Como já não agüento mais ver o nome desse filme na minha listinha de títulos a comentar, hoje vai ser o dia que o riscarei de vez. Mesmo que não saiba exatamente o que escrever a respeito. Principalmente agora que já se passou tanto tempo - vi O ÚLTIMO REI DA ESCÓCIA (2006) em 22 de abril, descobrimento do Brasil. O título, inclusive, está saindo em DVD este mês no Brasil. Não sei bem porque razão eu fui adiando o texto sobre ele. Talvez por não saber direito se gostei ou não. Ou talvez o filme seja mesmo ruim. Suspeito que se o filme fosse um pouco mais exploitation, mostrando mais explicitamente as perversidades do ditador Idi Amin, e não de maneira tão acadêmica, usado como veículo para Forrest Whitaker ganhar o seu Oscar, talvez assim ficasse mais forte na minha memória.
Assim como a história de Saddam Hussein um dia também vai se tornar um filme, o general Idi Amin Dada é uma personalidade que clamava por uma cinebiografia. Aliás, a julgar por esse filme e por HOTEL RUANDA, a história africana tem tantas barbaridades inacreditáveis que renderiam muitos filmes se Hollywood se interessasse de verdade pela África. Uma das coisas que me incomodou em O ÚLTIMO REI DA ESCÓCIA foi o fato de o personagem no qual o espectador mais se identificaria, o jovem médico interpretado por James McAvoy, ser um bocado idiota. Ele seria o elo de ligação com o espectador, que também se sente um pouco estrangeiro ao visitar uma civilização tão estranha como a de Uganda. Desse jeito, como o espectador vai querer se identificar com um idiota?
O ÚLTIMO REI DA ESCÓCIA começa com decisão do jovem médico escocês de partir para um lugar escolhido aleatoriamente no globo terrestre, uma maneira de brincar com o destino. Assim, ele vai parar em Uganda, para trabalhar com um grupo de médicos e enfermeiros que prestam serviços à comunidade carente da região. Lá ele conhece uma médica casada (Gillian Anderson), por quem tem um interesse amoroso. Mas o que será uma experiência realmente impactante para ele será conhecer o ditador Idi Amin, um homem adorado pelo povo, visto como uma espécie de salvador da pátria naquele país, mas que na verdade é um louco que se auto-intitula "conquistador do império britânico" e "senhor de todos os animais da terra e peixes do mar" e que manda matar os seus desafetos com a maior naturalidade do mundo. Aos poucos, o médico, além de receber um cargo de alta posição no Ministério da Saúde, acaba se tornando um de seus principais conselheiros. Lá pelo final, O ÚLTIMO REI DA ESCÓCIA traz momentos de intenso suspense. Apesar disso, é um filme que me deixou com um pouco de mal estar depois de terminada a sessão, não sei explicar bem porque. De qualquer maneira, não pretendo revê-lo para descobrir.
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