sexta-feira, julho 28, 2006
VIAGEM MALDITA (The Hills Have Eyes)
Duas correntes do cinema de horror surgiram nos últimos anos. Uma delas é a derivação do filme de fantasma japonês surgido a partir de RING - O CHAMADO. A outra é inspirada no horror rural americano da década de 70, sendo que os filmes podem ser remakes ou apenas homenagens. Se até O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA recebeu uma refilmagem, era inevitável que QUADRILHA DE SÁDICOS (1977), um dos filmes mais importantes daquela safra, também fosse atualizado para as novas gerações. VIAGEM MALDITA (2006) desde o começo foi esperado com certa ansiedade pelos fãs do gênero. Diferente do novo MASSACRE, dessa vez um diretor respeitado e vindo de uma obra muito elogiada estava por trás das câmeras. O filme em questão é ALTA TENSÃO (2003) e o tal diretor é o francês Alexandre Aja. O que mais chama a atenção em ALTA TENSÃO é a beleza visual, a violência gráfica e a excelente habilidade do diretor em construir uma atmosfera de gelar a espinha.
No que se refere à violência gráfica, VIAGEM MALDITA recebeu uma pequena censura na cópia liberada para os cinemas. A versão sem cortes, talvez, só quando sair o DVD. Mas não tem problema não. Do jeito que ficou, o filme ainda é muito bom e é menos perverso e sombrio do que eu esperava. É até possível que agrade àqueles que detestaram os recentes WOLF CREEK e O ALBERGUE, embora eu ache pouco provável.
A trama não é nenhuma novidade, mesmo para aqueles que nunca assistiram o original de Wes Craven: uma família parte numa viagem de férias e tem que atravessar o deserto do Novo México para chegar na Califórnia. Seguindo as instruções de um malvado dono de um posto de gasolina, eles seguem um caminho perigoso e são vítimas do ataque de um grupo de psicopatas canibais com deformações físicas. No elenco, o rosto mais conhecido é o da belíssima Emilie de Ravin, do seriado LOST. O segundo rosto mais conhecido é o de Billy Drago, protagonista de IMPRINT, de Takashi Miike.
Um dos momentos fracos do filme está na seqüência em que o patriarca da família de viajantes volta ao posto de gasolina e lá vê recortes de jornais com notícias sobre os testes nucleares e o nascimento de crianças mutantes. Uma seqüência totalmente desnecessária e já muito utilizada em filmes de terror e policiais. Nos filmes, sempre tem alguém que coleciona recortes de jornais para que um dos personagens tenha como juntar o quebra-cabeças. Também sinto que esse subgênero está começando a cansar, já que o nível de medo, de horror mesmo, não é mais tão perturbador. Ainda assim, pode-se dizer que Alexandre Aja fez um bom trabalho. E ele vai continuar trabalhando em Hollywood. Seus próximos filmes se chamam INTO THE MIRROR, sobre um espelho misterioso que traz à tona o lado mau das pessoas (essa sinopse parece copiada do filme brasileiro ESPELHO DE CARNE) e THE WAITING, sobre uma mulher assombrada pelo fantasma de sua própria filha. Vamos ver como Aja vai se sair com filmes que aparentemente não trazem muito sangue.
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