segunda-feira, dezembro 28, 2015
HOMELAND – A QUINTA TEMPORADA COMPLETA (Homeland – The Complete Fifth Season)
A ideia de distanciar Carrie Mathison (Claire Danes) do fantasma de Nicholas Brody (Damian Lewis), que foi o foco das três primeiras temporadas, deu um novo gás a HOMELAND em sua quarta e excelente temporada. A ideia passou a ser, então, fazer uma temporada dedicada a uma aventura específica de Carrie, de preferência fora de seu país natal, os Estados Unidos. Assim, na temporada passada, ela esteve no Paquistão, um território perigoso e que rendeu muitas emoções, além de também mostrar Carrie como uma personagem capaz de atos bem cruéis, problematizando a heroína.
A quinta temporada (2015) se passa na Alemanha, lugar em que ela se estabeleceu para ter finalmente um pouco de paz e se desligar de vez da CIA. Com o salto temporal de alguns anos, agora ela trabalha numa empresa privada, mora junto com um cara que ama e cuida da filha pequena, ainda que tenha que lidar com seus sentimentos de culpa, que gerarão fantasmas ainda mais assustadores em determinado episódio, logo no começo da temporada.
Outro personagem muito querido da série, Peter Quinn (Rupert Friend) também é uma pessoa amargurada que agora trabalha como matador de aluguel da CIA: ele recebe o nome de uma pessoa em uma caixa postal e tem que dar cabo dela o mais rápido possível. Geralmente são pessoas associadas ao Islã. Ele executa os serviços sem culpa, com sangue frio. Enquanto isso, Saul Berenson (Mandy Patinkin), ex-chefe de Carrie, está passando por Berlim, justo quando acontece um vazamento de informações ultraconfidenciais da inteligência americana por uma dupla de hackers.
Embora a quinta temporada não tenha o mesmo vigor da anterior, ela está muito mais em sintonia com o que está acontecendo no mundo: o ataque terrorista a Paris é citado, tendo acontecido durante as gravações, bem como a situação política da Síria. Em um de seus melhores episódios – talvez o melhor –, Carrie é enviada por seu chefe ao Líbano, na fronteira com a Síria, a fim de ajudar um grupo de refugiados sírios. O episódio acaba se tornando um dos mais tensos e nos lembra o quanto a quarta temporada, ambientada em um país islâmico, foi boa. Destaque para o momento em que Carrie fala com um líder do Hezbollah, a fim de que ele a ajude com um inimigo em comum, o Estado Islâmico.
Pena que a série teve mais uma vez que botar a culpa nos russos, tradicionais vilões de filmes e séries desde a Guerra Fria. Em compensação, o time de atores alemães é muito bom:Miranda Otto, como a raposa Allison Car; Sebastian Koch, como o empresário Otto Düring; e Nina Hoss, como a agente Astrid. São novos personagem e novos ares que a série respira e a temporada se beneficia disso em vários episódios. Em algum momento, porém, a trama se perde, embora os conflitos se resolvam no final, sempre em tom amargo.
É torcer para que os roteiristas estejam mais inspirados para a sexta temporada. Carrie Mathison é uma personagem tão fascinante, adorável e representativa quanto Jack Bauer era no cenário das séries de espionagem para que seja desperdiçada em tramas fracas.
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