quarta-feira, julho 26, 2006

É RUIM, HEIN!



Um dia desses eu li uma frase, não me lembro de quem, que dizia que quem quer ver apenas filmes bons não gosta de cinema. Pois bem. Estou com uma lista enorme de filmes para despejar aqui no blog e quero me livrar logo dos ruins, aproveitando o gancho com o filme dos piratas que fez a cabeça de tanta gente.

FILHA DA LUZ (Bless the Child)

É o tipo de filme que eu vejo por teimosia, pois todo mundo desprezou ou xingou o dito cujo. Como eu tenho atração por filmes de terror, mesmo os ruins, acabei gravando quando passou no SBT para ver quando estivesse a fim de relaxar, antes de dormir. E o começo do filme é até legal. Kim Basinger não é má atriz e se esforçou para dar alguma carga de verdade à sua personagem. O problema é que só quem sabe transformar uma estória ruim num filme bom são os grandes diretores. Não é o caso de Chuck Russell, diretor do sucesso de bilheteria O MÁSCARA (1994) e que começou fazendo filmes de terror competentes como A HORA DO PESADELO 3 (1987) e A BOLHA (1988), mas que atingiu o fundo do poço mais recentemente com O ESCORPIÃO REI (2002). FILHA DA LUZ (2000) é o começo dessa fase descendente de Russell. Na trama, menina com poderes especiais, quase uma santa, está sendo procurada por um grupo de satanistas que deseja que ela se volte para o mal. Além de Kim Basinger, o filme ainda traz Rufus Sewell (tem cara de malvado esse sujeito), Ian Holm, Christina Ricci e Angela Bettis.

ELECTRIC DRAGON 80.000 V

Por incrível que pareça existem apreciadores desse filme. Agora mesmo fui pesquisar no IMDB e vi que utilizaram o termo "clássico" para ELECTRIC DRAGON 80.000 V (2001)! Fui ver esse filme na Mostra Japão Pop no CCBB, quando estava em São Paulo, na companhia dos amigos Marcelo V, Ana Paul e Michel Simões. Marcelo e Ana gostaram. Eu e o Michel detestamos. Fazer uma sinopse para o filme é uma tarefa difícil. Michel conseguiu, ao escrever sobre o filme no blog dele. Tentando descomplicar um pouco, a trama trata de um rapaz que, quando garoto, subiu numa torre de energia elétrica e foi sobrecarregado com uma carga enorme de eletricidade. Quando cresce ele tem poderes elétricos, lança raios pelas mãos e descarrega suas tensões tocando guitarra!! Aliás, se não fosse a guitarra, esse filme não teria a menor graça. É engraçado quando ele grita "guitaaarrr!!" e começa a fazer barulho com o instrumento. Inclusive, o filme gasta uns três minutos de sua curta duração (55 min) apenas mostrando o rapaz fazendo barulhinho com a guitarra. Mas a presepada não pára por aí: chega uma hora que entra em cena um outro sujeito que também tem poderes elétricos e os dois vão se enfrentar. Até daria pra eu ter me divertido, mas o problema é que em vários momentos eu não tinha a mínima idéia do que estava acontecendo. Compararam esse filme com TETSUO, mas é como eu falei pra turma: eu não acredito que TETSUO seja tão ruim. Guitaaaarr!!!

MÁSCARA DA ILUSÃO (MirrorMask)

Total decepção pra mim a estréia na direção de longa-metragens de Dave McKean. O artista é mais conhecido pelas excelentes capas que ele fez para "Sandman", a melhor e talvez única coisa realmente boa que Neil Gaiman fez. Gaiman é o roteirista do filme. Por causa de "Sandman", Gaiman ganhou fama e hoje é autor de romances que vendem milhões de exemplares no mundo todo. Eu custo a crer que as pessoas realmente estejam gostando dessa nova fase do autor. A última coisa boa que eu li dele foi "Criaturas da Noite", quadrinhos que têm um gostinho de "Sandman". Eu cheguei a comprar o livro "Deuses Americanos", mas até hoje não consegui terminá-lo de tão chato que ele fica no meio. Quem sabe um dia eu termino. Daí chegamos a esse MÁSCARA DA ILUSÃO (2005), que saiu numa bela edição em DVD pela Sony: qualidade da imagem excelente, comentários em áudio de McKean e Gaiman, entrevistas com os autores. Difícil é querer ver todos esses extras depois de agüentar uma estória tão boba e chata. No começo, o visual do filme até agrada, parecem as capas de "Sandman", mas depois a gente sente falta de uma narrativa boa. Se eu fosse dar um troféu para filme mais chato do ano, MÁSCARA DA ILUSÃO ganharia o prêmio fácil, fácil.

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