É com muito prazer e alegria que anuncio aqui a minha premiação na categoria Melhor Blog de Cinema, pelo Júri Oficial da 1ª edição do Quepe do Comodoro. Como já havia comentado, fiquei triste por não ter podido ir a São Paulo receber o troféu das mãos do Carlão ou da Vanessa Goulart. Quase chorei por não ter podido estar lá. Se bem que se eu tivesse ido, aí é que eu ia chorar mesmo de tanta emoção. Mas agora já passou, não adianta mais lamentar. E de qualquer maneira, eu devo receber o troféu de uma maneira bastante especial em breve. Quem me representou lá foi o amigão Eduardo Aguilar.
Já que não estive lá, vou manifestar os meus agradecimentos aqui mesmo. A primeira pessoa a quem quero agradecer é, claro, o nosso querido Carlos Reichenbach, esse homem que é um amante do cinema e uma figura extremamente generosa, não apenas para os amigos, mas pela vontade que tem de passar para as outras pessoas o seu vasto conhecimento no assunto. Nenhum outro cineasta brasileiro está tão disponível para conversar com quem quiser se aproximar dele. Agora, através do seu blog e site e das sessões duplas do Comodoro; antes, através de suas colunas no site Terra e no Cineclick. Mesmo antes da era do blog, as suas colunas já eram bem interativas. Ele publicava as cartas dos leitores no final de cada coluna e respondia aos seus fiéis, por mais simples que fosse a pergunta. Não importava se o leitor era grande conhecedor do assunto ou não. É inegável a importância dessas colunas para a formação de muitos cinéfilos, que descobriam raridades graças a ele.
Foi a partir de uma dessas colunas que primeiro tive contato com ele. Acho que isso já faz uns cinco anos. Fiquei realmente bastante feliz em obter resposta quando enviei uma carta a ele, comentando sobre algum filme visto no fim de semana. Às vezes colocava algo sobre minha vida, alguma aventura que tinha passado (naquele tempo as aventuras até eram mais comuns pra mim). Minhas cartas para o "Cartas do Reichenbomber", como era chamada sua coluna no portal Terra, começaram a ficar mais constantes. (Depois, quando entrei na lista Canibal Holocausto, soube que o Daniel Caetano, crítico da Contracampo, até achava que eu não existia, que eu era uma invenção do Carlão, uma espécie de desculpa para falar de certos filmes.) Ainda é possível ler as colunas publicadas no Terra, mas as mais memoráveis foram aquelas publicadas no Cineclick - infelizmente o site tirou do ar todas as colunas. Foi nesse período bastante conturbado que Carlão expôs para todos os leitores aquela que talvez tenha sido a fase mais difícil de sua vida, quando ele teve que se submeter a uma cirurgia no coração, detalhando todo o doloroso processo. Graças a Deus que além de ele ter sobrevivido a tudo, ele retornou com todo gás ao cinema, fazendo dois filmes num curto período de tempo e ainda cheio de projetos para os próximos anos.
Foi numa dessas colunas que ele me convidou para ingressar na lista Canibal Holocausto, criada pelo Thomaz, lugar onde se discutia filmes de terror de baixo orçamento, preferencialmente europeus. A partir daquele momento - o ano era 2001 - meu interesse por cinema aumentou exponencialmente, com um alargamento dos horizontes e descoberta de coisas que eu nem sabia que existia. A lista hoje não está na sua melhor fase, muitos dos melhores integrantes não mais participam ativamente ou deixaram a lista, mas continua sendo referência na internet. Apesar de ser a forma mais prática de se discutir filmes, hoje as listas têm que disputar espaço com os blogs e os fóruns do orkut.
A vontade de criar um blog, veio a partir das visitas constantes ao blog do Renato Doho, um dos melhores amigos que pude encontrar nas listas de discussão. Foi o Renato que me deu algumas dicas básicas de como criar o blog, e aos poucos fui publicando minhas bobagens na internet. Acredito que de 2002 até 2004/2005, evoluí bastante na maneira de escrever e expressar minhas impressões. Se eu mereci ganhar esse prêmio, não foi pelo meu conhecimento do assunto (ainda em formação) ou por escrever ótimos textos (fico atrás de muito blogueiro nesse quesito), mas pela paixão que tenho pelo cinema e pela dedicação ao blog. Costumo dizer que o blog é a única coisa da minha vida que está mais ou menos organizada.
Esse ano, o blog resistiu a um problema de saúde que tive. Contraí L.E.R e, junto com isso, várias complicações (tendinite, bursite e até labirintite), mas a vontade de continuar mantendo esse diário era maior. Ainda hoje tenho que me policiar com a postura e com o tempo de uso no computador, mas acredito que esse problema está sob controle.
Agradeço a todos os amigos que ajudaram a transformar o blog num espaço de discussão, de interação e de amizade. Depois do blog, conheci mais um monte de gente interessante. Tanta gente que eu não vou falar os nomes sob o risco de esquecer alguém importante.
É isso. Espero que o Quepe do Comodoro seja um prêmio que continue por muitos e muitos anos, como uma forma de incentivo para essa nova geração de escritores de cinema, que está surgindo na internet, principalmente através dos blogs, que hoje é o meio mais democrático e prático para quem quer expor seus pensamentos e impressões.
Quem quiser saber mais detalhes sobre os premiados, acesse o link. E vamos aguardar a cobertura da festa, com as fotos do evento no blog do Carlão. Assim que estiver de posse do troféu, posto uma foto aqui.