quarta-feira, junho 13, 2007

SHERRYBABY



Olha aí a Maggie Gyllenhaal novamente! E dessa vez num filme de respeito e com os holofotes todos focados nela. SHERRYBABY (2006) rendeu uma indicação para Maggie na última edição do Globo de Ouro mas foi esnobado no Oscar. Assim que soube do filme, já fiquei bastante interessado em conferir. Parece que ainda não há data prevista para o filme estrear no Brasil, seja no cinema, seja em DVD, por isso, tive que recorrer a vias alternativas.

Geralmente filmes que mostram o amor materno me comovem bastante. Talvez pelo fato de eu ser canceriano, signo ligado à maternidade. SHERRYBABY seria um filme irmão de CLEAN, de Olivier Assayas. Ambos lidam com mulheres que tentam se livrar da dependência com as drogas e tentam se ajustar à sociedade, principalmente para poderem ter acesso ao filho/filha novamente. Mas por mais que eu considere CLEAN um filme espetacular e com toda aquela elegância e segurança da direção de Assayas, SHERRYBABY é ainda mais emotivo e tocante.

Maggie Gyllenhaal interpreta Sherry Swanson, uma jovem mulher que passou três anos na prisão e que retorna às ruas, ainda que sob as rédeas da liberdade condicional, para ver sua filhinha pequena. Sua filha estava sob os cuidados do seu irmão e da esposa, que agora a tratam como se fosse sua própria filha. Emocionante o primeiro encontro dela com a menina, perto da piscina, ela pedindo desculpas para a criança, ainda inocente e confusa, sem saber o que a mãe havia feito para aparecer só depois de tanto tempo. E ela diz para a filha a razão de ela ter estado presa: ela roubou para conseguir dinheiro para as drogas.

Mas engana-se quem pensa que SHERRYBABY é apenas um melodrama familiar e lacrimoso sobre uma mulher querendo recuperar a guarda e o amor de sua filha. Aliás, o filme pode até ser um pouco lacrimoso, mas o comportamento violento de Sherry, suas recaídas com as drogas e o uso do sexo para conseguir o que deseja, entre outras coisas, tornam o filme pouco recomendado para ser visto com a família e as crianças. Aos poucos vamos conhecendo mais sobre a vida e sobre o passado de Sherry e fica difícil não se solidarizar com ela. E se o filme consegue isso, é sinal de que a direção da estreante no cinema de ficção Laurie Collyer foi bastante acertada.

Para Maggie Gyllenhaal, trata-se, provavelmente, da melhor interpretação de sua carreira, numa papel forte e ousado, mais até do que o que ela fez em SECRETÁRIA (2002), de Steven Shainberg. É um papel que deve abrir as portas para que ela apareça mais vezes como protagonista. Ou não, já que o seu próximo papel será novamente como coadjuvante em THE DARK KNIGHT, o próximo filme do Batman de Christopher Nolan, substituindo Katie Holmes.

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